Noite após Noite / Night after Night

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3.0 out of 5.0 stars

George Raft era um astro em ascensão em 1932. Naquele ano, tinha chamado a atenção das platéias americanas por seus papéis em Scarface – A Vergonha de uma Nação, de Howard Hawks, e Dançando no Escuro/Dancers in the Dark, ao lado da estrela Miriam Hopkins.

Não eram bons tempos. Na verdade, eram tempos pavorosos. Os Estados Unidos afundavam-se mais e mais na Grande Depressão. O número de entradas de cinema a cada semana havia caído de 75 milhões para 60 milhões. O maior cinema do país, o Roxy, de Nova York, fechou as portas em junho, sem ter como pagar a última semana de trabalho dos funcionários. (Reabriria em agosto, com novos donos e o preço da entrada reduzido.)

Os estúdios estavam reduzindo os salários de seus contratados – e os atores e o pessoal técnico aceitavam a redução: era isso ou o desemprego. Warner Bros., RKO Radio, Fox, Universal, United Artists fecharam o ano no vermelho – só a MGM teve lucro. Foi o ano em que as grandes companhias produziram menos filmes, em toda a década de 30 – 300, ante 379 em 1929, o ano da quebra da Bolsa de Nova York.

Mesmo assim, a Paramount decidiu contratar George Raft, então com 31 anos e panca de galã (para os padrões daquele tempo), um galã durão, bom para fazer filmes de gângster, que estavam começando a virar moda.

zznoite0Seu filme de estréia no estúdio foi Noite após Noite; para dirigi-lo, o estúdio pegou emprestado da Warner Bros. o já experiente Archie Mayo, que começara como realizador uma década antes.

Mas quem roubou a cena em Noite Após Noite, apesar do papel pequeno, foi uma estreante, que acabava de chegar de Nova York, onde havia deixado sua marca forte: Mae West.

Foi o próprio George Raft que sugeriu que ela tivesse um papel no filme – conheciam-se, eram próximos.

Mais tarde, Raft daria a definição maravilhosa: “Mae West roubou tudo, menos as câmaras”.

Mae West iria rapidamente se tornar não apenas a atriz mais bem paga dos Estados Unidos, mas a mulher mais bem paga do país, qualquee tipo de atividade. Conseguiria salvar o estúdio da falência iminente.

É uma das figuras mais fascinantes não só do cinema americano, mas da história do cinema mundial. Será forçoso voltar a falar de Mae West mais adiante, mas agora seria bom falar do filme.

Eis aí um filme gostosamente subversivo, que rema contra a corrente

Night after Night é um filme um tanto subversivo. Rema contra a corrente. Mostra fatos e situações que os governantes – e os muito conservadores de uma maneira geral – prefeririam esconder.

Entre 1920 e 1933, é necessário lembrar, vigorou nos Estados Unidos a Prohibition, a Lei Seca – eram ilegais a venda e o consumo de álcool. Não era uma leizinha que vigorou em alguns Estados apenas – era uma emenda à Constituição, a 18ª emenda ao texto aprovado pelos Founding Fathers lá atrás, em 1787, e que originalmente tinha apenas sete e definitivos artigos.

Não gostaria de cansar o pobre eventual leitor com digressões, viajandões, mas é dureza evitar.

Sempre que se proíbe por lei a água de seguir seu ritmo natural montanha abaixo, rumo ao mar, dá problema – porque é muito difícil abolir uma lei maior como a da gravidade.

zznoite2Não adianta, por exemplo, tentar segurar inflação a laço, como se tentou no governo Sarney e se tenta agora de novo, com o governo segurando artificialmente o preço da gasolina, das passagens de ônibus. Não tem jeito: vai haver estouro lá adiante.

O pobre coitado do ser humano bebeu álcool desde sempre, está aí Baco, o deus grego criado, sei lá, uns 6 mil anos antes de Cristo, para comprovar. Aí uns loucos legisladores americanos criaram a 18ª emenda à Constituição dos Pais Fundadores. Não era da natureza humana que de repente, por causa de uma emenda constitucional, as pessoas de repente parassem de beber – e deu no que deu. Se está proibida a venda legal de bebida, vende-se a bebida ilegalmente – e os anos 20 viram o crescimento estratosférico do crime organizado, do gangsterismo.

O gigante Sergio Leone demonstraria a relação entre a Lei Seca e o gangsterismo como se fosse um teorema – c.q.d., como queríamos demonstrar – em seu majestoso Era Uma Vez na América.

O filme mostrava com toda clareza como era hipócrita a Lei Seca

Quase toda a ação de Noite após Noite se passa num night club ilegal, um speakeasy, como eram chamados os bares clandestinos.

O filme não está nem um pouco interessado em filosofar (até porque está provado que só é possível filosofar em alemão), teorizar, antropologizar, sociologizar. De jeito nenhum. Ele apenas mostra, como se fosse a coisa mais natural do mundo (como de fato era), que, durante a Lei Seca, bebia-se, como sempre se bebeu, desde que o homem é homem e o álcool é álcool.

O filme não trata a existência daquele speakeasy específico, pertencente a Joe Anton (o papel de George Raft), como algo anormal, estranho. Nem se interessa em ficar mostrando que, a cada estabelecimento comercial ilegal, corresponde um grupo de agentes do Estado corrompido, subornado, para permitir que ele continue existindo.

zznoite3Noite após Noite não mostra um policial sequer. Nem uma batida policial de vez em quando para afastar as suspeitas de corrupção, suborno. Nada.

A existência do speakeasy ilegal é mostrada como um dado da realidade, apenas. Algo absolutamente normal.

Nesse sentido, o filme de Archie Mayo é de fato subversivo. Exibe, como se fosse a coisa mais natural do mundo, a absoluta hiprocrisia da Lei Seca. Todo mundo estava cansado de saber que durante a Prohibition as pessoas proibidas de beber bebiam.

O filme mostrou a realidade às claras, nas telas dos cinemas de todas as cidades americanas, em 1932: olha aí, todo mundo bebe nos speakeasies. Na melhor das hipóteses, é tudo ridículo, é tudo hipócrita. Numa hipótese um pouco menos polyanna, um pouco menos dr. Pangloss, proibia-se apenas para poder achacar quem vendia a bebida tornada ilegal.

Um ex-pugilista, dono de um bar clandestino, apaixona-se por cliente elegante

Tá legal, tá legal – mas e a trama, a historinha do filme, cacete?

Vou tentar fazer uma sinopse curta. Algo que para mim é mais difícil que fazer uma prova de física quântica.

Joe Anton (George Raft), ex-pugilista na Nova York da Lei Seca no início dos anos 30, conseguiu (não se explica como) tornar-se o proprietário de imensa mansão e instalou ali um night club clandestino, um speakeasy para gente endinheirada. Ao mesmo tempo em que é ameaçado por chefes do crime organizado que controlam a região, Joe, homem de muitas amantes no passado, sente-se magneticamente atraído por mulher solitária que comparece noite após noite a seu estabelecimento, Miss Jerry Healy (Constance Cummings, na foto abaixo).

Segundo vários livros, o filme fica bom quando Mae West entra em cena

Uau! W-o-u! Oito linhas! 81 palavras! Fui capaz de fazer uma sinopse curta – e que não traz spoilers!

Vou pedir emprego como redator do Cinéguide, o guia de filmes que consegue fazer sinopses de duas linhas – e que não traz a deste filme aqui!

zznoite4Leonard Maltin, o sujeito que escreve (com a ajuda de 13 outras pessoas) o guia de filmes mais vendido no mundo, e dedica a cada um dos 17 mil títulos uma média de cinco linhas, dedicou três ao filme, ao qual deu 2 estrelas em 4: “História da paixonite do dono de nightclub Raft pela moça ‘de classe’ Cummings é um tédio danado, mas quando Mae West aparece a tela se acende. É sua estréia no cinema, e está em rara forma.”

Devo dizer que consultei alguns livros, depois de ver o filme, e todos são unânimes em dizer o mesmo que Maltin: é quando Mae West aparece que o filme fica interessante.

Ouso discordar. O filme seria interessante mesmo sem Mae West. Claro, ele entrou para a história de Hollywood porque marcou a estréia da atriz, e ela de fato rouba a cena. Mas acho que seria um filme interessante até mesmo sem ela.

E dou dois exemplos para sustentar o que digo.

O primeiro vem já nos créditos iniciais. Dou bastante importância aos créditos iniciais; acredito que eles demonstram muito mais do que pode parecer à primeira vista. São bastante ilustrativos para que a gente perceba a evolução do cinema através das décadas que formam sua História.

A trama de Noite sobre Noite começa a ser contada ainda nos créditos iniciais.

Vemos, sob os letreiros, uma magnífica edificação de três andares, numa rua de grande cidade americana. O filme não dirá em momento algum que se trata de Nova York, a maior metrópole do país então, rivalizada apenas, mas de longe, por Chicago, mas é bastante claro que é Manhattan.

Vemos até mesmo o número daquela edificação – é o número 55 de uma rua elegante.

Uma placa indica algo do tipo: “Maravilhosa mansão à venda”.

Mais letreiros. E uma nova placa, mais modesta, promove a venda do prédio.

Mais letreiros.

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E aí uma nova placa mostra que a propriedade vai à venda em leilão.

E então começa a ação – a antiga maravilhosa mansão já é o nightclub, o speakeasy de Joe Anton. O filme não vai se preocupar em mostrar como aquele sujeito inculto, que seguramente nasceu muito pobre, conseguiu comprar aquela propriedade e ali instalar o nightclub que atrairá endinheirados atrás de noites de alegria.

Ora, créditos especiais que já contam o início de uma história – a decadência de uma propriedade posta à venda por família que já havia sido riquíssima e que depois empobreceu, ou ao menos ficou menos rica – é algo que de fato não era comum em 1932. Aquilo é muito à frente de seu tempo.

Uma rápida sequência de extraordinária beleza, superpondo sempre duas tomadas

A segunda característica que demonstra que é um bom filme é mais difícil de explicar em palavras, porque é cinema, cinema puro, essa arte maluca, doida, que é capaz de roubar características de todas as outras seis formas de arte que a humanidade havia levado milênios para criar.

Moving pictures – imagens em movimento. Cinema, do grego kinema, movimento.

Quando Noite após Noite está com exatos 35 minutos, há uma sequência esplêndida, extraordinária. Vemos diversas imagens daquele grande, rico cabaré – dezenas e dezenas de pessoas dançando, se divertindo, a orquestra tocando. Uma imagem se suporpõe à anterior – e então duas imagens diferentes convivem ao mesmo tempo na tela. A primeira desaparece, e a segunda se superpõe a uma terceira, e assim por diante.

Numa seqüência que dura menos que dois minutos, o diretor Archie Mayo faz mais do que filosofar, teorizar, antropologizar, sociologizar sobre aquela sociedade: ele a desnuda através das imagens em movimento, do cinema.

E Archie Mayo jamais foi um gênio. Ninguém o comparou a um Orson Welles (que só apareceria uns oito anos depois), a um Fellini (que viria uns 20 anos mais tarde).

Até porque aquilo – aquela sequência esplendorosa, moderníssima à época, de um visual tremendamente impactante – não era propriamente uma gigantesca novidade. Vários outros filmes do início dos anos 30 exibiram tamanha beleza plástica.

Em 1921, da gélida Suécia, já haviam saído imagens impressionantemente belas, e de uma beleza até então rara, nas imagens em movimento: em A Carruagem Fantasma, Victor Sjöstrom havia feito superposições de imagem inacreditáveis, mostrando como que o espírito dos mortos saindo dos corpos deixados no chão, abandonados, sem vida.

Sob a aparência de uma comedinha, um belo estudo sobre as diferenças de classe social

Volto ao que diz Leonard Maltin: “classy Cummings”. A personagem interpretada por Constance Cummings era classy, uma mulher de classe, uma mulher rica, de riqueza de berço.

Noite após Noite, o filme que acabaria passando para a História por ter sido a estréia de Mae West no cinema, e nada mais, é um danado de um estudo sobre a diferença de classes na sociedade americana.

Não sei se os realizadores pretenderam isso, mas a verdade é que Noite após Noite pode ser visto como um fantástico estudo antropológico, sociológico, sobre o classismo na sociedade americana.

Às vezes me ocorre que há obras que acabam obtendo o status de grife enquanto outras não chegam lá – sabem Deus ou Freud por que razões.

De uma certa maneira, Night after Night é tão importante na exibição do classismo da sociedade americana daquela época quanto a obra de Theodore Dreiser e de F. Scott Fitzgerald, dois escritores geniais, conterrâneos e contemporâneos, em tudo diferentes um do outro, mas que falaram sobre exatamente o mesmo tema –a diferença entre os que nasceram ricos e os que nasceram pobres.

Fitzgerald demonstrava um triste fascínio pelos muito ricos. Dreiser demonstrava profundo nojo pelo abismo entre eles e os muito pobres.

Joe Anton, o protagonista do filme, tem, como tantos ex-pobres que ascendem, uma nostalgia, uma saudade daquilo que nunca tiveram, e os ricos, e até os ex-ricos, sempre tiveram: a educação, o conhecimento. Ou talvez se pudesse dizer, de forma mais amarga ou cínica, o verniz que vem do berço rico.

Ele é um bronco que quer aprender, se educar.

Joe Anton toma aulas com uma senhora culta, uma professora, Miss Mabel Jellyman (deliciosamente interpretada por Alison Skipworth, na foto acima). Tenta aprender com ela a forma de se expressar melhor, não usando gírias, e sim palavras polidas, educadas; tenta aprender a falar diferentemente de “nóis pega os peixe”. E mais ainda: tenta aprender com ela sobre o mundo à sua volta, o que acontece na política, nos demais países; quer saber mais do que simplesmente os assuntos das páginas de esporte do jornal. Numa das primeiras sequências, chama sua atenção, por exemplo, uma notícia sob o título “A filosofia de Einstein”, em que o olhinho, a linha fina antes do texto da matéria, diz o seguinte: “O destacado cientista declara que a riqueza retarda o progresso do homem”.

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Sua busca por uma dama distinta não é muito diferente da empreendida por Jay Gatsty, talvez o mais trágico dos personagens criados por Fitzgerald.

F. Scott escrevia suas histórias porque elas precisavam sair de dentro de sua alma de gênio, e então elas eram tristes, melancólicas, às vezes trágicas.

Noite após Noite é apenas um filme que pretendia divertir o público, naquela nação que vivia a mais profunda depressão da história recente do capitalismo mas só viria a conhecer um ataque a bombas em seu próprio território longas décadas depois, em 11 de setembro de 2001, e então sua narrativa é alegre, quase jocosa, e o final é feliz, quase como num filme de Frank Capra.

Joe prepara um jantar elefante para a dama. Aí surge Mae West como um elefante em loja de louça

Então discordo absolutamente de tantos livros que dizem que Noite após Noite só é importante porque marca a estréia de Mae West no cinema.

Não é só isso, não. É um filme muito, muito interessante.

Até para ajudar a fazer as novas gerações compreenderem que em 1932 realizadores cujos nomes não estão no Panteão dos grandes já faziam um bando de coisas que hoje elas consideram novidade.

Esta anotação já está longa, mas é absolutamente necessário falar, nem que seja um pouco só, sobre Mae West.

zznoite7Ela interpreta Maudie, uma das antigas amantes de Joe. Maudie tinha estado viajando, voltara à cidade havia pouco; liga então para Joe, quer revê-lo, mas este pede para que Leo (Roscoe Karns), seu braço direito, seu faz-tudo, diga que ele saiu.

Naquele momento, Joe só pensava na dama solitária que nas últimos noites aparecia em seu night-club, sentava-se sozinha à mesa, tomava um ou dois drinques e depois ia embora.

Numa noite, finalmente, Joe consegue conversar com a dama solitária, Miss Healy. Ela conta para ele tem estado ali porque aquela tinha sido a casa de sua família.

(Assim como o filme não se preocupa em explicar como Joe ganhou dinheiro suficiente para montar na bela mansão o seu night-club clandestino, também não se interessa em contar por que a família de Miss Healy teve que vender a propriedade.)

Joe consegue convencer Miss Healy a voltar no dia seguinte, para jantar com ele.

E então chama sua professora, Miss Mabel Jellyman, para fazer companhia a ele durante o jantar com a dama. Quer impressioná-la, mostrando-se amigo de uma senhora educada. Ao mesmo tempo, conta com a ajuda de Miss Jellyman para não deixar que ele demonstre que é um bronco, ignorante, sem educação.

É a grande noite da vida de Joe. Ele está tenso, nervoso.

O jantar começa sem grandes traumas.

Aí chega Maudie-Mae West. Naquela mesa que Joe tenta transformar em loja de bibelôs, Maudie aparece como um elefante irrequieto.

Mae West caiu como uma bomba atômica sobre o puritanismo da América

O personagem de Maudie parece ter sido talhado para Mae West. Ou em parte foi talhado por ela – consta que ela mesma reescreveu suas falas, acrescentou coisas.

Maudie, exatamente como Mae West, é solta, despachada, boca-suja, à vontade. Fala alto, faz gestos largos – é daquele tipo que depois de contar uma piada dá ela mesma uma gargalhada e um sonoro tapa nas costas do interlocutor.

Em um português tão chulo quanto o inglês de Mae West, era uma mulher esporrenta.

zznoite8Tinha, em 1932, 38 anos – nasceu no Queens, Nova York, em 1893 – e um físico que hoje a impediria absolutamente de ser a estrela que foi. Era uma mulher corpulenta, cheia. Para os padrões anoréxicos de hoje, era uma gorda – e fazia questão de usar vestidos colantes, que realçavam as formas amplas. Era até baixinha – tinha 1,55 metros, aos quais acrescentava uns 12 com saltos altíssimos, o que tornava seu andar ainda mais baloiçante, e os movimentos da derrière portentosa ainda mais óbvios.

Aos 39 anos, era uma veteraníssima. Havia começado a atuar aos 12 anos, no teatro de vaudeville. Passou a escrever peças, ou trechos delas – que falavam explicitamente de sexo. Em 1926, por causa de sua peça Sex, foi condenada por obscenidade, e chegou a passar dez dias na prisão, de onde saiu mais explícita ainda, para montar Diamond Lil, uma peça que, pelo jeito, ainda pareceria ousada em 1980.

O livro Leading Ladies resume: “Aos 40 anos de idade, quando a maioria das atrizes estaria fazendo papéis maternais, ela lançou uma série de filmes em que interpretava mulheres à cata de conquistas românticas tão avidamente e tão independentemente quanto qualquer homem. She Done Him Wrong (no Brasil, Uma Loura para Três, 1933), uma adaptação de Diamond Lil, salvou o estúdio da falência.”

O mesmo livro conta uma história tão maravilhosa que parece inventada. Mas, como se refere a Mae West, deve ter de fato acontecido. Para seu primeiro encontro com Walter Plunkett, o figurinista da Paramount que iria desenhar seus vestidos, Mae West apareceu vestindo sapatos de saltos altíssimos, uma volumosa peruca loura, e absolutamente nada mais. “Docinho”, ela disse, “pensei que você gostaria de ver o belo corpo que vai ter a oportunidade de vestir.”

Anotação em dezembro de 2013

Noite após Noite/Night after Night

De Archie Mayo, EUA, 1932.

Com George Raft (Joe Anton), Constance Cummings (Miss Jerry Healy), Wynne Gibson (Iris), Mae West (Maudie), Alison Skipworth (Miss Mabel Jellyman), Roscoe Karns (Leo), Louis Calhern (Dick Bolton)

Roteiro Kathryn Scola e Vincent Lawrence

Baseado na história Single Night, de Louis Bromfield

Fotografia Ernest Haller

Produção Paramount. DVD Continental.

P&B, 73 min

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