3.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Já vi este filme várias vezes, e cada vez que revejo gosto mais. (Anotei que o vi em março de 1992 e janeiro de 1993, mas na primeira anotação já há um R de revisto.)
Foi este filme que me fez me apaixonar pela Debra Winger, essa atriz talentosíssima que deveria ter feito muito mais filmes. Exigente, preciosista, parece que ela recusou vários papéis, e depois simplemente sumiu de cena – não fez nenhum filme entre 1995, o ano de Esqueça Paris/Forget Paris, e 2001, quando fez um filme chamado Bad Love; de lá para cá fez apenas três filmes, em papéis secundários.
Debra Winger está absolutamente extraordinária como Alex, uma agente do FBI workaholic, sem vida pessoal, desleixada com sua própria aparência, solitária, obcecada em comprovar que têm conexão casos de milionários mortos – que eles na verdade foram assassinados pela mesma mulher, a viúva negra do título, interpretada pela bela e sensual Theresa Russell.
A obsessão vira inveja e ao mesmo tempo quase uma paixão pela assassina, quando as duas se encontram, no Havaí, e acabam disputando o mesmo homem, o milionário que seria a vítima seguinte (Sami Frey).
O filme já valeria única e exclusivamente pela interpretação de Debra Winger. Mas ele tem várias outras qualidades.
As cenas no Havaí são ótimas, num cenário deslumbrante, belíssimo, e variado (o filme mostra muito a vegetação exuberante do interior das ilhas, e também a região vulcânica da maior das ilhas, a do Havaí propriamente dito, além das praias maravilhosas). E é brilhante ao mostrar a complexidade da relação entre as duas mulheres, cheia de diferentes climas, várias sensações díspares.
E é sensacional a transformação visual de Alex depois que ela se aproxima de Catherine Petersen, a viúva negra; incentivada pela assassina que ao mesmo tempo persegue, odeia, inveja e deseja, a policial desleixada de antes vira uma mulher linda, chiquérrima, atraente.
Outra qualidade é a escolha do tipo de narrativa, que é o anti-Agatha Christie, o anti-quem-foi-que matou, o anti-whodunit. O diretor Ralph Rafelson e o roteirista Ronald Bass optaram pelo estilo que Hitchcock usou muitas vezes, de mostrar tudo para o espectador; sabemos desde o início do filme que Catherine Petersen é mesmo a assassina. O que mantém o espectador atento, preso à trama, é exatamente a vontade da agente Alex de descobrir a verdade, de conseguir provar a culpa da assassina.
Um belo filme.
O Mistério da Viúva Negra/Black Widow
De Ralph Rafelson, EUA, 1987
Com Debra Winger, Theresa Russell, Sami Frey, Denis Hopper, Diane Ladd, James Hong
Roteiro Ronald Bass
Música Michael Small
Produção Amercent Films
Cor, 102 min
R, ***1/2
Ola, vi seu post sobre o filme Black widow e nao o encontro em lugar algum… Se souber por favor me avisa, queria muito ver esse filme novamente.
Att
Renata.
É dureza, viu, Renata? Muitos filmes não são mantidos em catálogo pelas empresas; a tiragem acaba, e pronto. Deve ser o caso deste “O Mistério da Viúva Negra”; dei uma olhada nos sites de venda, e de fato o filme não aparece.
Um abraço.
Sérgio