3.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2008: Uma pequena maravilhosa pérola do competente novo cinema argentino. O diretor Daniel Burman e o ator Daniel Hendler trabalharam juntos várias vezes – inclusive no também muito bom O Abraço Partido, de 2004.
Aqui, Daniel Hendler faz Ariel Perelman, um advogado, filho de Bernardo Perelman (Arturo Goetz), também advogado, uma belíssima figura humana. Ariel casou-se com Sandra (Julieta Díaz), que foi sua aluna, uma bela e boa moça, que trabalha com essas coisas de bem estar físico, shiatsu ou sei lá o quê. Têm um filhinho adorável, a vida vai basicamente bem.
O doutor Perelman pai, no entanto, ao perceber a proximidade da morte, vai querer que o filho herde seu escritório e seus clientes, na maior parte gente humilde, simples, a quem serviu com total dedicação ao longo de muitos anos. O filho, no entanto, reluta: está contente com seus trabalhos como professor e defensor público aplicado.
Um belo, sensível filme sobre relações familiares, amor, vida.
Interessante notar que, nos dois filmes, tanto O Abraço Partido como neste aqui, o diretor Burman focaliza a colônia judaica de Buenos Aires; ele segue bem aquela lição – fale sobre a sua aldeia e você será universal.
Aliás, vejo que Burman é extremamente jovem – nasceu em 1973; estava portanto com 33 quando fez este filme, o sétimo da sua carreira.
O filme foi escolhido pela Argentina para representar o país na corrida pelo Oscar em 2006. Ganhou sete prêmios, teve outras quatro indicações.
As Leis da Família/Derecho de Família
De Daniel Burman, Argentina-Espanha, 2006.
Com Daniel Hendler, Arturo Goetz, Julieta Díaz
Argumento e roteiro Daniel Burman
Música César Lerner
Produção BD Cine. Estreou em São Paulo 3/8/2007.
Cor, 102 min.
***1/2
Um bonito filme, delicado e sensível.
Só fiquei em dúvida se a mulher do Ariel chegou a traí-lo com um dos alunos (de pilates, e não de shiatsu) ou se era coisa da sua cabeça.
E, Sérgio, o casal tem um filho, e não filha, o fofíssimo Gastón.
É de admirar saber que o diretor e roteirista tinha apenas 33 anos quando fez este filme, o que só me faz sentir mais “vergonha alheia própria” dos filmes brasileiros. Arre!
Jussara, muito obrigado por me chamar a atenção para o erro – o casal tem é um filho, e não uma filha. Graças a você, pude corrigir a informação.
Sérgio
O filme é muito sútil. Seus dramas não são causados por grandes traumas, como violência, abuso, etc… mas de uma confusão de identidade entre pai e filho e o dia a dia de uma família. E isso fica impregnado na sua estética baseada no cotidiano: figurino, arte, locações.
Não senti também aquela curva dramática … Quando o filho percebe que algo estranho acontece com o pai … Não há choro, desespero, tudo segue no mesmo ritmo.
A Buenos Aires dos argentinos também aparece, como também alguns pontos turísticos. Linda, mas ainda a cidade em que os argentinos vivem.
Ela fala dos pequenos dramas que vivemos … pois a maioria de nós não viveu, sofreu com grandes ou fortes coisas, mas com pequenas como mostra o filme.
PS: O que é o menino Gaston? O atorzinho é filho do diretor, né? Uma fofurrrra! Ótimo o menino.