Obsessão / Loverboy


2.0 out of 5.0 stars

 Anotação em 2007, com complemento em 2008: Kevin Bacon, bom ator, sólida carreira iniciada em 1978, é um diretor bem bissexto. Dirigiu um filme para a TV em 1996, Losing Chase, com a ótima inglesa Helen Mirren, e só voltou à direção em 2005, com este filme aqui. 

A rigor, não dá para entender muito bem o interesse dele em filmar essa história de uma mãe solteira que foi maltratada na infância e, quando tem um filho, torna-se uma superprotetora obsessiva.

Talvez tenha sido para dar uma oportunidade à sua mulher na vida real, a atriz Kyra Sedgwick, de ter um papel forte, num drama pesado. Os dois haviam contracenado um ano antes em O Lenhador/The Woodsman, um filme sensível sobre tema polêmico, a segunda chance a um homem que foi preso e cumpriu pena por molestar crianças.

Um leitor do iMDB fez uma ótima resenha da história, o que me poupa de fazê-lo:

“Emily conta a seu filho Paul, agora com seis anos de idade, a história de sua vida – como ela buscou ficar grávida, como ser uma mãe sem um marido, e criar uma criança perfeita, excepcional, a quem ela chama de Loverboy. Em flashbacks mostrados ao longo de uma falsa viagem de carro – de modo a que ele possa praticar a direção -, vemos a infância de Paul, as brincadeiras dos dois juntos (às vezes beirando uma coisa maníaca), e seu desejo crescente de ir para a escola e ser como os outros garotos. Vemos também flashbacks da infância de Emily, com pais tão apaixonados um pelo outro que ela era virtualmente ignorada. Emily conseguirá deixar Paul ser como as outras crianças? Ou ela conseguirá, como na canção de David Bowie que ela canta na escola, construir uma vida em Marte?”

OK, é um filme independente, longe da tirania dos grandes estúdios e da submissão aos resultados da bilheteria, e é uma história sobre seres humanos, família, relações familiares, e não uma saga de bandidos que dão dez tiros por segundo, e então é um filme bem-vindo.

Ao mesmo tempo, no entanto, o personagem de Emily, a mãe, e sua relação com o filho são tão doentios, que, sei lá, acabam deixando o filme – embora ele seja bem feito, com talento e dedicação – com aquele gostinho assim de, sei, mas por que mesmo contar esta história?

 

Obsessão/Loverboy

De Kevin Bacon, EUA, 2005.

Com Kyra Sedgwick, Kevin Bacon, Matt Dillon, Campbell Scott, Marisa Tomei

Roteiro Hannah Shakespeare

Baseado em novela de Victoria Redel

Música Michael Bacon

Produção Bigel/Mailer Films

Cor, 84 min

**

3 Comentários para “Obsessão / Loverboy”

  1. Para os alunos de Psicologia esse filme é prato cheio para discussões relacionadas a visão psicanalitica da relação mãe-bebê,da forclusão do pai(a não-entrada de um terceiro nessa relação) e de como isso resulta na personalidade do filho futuramente.E outras coisitas mais…^^

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