Houve uma Vez um Verão / Verão de 42 / Summer of ’42


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 2009: Há 200 mil filmes sobre o rito de passagem da adolescência para a maturidade, o fim da inocência infanto-juvenil, isso que em inglês chamam de coming of age, que é praticamente um gênero do cinema de Hollywood. Este filme aqui é dos mais belos, mais delicados de todos.

É um filme simples, despretensioso; deve ter tido um orçamento baixo, inclusive – embora seja uma produção de um grande estúdio, a Warner, tem todo o jeito de uma produção independente. Tem uma única locação – uma praia, uma pequena cidade numa ilha, que não se diz qual é. O elenco, pequeno, não tem nenhum astro. O diretor, Robert Mulligan, que eu particularmente adoro, é experiente, mas nunca foi badalado, jamais chegou a ser considerado muito importante.

A única pérola vistosa do filme – além da beleza radiante, solar, mesmerizante de Jennifer O’Neill, uma bela mulher que nunca chegou propriamente a ser uma estrela – é a trilha sonora, feita pelo francês Michel Legrand, um dos maiores compositores do cinema. O tema principal, romântico, nostálgico, melancólico, caiu no gosto popular, está em diversas coletâneas de temas de filmes.

E foi o que aconteceu também com o próprio filme. Caiu no gosto das pessoas; virou não propriamente um cult, porque cult a rigor é filminho metido a besta que agrada a uma patota, um grupo, uma tribo; virou um clássico, um pequeno novo clássico. 

É sempre um prazer revê-lo. Em 2002 revi com Mary, mas, na época, só anotei uma frase: “Gostoso de rever, tantos anos depois. Como era linda essa moça, nossa senhora!” Revi mais uma vez agora para botar uma anotação no site. A rigor, nem precisava: é um daqueles filmes que permanecem nítidos na memória da gente. Lembrava de diversos detalhes, tintim por tintim. E, mais uma vez, gostei de revê-lo.

asummerpraiaO filme abre com cenas da praia da ilha – uma praia, a rigor, sem nenhum charme, nenhuma beleza especial, ainda mais para nós, brasileiros. A areia é daquelas escuras, que parecem sujas, a vegetação se intromete em trechos da areia, há pequenos morros, elevações bem junto ao mar. Bem, mas então temos cenas da praia, e a voz de um adulto em off contando que passou um verão ali com a família e com os dois maiores amigos, Oscy e Benji.

         Garotos normais; não bonitos, não especiais – normais

Vemos, então, os três garotos, de uns 15 anos de idade, andando pela praia – Hermie, o que viria no futuro a ser o adulto que nos narra a história, Oscy e Benji, interpretados respectivamente por Gary Grimes, Jerry Houser e Oliver Conant. E aqui vem o primeiro de um dos muitos acertos do diretor Mulligan. Os três atores escolhidos são gente bastante comum; não são bonitos, nem atléticos, nem nada especial. Nada de gente especialmente bonitinha, como em tantos filmes para adolescentes dos últimos tempos.

asummerhermieGary Grimes, que faz Hermie, é magrelinho, com o cabelo um tanto anelado, com um pequeno topete, com um rosto normal, nada hollywoodiano ou global, assim como os dois outros. Jerry Houser, que faz Oscy, é meio gordinho; Oliver Conant, que faz Benji, usa grandes óculos. Os três garotos são um tanto desengonçados; Hermie é um tipo mais introspectivo, mais pensativo; Oscy é o falante, expansivo, comunicativo, metido a sabichão; Benji é tímido, desajeitado. Três garotos absolutamente comuns, normais.

E então, enquanto vemos os três garotos se aproximando de uma casa simples de madeira no alto de uma pequena colina debruçada sobre o mar, e, diante dela, um jovem casal apaixonado, o narrador está dizendo o seguinte:

“Nada desde aquele primeiro dia em que a vi, e ninguém que conheci depois, foi tão amedrontador e perturbador. Porque nenhuma pessoa que conheci a vida inteira fez tanto para me fazer sentir mais seguro, mais inseguro, mais importante, e menos significativo.”

Os três meninos estão naquele ponto exato da vida em que tudo é sexo, mulheres, sexo, mulheres, sexo. A câmara caminha pela praia com eles, numa das primeiras seqüências do filme, no meio daquele mar de mulheres expostas ao sol – e os meninos estão no auge da excitação, do tesão. Oscy é o direto, o explícito; Hermie é curioso, mas um tanto mais recatado; Benji é o tímido.

Descobrem um livro com fotos de mulheres nuas e do ato sexual. Ficam loucos.

Num passeio, Hermie vê a jovem mulher da casa da colina se despedindo do marido, que, de uniforme militar, pega um barco para o continente. De uniforme militar. O verão é o de 1942. Em dezembro de 1941 tinha havido Pearl Harbor, e os Estados Unidos estavam na guerra contra o Eixo Alemanha-Itália-Japão.

Oscy ri de Hermie, diz coisas do tipo, mas ela é velha demais! Mas também o incentiva: mulheres mais velhas sempre querem.

Um dia, a jovem mulher da casa da colina vai à cidadezinha fazer compras, deixa cair os pacotes, Hermie corre para ajudá-la.

         Um monte de seqüências inesquecíveis

asummerelaO filme tem uma série de seqüências marcantes, inesquecíveis. Essa seqüência em que Hermie, querendo dar uma de maduro e forte, se dispõe a carregar os pacotes da jovem mulher até a casa dela; a tentativa de estabelecer um diálogo – sem qualquer assunto que possa uni-los – é uma maravilha, uma delícia. A seqüência em que Hermie volta à casa da jovem mulher, a convite dela, para ajudá-la a guardar no sótão umas caixas pesadas de coisas de que ela não precisa muito – ela sobe na escada, com um short e uma blusinha curta, e ele e a câmara ficam embaixo olhando para as pernas dela; quando é a vez de ele subir a escada, as pernas estão bambas, ele treme inteiro.

Uso a expressão jovem mulher porque só bem mais para o final Hermie consegue perguntar a ela seu nome. É Dorothy. Dorothy – como a personagem central de O Mágico de Oz, o filme sensação de três anos antes da ação. Um nome simples, comum, como tudo o que acontece neste filme.

A seqüência da ida ao cinema, em que Oscy descola um grupo de garotas, e lá vão eles, Oscy com uma loura chamada Miriam (Christopher Harris), Hermie ao lado de uma morena chamada Aggie (Katherine Allentuck)… Que maravilha de seqüência! Lá fora do cinema, há cartazes de Tragédia no Circo/The Wagons Roll at Night, com Humphrey Bogart, e Sargento York, com Gary Cooper. O filme que está passando é A Estranha Passageira/Now, Voyager, com Bette Davis e Paul Henreidt – e o espectador vê duas ou três seqüências do filme, que ocupa a tela inteira. O espectador vê mais do filme que está passando no cinema do que Oscy e Hermie, mais preocupados em tentar bolinar as garotas no escurinho do cinema.

E a seqüência da ida à farmácia para comprar camisinha… De novo, que maravilha de seqüência. Mulligan alonga aquilo, não tem pressa alguma para terminar. É uma coisa boba, mas ao mesmo tempo é uma coisa importante para os garotos – e assustadora, apavorante. As carinhas que Hermie faz; a cara do vendedor… Maravilhosa seqüência.

A mais bela de todas virá quase ao final, o clímax do filme. Lindíssima, lenta, suave, profundamente triste. A câmara em travelling dando a volta de 360 graus na sala da casa de Dorothy, suavemente; sinais de muitos cigarros fumados, bebida. Que coisa absolutamente maravilhosa.

         Um filme despretensioso que caiu no gosto das pessoas

asummercloseEssa despretensão toda, essa beleza simples, econômica, suave, muito doce e muito amarga, seria recompensada com quatro indicações ao Oscar. Michel Legrand levou a estatueta de trilha sonora; as outras indicações foram para a fotografia – bela, mais em tons pastel, enevoada, que esplendorosamente colorida, de Robert Surtees -, a montagem de Folmar Blangsted, e o roteiro original para Herman Raucher. Herman – repare-se o nome do sujeito. Herman, Hermie. O filme teve ainda indicações para o Globo de Ouro e o Bafta; ao todo, foram quatro prêmios e dez outras indicações. 

Foi a quarta maior bilheteria daquele ano de 1971, depois de O Violinista do Telhado, Billy Jack e Operação França e à frente, veja só, de Diamonds Are Forever, a aventura de James Bond ainda na pele de Sean Connery. Rendeu US$ 20 milhões só nos Estados Unidos. É o que consta no livro The Hollywood Reporter Book of Box Office Hits.

O livro conta que Jennifer O’Neill havia sido modelo e tinha aparecido em muitas capas de revista; fez alguns papéis secundários a partir de 1968, mas “seu papel em Summer of ’42 levou-a ao estrelato”. Hum… Nem tanto estrelato assim. Entre 1975 e 1978 ela fez quatro filmes na Itália; o mais importante deles foi O Inocente, do mestre Luchino Visconti. Estrelou Scanners, de David Cronenberg, em 1981, e depois fez muita coisa para a TV. Continua na ativa – nascida em 1948, estava portanto com 23 quando fez este Summer of ’42 –, mas, pelo jeito, não voltou a fazer nada à altura de sua estonteante beleza. Ah, sim: por um acidente geográfico, Jennifer O’Neill nasceu no Rio de Janeiro, filha de uma inglesa e um descendente de irlandeses e espanhóis; foi criada nos Estados Unidos. O iMDB informa que ela se casou nove vezes. 

Tiro também do iMDB as informações abaixo:

Embora o autor Herman Raucher admita ter mexido na ordem de certos eventos e alterado alguns diálogos, o filme é (segundo as pessoas envolvidas) uma descrição acurada dos eventos na vida do próprio Raucher no verão de 1942 na Ilha de Nantucket – olha aí o nome da ilha que não aparece no filme! Ele não mudou sequer o nome das pessoas. Começou a escrever o roteiro como um tributo a seu amigo Oscy, que havia morrido na Guerra da Coréia, mas no meio do trabalho  compreendeu que queria escrever uma história sobre Dorothy, de quem nunca mais tinha ouvido falar depois da última vez em que se viram em 1942, conforme mostra o filme.

Numa entrevista na TV, Herman Raucher contou que, depois que o livro foi publicado e o filme, lançado, várias mulheres escreveram para ele dizendo ser Dorothy. Uma das cartas era da verdadeira Dorothy – ele pôde identificar.

Bela história. 

Bem, é preciso registrar que este é um daqueles filmes que mudaram de título no Brasil, com o passar dos anos. Foi lançado nos cinemas como Houve uma Vez um Verão; bem mais tarde, quando chegou ao mercado em VHS e depois em DVD, veio com o título com a tradução literal, Verão de 42.

Houve uma Vez um Verão/Summer of ‘42

De Robert Mulligan, EUA, 1971.

Com Gary Grimes, Jennifer O’Neill, Jerry Houser, Oliver Conant, Katherine Allentuck, Christopher Norris, Lou Frizzell

Argumento e roteiro Herman Raucher

Música Michel Legrand

Produção Warner Bros.

Cor, 103 min

R, ***

106 Comentários para “Houve uma Vez um Verão / Verão de 42 / Summer of ’42”

  1. Filme inesquecível… Vi qndo tinha 15/16 anos, na época em que a Globo nos dava o prazer de ver grandes filmes em suas madrugadas. Hj tenho 47 e posso dizer que certamente esse foi o primeiro filme que me tocou fundo, com sua música perfeita e sua história para ser guardada eternamente na memória!!!

  2. Assisti o filme quando tinha não mais que 13 anos, tenho hoje 49. Era uma madrugada, num certo momento do filme, meu pai me gritou de seu quarto para ir dormir pois a claridade da televisão e o volume estavam atralhando o seu sono.Me bateu um desespero na hora, pois não tinha como contraria-lo muito menos me desprender daquela obra prima, então, me bateu uma idéia, que me salvou a pátria. Peguei uma cadeira, postei bem próximo da tv e peguei um cobertor e joguei em cima de mim e dela, formando uma cabana. Saudade. Uma das poucas lembranças da infancia. Não tenho vontade de assistí-lo novamente pq. tenho medo de perder defintivamente o sentimento nostalgico pelo mesmo.Que gostoso de saber que tem outras pessoas que compartilham comigo destas boas lembranças. Um abraço para todos.

  3. Assisti em 1974 por aí, não imaginei que houvesse registros sobre o mesmo é inesquecivel
    para as pessoas da época.

  4. Tenho 54 anos e assisti pela primeira vez quando estava na faculdade em 1980, a segunda vez passou na globo em 1992(acredito), mas teve muita interrupçao, o Presidencia Collor estava sendo derrubado da Presidencia e toda hora interrompiam o filme.
    Graças a Deus consegui o filme original que para mim e uma verdadeira reliquia.

  5. Classifico como um dos filmes mais especiais, sem as frescuras dos adolescentes de películas hollywoodianas. Jennifer O’Neill está simplesmente bela e expressiva, o personagem caiu-lhe como uma luva. Achei a história comovente, linear e envolvente. A cena do quarto onde se desenrola o encontro dos dois protagonista é irreparavelmente sensual. Um grande filme, imperdível.

  6. Os comentários não deixam dúvidas quanto ao poder deste filme (considerado simples e despretencioso) de marcar a vida das pessoas. Eu o assiti ha muitos anos e nunca esqueci das cenas principais e dos atores, mesmo não sendo o estilo de filme que mais me agrada. A trilha sonora é simplesmente maravilhosa. Muito bom!…

  7. sempre me pego assoviando um trecho dessa bela trilha sonora , o filme é apaixonante e acho q/ o seu segredo está na magia da adolescência e me recorda lindos momentos q/ vivi tbm no litoral . sem dúvidas um dos mais agradaveis filme q/ já assisti e recomendo e pretendo reve-lo assim q/ a saudade bater nvm ..ps:considero este filme cm um dos melhores presentes q/ já foi criado p/ quem gosta de cinema ,abgdo a quem participou dele..

  8. assisti esse filme no Corujão da globo quando eu tinha uns 12 anos(1992). É por causa dele que adquiri uma paixão especial por trilhas instrumentais; demorou quanse 15 anos pra descobrir o nome dele e hoje procuro um dvd original para mim. Uma das melhores definições de amor que já vi em minha vida.

  9. Assistí esse filme na minha adolecencia,e até hoje não o esquecí…um belo filme.

  10. sou alucinado por este filme !! quero compra-lo !! me ajudem a encontrá-lo por favor !!!

  11. O QUE DIZER DESTE FILME? SE TUDO JÁ FOI DITO, VOU SÓ ACRESCENTAR: BOM, BONITO E EXCEPCIONAL.

  12. Este é um daqueles filmes que a gente não mais esquece. Assisti-o pela primeira vez décadas atrás em uma TV transistorizada. Era garoto então. Não havia videocassete, gravador de cd/dvd, nem TV por assinatura, nem internet. Ficava a mercê de uma eventual reprise.
    Felizmente, nesse ponto ao menos, a tecnologia evoluiu e tornou-o mais acessível. Carrego-o sempre comigo, em meu tablet, juntamente com “Em Algum Lugar no Passado”.
    “Verão de 42” tem muito a dizer as gerações atuais sobre o crescimento, a sensibilidade, como se fazer um bom filme e apreciar a beleza na simplicidades das coisas. Além de enfocar em segundo plano o horror da guerra, ainda que distante.
    Além deste e de “Em Algum Lugar no Passado”, recomendo alguns filmes mais antigos que os acima e igualmente belíssimos: “O Retrato de Jenny” e “A Ponte de Waterloo”.

  13. Assisti esse filme em 77 nessa época tinha 09 anos foi um momento inesquecível pois fez sentir sensações que ainda desconhecia como amor, sentimento, atração, conquista e muitas outras.
    Simplesmente maravilhoso pois a cada dia tenho-o vivo em minha memória, acho que talvez por estarmos cada dia mais distante dessa simplicidade da vida.

  14. Gostaria de saber como faço p/ adiquir o cd ou o dvd do filme Houve Uma Vez Um Verão na versão 1 e 2 , a compra seria via correio , se alguém souber entre em contado pelo meu email, grato.

  15. a maioria dos comentários é de homens . seriam os homens mais românticos? a bela jennifer o’neill nasceu no brasil.música tema emocionante num grande filme.

  16. Franklin, por que você não compra via amazon, ou Livraria Cultura, ou americanas.com, ou alguma outra loja virtual qualquer?
    Um abraço.
    Sérgio

  17. Que filme incrivel. Não consigo parar de pensar nesse filme. As cenas são maravilhosas, e cada dia que passa eu procuro mais infomações. Fico imaginando como foi a vida de Dorothy depois que ela se foi. Tenho 22 anos e tudo que eu gosto são filmes e musicas antigas, dizem que nasci no ano errado.

  18. Srs.
    Com eu poderia conseguir uam cópia desde dvd sensacional para minha coleção???
    Agradeço pelo retorno.
    Abraços.

  19. Assisti esse filme quando era adolescente e nunca mais esqueci. Na época, ficava pensando no filme o tempo todo, querendo me transportar para aquela ilha. A música tema é uma das minhas preferidas. Hoje, estava revendo o DVD que gravei quando passou no TCM e resolvi dar umas pesquisadas na net sobre o filme. Me deparei com este site e deixo aqui registrado minha admiração.

  20. Filme lindo que relata a historia de adolsecentes,isso me faz lembrar da minha epoca.Gostaria de rever-lo!!!

  21. muito tempo procuramdo este filme e acabei encontrando outro iagualmente lindo Malena . que lembrava bastante verão de 42 só q naõ lembrava o nome . maravilhosooo
    consegui encontar ate um site para assistir e baixr .n perco mais essas reliquias valeuuuu

  22. Este filme mexeu comigo, me fez voltar no tempo (sou de 1945). A ilha me faz lembrar as praias da época de minha adolescência e a historia lembra das paixões vividas. É sensacional, dá vontade de voltar ao passado, quando a gente era feliz e não sabia.

  23. Simplesmente uma OBRA-PRIMA. Assisti pela primeira vez nos anos 80, numa madrugada de domingo para segunda na Globo. Eu tinha uns 15 anos… E uma coisa é certa… FOI UM FILME INESQUECÍVEL E SEMPRE SERÁ!

  24. Inesquecível, tinha 13 anos e era apaixonado por uma mulher madura, a qual tive o meu primeiro amor.Esta marcado com este fato da minha vida.

  25. Assisti esse filme quando jovem, hoje estou com 64 anos e não me canso de indicá-lo,esse tipo de história pode acontecer com qualquer um de nós quem não viveu um grande amos.

  26. Lindo filme. Comovente mesmo. Lembrava dele vagamente nos anos 80. Na época (olha só) não quis assistir porque focava o universo masculino. Hoje aos 51 vejo com os olhos de quem muito viveu e pode dizer amor é amor, sublime, nostálgico e vivo, independente do universo focado.
    Um dos meus preferidos.

  27. Ontem, 1º/11/2017, estava entre velhos amigos conversando sobre nossas adolescências, nossas belas lembranças… Até que um deles falou de um filme que lhe remetia muito a este período. Não sei como, mas algo que estava adormecido me veio de imediato. Coincidentemente era o mesmo filme que vimos em tempos próximos, mas em lugares distintos. Voltei no tempo. Foi-me marcante esse filme. Assisti-o acho que em 73/74, não me recordo bem. O fato é que eu recém curtia um amor platônico visceral. Morávamos na quadra militar. Havia uma amigo do meu pai, jovem casado com uma bela moça, lá pelos seus 19 a 22, por ai, recém chegados na quadra. Eu com os meus 15 anos, fiquei louco (à primeira vista) por aquela morena; acho que nunca tinha visto uma mulher tão bonita e sensual. Arrumava sempre uma desculpa para me colocar no caminho dela, forjava as coincidências. Não dormia à noite pensando naquela linda carioca e invejoso do marido. O ônibus passava na quadra para pegar os militares e, de quando em vez, eu a via deixando o esposo e dando-lhe um terno beijo. Ah, quanta inveja! Ainda assim sonhava. Certo é que eles não demoraram muito, Voltaram para o Rio. Fiquei mais triste quando soube da noticia, parecia que ia morrer. Curiosamente, meses depois assisti a esse filme e me vi ali, muito vivo, presente no lugar do Hermie (Gary Grimes). Que sofrimento! Levei anos com as cenas e as músicas na cabeça. Voltou tudo. Quando ia ao Rio, olhava todas as moças que por mim passavam na esperança de encontrar minha Dorothy. Íamos muito à praia da Barra (toda garotada) que parecia muito o cenário da filmagem. Praia deserta, vegetação natural intacta … e tudo aquilo me lembrava a Lúcia. Eis que aqui novamente estou, muito saudoso, diria até nostálgico. Saudade imensa de uma época e de um amor não correspondido e que, por anos, me fez sonhar e me atormentou. Soube que o marido morrera de acidente pouco tempo depois de terem retornado ao Rio. C’est la vie.

  28. Pra começo de conversa, já assisti este filme mais de 10 vezes…Foi o filme que mais marcou a minha vida…Eu tinha 18 anos, no auge do romantismo… Vou contar um segredo que quase ninguém sabe. Jannífer O’Neill,a Dorothy do filme, aquela por que Hermie se apaixona, nasceu no Rio de Janeiro.

  29. assisti este filme a muitos anos atras nunca mais me saiu da lembrança hoje tenho 71 anos de vida e gostaria de velo novamente, pois passei por uma situação parecida grato.

  30. Acho q eu tinha uns 14 anos e assisti na sala de cada c meu namoradinho..essa trilha sonoroa é das melhores e marcou a minha época hoje c 60 anos lembro perfeitamente daquele dia.Poxa gostaria tanto de assistir novamente assim como Love Story,drGuvago,girassóis da russia

  31. Hoje estou revendo pela décima quinta vez , essa obra prima de Robert Mulligan. Assisti pela primeira vez no ano de 1973, quando foi “lançado ” nos cinemas de minha cidade (Maringá /Pr). O filme não envelheceu, talvez por retratar o verão de 1942, 29 anos depois, em 1971. Um filme inesquecível, mágico e esplendoroso.

  32. Roberto Schima, boa tarde. Permita-me um lembrete: coloque em sua relação outro filme igualmente belo e comovente: Cinema Paradiso. Saudações, Beneti

  33. Excelente o post, excelente o filme. Uma estória bem construída, a atriz principal linda, a música de Legrand, que depois foi tema da Sessão de Gala por muitos anos. Mas é um filme que, hoje, enfrentaria rejeição, acusariam a pobre viúva do oficial morto de pedofilia, por se envolver com um garoto imberbe de 14 anos. Os tempos mudam e os valores e conceitos, também.

  34. Há relatos daqueles que consideram ser esta história verídica que, após o lançamento do filme, em 1971, a verdadeira Dorothy teria enviado uma carta a Herman Raucher, informando-lhe que havia se casado outra vez, que era muito feliz e que já era avó.
    No Brasil, este filme foi lançado em DVD com o nome de “Verão de 42”. Uma outra curiosidade sobre o mesmo é que a atriz Jennifer O’Neill, filha de uma mãe inglesa e de um pai descendente de hispano-irlandeses, nasceu na cidade do Rio de Janeiro mas, logo depois, a família mudou-se para Nova York.

  35. Na verdade, as locações do filme não foram propriamente feitas na tal ilha onde ocorreu a estória em 1942, e sim, na Costa Oeste Americana, se não me falha a memória.

  36. Quando eu tinha uns 20 anos comprei uma fita cassete com temas de grandes filmes, entre eles Summer of ’42. Me apaixonei tanto pela música que pedi ao pianista que tocasse no meu casamento. Mas como assistir o filme se não existia nem vídeo-cassete. Então, só pude me deliciar com a exibição na sessão corujão da Globo no final dos anos 80, uns 10 anos depois que conheci a música. Hoje, graças às tecnologias posso assistir com meus filhos e dizer pra eles o quanto Summer of ’42 marcou minha vida.

  37. Esse filme é a mais delicada, sensível, agradável e até engraçada produção, quanto ao tema da “primeira vez” masculina. A sensibilidade do diretor e a genialidade de Michel Legrand, o francês autor da música tema do filme, trazem a lembrança de como eu conheci essa obra prima do cinema. Eu morava em uma cidade do interior do Paraná e a transmissão da TV se encerrava as 01h30min da madrugada… E, na primeira vez, eu perdi o final do filme… e o seu nome, também. Foi terrivel. Depois, bem mais tarde, um amigo me emprestou uma cópia em video cassete e finalmente eu consegui assisti-lo por inteiro. Hoje, tenho a cópia, transformada em DVD e o original também. Maravilhoso. Uma história do menino que nós perdemos ao nos tornarmos adultos e do adulto que precisa ser resgatado para reencontramos o menino, outra vez, em nosso coração…

  38. Acabei de revê-lo ontem, vi quando tinha uns 12 anos num corujão e não lembrava o nome de jeito nenhum. Lembrava da trilha do enredo e nada. não conseguia descobrir. Ate que joguei no google ”
    temos como; “scene condom icecream” e decobri o filme que passei mais de 20 anos tentando descobrir. Muito bom. simples e bem feito.

  39. É um dos raros filmes que o autor encontrou inspiração, sensibilidade e técnica para construir essa obra maravilhosa de uma sensibilidade ímpar em que, fotografia,música e história se entrelaçao em perfeita harmonia. Parabéns pela belíssima obra!!!

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *