1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2008: Um drama familiar mostrado com a frieza que seria de se esperar de uma produção belgo-suíça.
No dia em que comemora o que é chamado de seu jubileu (imagino que seja o que chamamos de bodas de prata), homem abandona sua casa – onde vive com a mulher e uma irmã doente – e vai para a da irmã que não via fazia anos, que é dona de uma boate.
Mulher, filha e a irmã doente fazem apelos para que ele volte, sem sucesso. O espectador não sabe o que o levou a sair de casa. Assim como não sabe o motivo do ódio que as duas irmãs dele têm uma pela outra – a doente e a dona da boate. No final do filme, o marido voltará para casa – sem explicar nem para o espectador nem para a mulher por que saiu e por que voltou.
O filme não dá nenhuma pista para se saber onde se passa a ação – tudo o que o espectador vê são ruas de um bairro de uma cidade qualquer. Pode ser na parte alemã da Suíça, ou em Flandres, a parte flamenca da Bélgica.
Terminado o filme, elaborei a teoria de que talvez o diretor tenha querido apenas fazer uma grande piada sobre o estereótipo que se costuma fazer dos suíços, de que eles são fechados, não se comunicam, não sabem expressar suas emoções.
O título brasileiro é tão incompreensível quanto o filme. Não há qualquer tipo de choque de classes.
Choque de Classes/Confituur
De Lieven Debrauwer, Bélgica-Suíça, 2004.
Com Marilu Mermans, Viviane de Muynck, Chris Lomme
Roteiro Jaak Boon e Lieven Debrauwer
Cor, 84 min.
*
Olá. Eu vi esse filme ontem e gostei bastante. Não concordei com alguns de seus comentários. É verdade que os personagens não explicitam seus sentimentos, mas isso não quer dizer que o espectador não possa entender suas motivações. É tudo muito sutil, delicado. Na minha opinião, Tuur saiu de casa porque estava infeliz, entediado com aquela vida monótona, que não deveria ser oq ele sonhava quando jovem. O motivo da briga entre as irmãs, embora Gerda não tenha admitido, acho q ficou bem claro que era realmente oq Emma e Josée disseram: inveja. Inveja da irmã e da cunhada que tiveram amor na vida, enquanto ela ficou presa numa cama, sozinha e infeliz. O filme mostra que o casal, separado, tem a oportunidade de se virar sozinhos e refletir sobre a vida, e eu acho que no final eles percebem que sentem falta um do outro. Emma, a esposa, consegue cuidar da casa e da loja sozinha, oq a deixa muito orgulhosa, mas sempre olha pro quarto do marido, sentindo falta dele. Tuur experimenta uma vida diferente, mas depois confessa para a irmã que cometeu um erro e nunca deveria ter saído de casa. Ele sente falta da sua vida de sempre, da loja e da esposa, é por isso que ele volta. Ele não precisa explicar nada, porque a esposa entende, já que ela também sentiu isso. Bom, essa foi minha interpretação. O bom desse tipo de filme é justamente permitir uma reflexão sobre a vida, relacionamentos, e cada um pode chegar a uma conclusão diferente. Eu gostei.
Ah, o título em português realmente é terrível. Não faz nenhum sentido. Que mania os responsáveis pela distribuição tem de querer fazer um título “marcante”. Melhor seria ter somente traduzido o original: compota/geléia, que é oq Emma faz para salvar a loja.