1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1997: Comedinha que deve ter custado caro, típico produto de Hollywood nos anos 90, rasinha que nem um pires, que resulta em algumas risadas (há piadas boas, de texto); mistura drama familiar, um toque de trama de thriller (o cinemão padrão de Hollywood atual parece não conseguir fazer nada sem um toque de trama de thriller), imensas pitadas do exagero mais over e do over mais exagerado, e uma indisfarsável tendência para pornô leve mas safadinho.
Secretária do FBI em Fort Lauderdale (Demi Moore, claro, com aquela beleza toda biônica dela) perde o emprego por causa do ex-marido, um informante da polícia, viciado, mau até o osso, a maldade exagerada, e, por estar desempregada, perde para o ex-marido a guarda da filhinha, maior gracinha, coisa mais fofinha. Aí então o que ela faz? Vira stripper, para poder tentar juntar a grana suficiente para fazer uma apelação à corte de família. Aí apaixona-se tremendamente por ela um senador (Reynolds, na coisa mais exagerada do exagero mais exageraeo possível e imaginável) corrupto, bêbado, mulherengo, meio tarado, que é financiado por família riquíssima e muito, muito má de donos de usina de açúcar, para proteger os interesses da mesma família. Bêbado no clube de striptease, nosso senador acerta uma garrafa de champagne na cabeça de um freqüentador acidental.
Entra no trama um tarado manso, doido por nossa mocinha tão bonitinha, que fotografa a cena da agressão, e se oferece para ajudar nossa mocinha tão bonitinha fazendo chantagem com o senador. Vai parar morto no lugar onde um tira muito bonzinho descansava com a família. Outro candidato a chantageador, um advogado sem escrúpulos, acaba também sendo morto. E por aí vai – com Demi Moore sempre com roupinhas muito sexy, embora tudo que ela queira na vida seja criar direitinho a filhinha tão gracinha. E, de resto, muita cena de striptease no clube.
Argh.
O diretor-roteirista Andrew Bergman seguramente já fez coisas melhores. É dele o argumento e parte do roteiro de Banzé no Oeste, do Mel Brooks. E fez também o mais recente Atraídos pelo Destino/It Could Happen to You, com Bridget Fonda e Nicolas Cage.
Striptease
De Andrew Bergman, EUA, 1996.
Com Demi Moore, Burt Reynolds, Armand Assante, Ving Hames
Roteiro Andrew Bergman, bas romance de Carl Hiaasen
Música Howard Shore
Cor, 115 min (Há uma cópia sem classificação etária de censura de 117 min)
Eh horroroso. Demi Moore chegou ao fundo do poço. De lá pra frente fez nada. Nem pra aparecer.