2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Apesar de ter no elenco o astro John Travolta e a estrela em ascensão rápida como um cometa Scarlett Johansson, este Uma Canção de Amor para Bobby Long não é um filme do cinemão americano.
É uma produção independente, que até, parece, teve problemas de falta de grana no meio da produção. O diretor Shainee Gabel, é um jovem da Filadélfia, que tinha só 35 anos e apenas um documentário, Anthem, no currículo, quando fez o filme.
Acho que essas características explicam e justificam as vantagens e as desvantagens do filme.
Uma das vantagens (que, é claro, alguns podem considerar desvantagem) é que, ao contrário de boa parte do que produz o cinemão americano, este filme aqui não focaliza nem a saga de criminosos nem a vida de gente rica, fina, chique, morando em elegantes subúrbios ou belos apartamentos em Manhattan.
Nada disso. Não há charme nem opulência. Aqui o que se vê são desajustados, bêbados, malucos, os drop outs do sonho americano – ou que simplesmente não quiseram saber dele.
Uma garota jovem, um tanto perdida na vida, Pursy (o personagem de Scarlett Johansson), vai para Nova Orleans quando a mãe, Lorraine, morre, para tomar posse da casa deixada por ela. A casa, meio em ruínas, num bairro distante, está ocupada por dois vagabundos bêbados decadentes, que parecem ter saído de uma história de Charles Bukowski: Bobby Long, um ex-professor de literatura (John Travolta), e Lawson (Gabriel Macht), um de seus ex-alunos preferidos. Os dois dizem a Pursy que Lorraine deixou a casa para os três.
A garota se espanta com esse fato, com a imundície da casa, o desleixo com que tudo ali é tratado, com a quantidade de cachaça que se ingere ali – mas, não tendo outra opção na vida, nem dinheiro, nem educação formal que permita encontrar algum bom emprego, vai ficando por ali com aquela dupla de metidos a literatos, tentando limpar um pouco a sujeira e botar um pouco de ordem na bagunça sem fim. A princípio, ela sente uma certa repulsa por aqueles dois, enquanto Bobby Long a vê como uma intrusa desagradável de quem gostaria de se ver livre; como seria de esperar, com o tempo, é claro, vão criando laços afetivos, vão se aproximando.
OK. O personagem de Travolta é mesmo meio clichê do tipo intelectual decadente do Sul, como diz a crítica do AllMovie. Mas Travolta é um belo ator, está ótimo, mesmo falando muita literatice (ou por isso mesmo), e Scarlett Johansson é aquela delícia total de se ver.
O final trará – como reparou Wendell Borges no seu blog Arquivo X de Cinema – um final que o espectador àquela altura já está cansado de saber o que vai ser.
Então, temos um filme que não é memorável, mas que tem alguns encantos, e deixa-se ver agradavelmente.
O diretor e roteirista Shainee Gabel se baseou numa novela, Off Magazine Street, que ainda não tinha sido publicada. Interessante é que o filho desse escritor, Grayson Capps, um cantor e compositor, aparece no filme, e a trilha sonora usou várias de suas canções. Ouvi faixas de seu disco If You Knew My Mind, de 2005, e o som dele é absolutamente perfeito para a atmosfera do filme: são músicas rústicas, rascantes, roufenhas, sujas, lânguidas, irônicas, gostosas mas ao mesmo tempo amargas – não poderia haver nada, mas absolutamente mais antípoda, mais oposta a, digamos, Sex and the City ou Noiva em Fuga.
Uma Canção de Amor para Bobby Long/A Love Song to Bobby Long
De Shainee Gabel, EUA, 2004.
Com John Travolta, Scarlett Johansson, Gabriel Macht, Debora Kara Unger
Roteiro Shainee Gabel
Baseado na novela Off Street Magazine, de Ronald Everett Capps
Música Nathan Larson
Canções Grayson Capps
Produção Destination Films
Cor, 119 min.
**1/2
meu esse flime e muito romatico quasse me fes chora mais eu queor conhecer os 3 personagens do flime
É um filme bem diferente do estamos acostumados do cinema americano, mas vale à pena. O consederei bastante poético e até um pouco melancólco (claro, é um drama), mas pra quem gosta de filmes simples, rústicos com uma pitada de música country e com uma lição singela e excêntrica familiar, vai apreciar muito esse filme, assim como eu.
Realmente não é um “filmão” mas, sim, um filme muito bom de se ver. E, como dizes, a presença da Scarlett, é divina.Gostei do Travolta mas já vi bem melhor em outros.
A Debora Kara aparece pouco mas gosto dessa atriz. O Gabriel é a primeira vez que vejo mas, mandou bem.
A literatice que dizes que o Travolta fala, tem referência com as citações que aparecem no filme?
Gostei muito também da trilha sonora.
Sergio, um detalhezinho, só… tu viste o filme em 2007, não sei se vais lembrar.
Reparaste que logo no começo do filme quando ele (Travolta-Long)sai do bar e caminha(que caminhada, puxa !!) até o cemitério, ele está com o sapato no pé esquerdo e chegando lá, o sapato está no pé direito?? O que houve? A “ferida”” mudou de lugar??? E, depois, na cena seguinte, quando ele sai do orelhão e vai conversando com o Lawson o sapato voltou para o pé esquerdo. Caramba !!!
Isso é erro de continuidade, não??
Mas, o filme é bom mesmo assim.
Caro Ivan, não tinha reparado nesses grosseiros erros de continuidade que você aponta… Mas a verdade é que esses erros são extremamente comuns. Volta e meia são mostrados em programas de TV. E o IMDb, o grande site enciclopédico, traz, para cada filme, uma página de erros – ou “goofs”, em inglês. Vale a pena ver…
Um abraço.
Sérgio