2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: Os imensos talentos de Katharine Hepburn, uma das mais extraordinárias atrizes da história do cinema, mulher de personalidade e vontades fortes, e George Cukor, um dos grandes diretores do cinema americano, um entendido da alma feminina, trabalharam juntos nada menos que dez vezes, entre 1932 e 1979. Este filme aqui foi o último deles.
Vale a pena listar os outros. Vítimas do Divórcio/A Bill of Divorcement, de 1932, a estréia de Katharine Hepburn no cinema. Quatro Irmãs/Little Women, de 1933, uma das muitas adaptações do livro de Louisa May Alcott para o cinema. Boêmio Encantador/Holiday, de 1938, em que ela faz a irmã rebelde, ovelha negra, da noiva do personagem de Cary Grant.
Núpcias de Escândalo/The Philadelphia Story, de 1940, em que ela vive um quase triângulo amoroso com Cary Grant e o jovem James Stewart, às vésperas de se casar com um outro sujeito – a história seria refeita como musical mais tarde, em Alta Sociedade/High Society, com Bing Crosby, Grace Kelly e Frank Sinatra.
O Fogo Sagrado/Keeper of the Flame, de 1942, A Costela de Adão/Adam’s Rib, de 1949, e A Mulher Absoluta/Pat and Mike, de 1952 – os três estrelados pela fantástica dupla Hepburn-Tracy. Amor Entre Ruínas/Love Among the Ruins, de 1975, ela ao lado de Laurence Olivier.
Este O Milho Está Verde, feito para a TV, refilmagem de uma obra de 1945 com outra atriz de personalidade forte, Bette Davis, a rigor, a rigor seria um tanto dispensável – mas não para quem admira a grande Kate.
Aos esplendorosos 72 anos (iria trabalhar até os 87), a grande dama brilha como sempre, num papel apropriado para ela: o de uma professora cheia de força, determinação, que dá aulas para jovens pobres e rudes de um vilarejo empobrecido do País de Gales. Entre esses alunos, a professora, Miss Lilly, está convencida de que encontrou um que tem uma inteligência brilhante embaixo da casca grossa da rudeza e da ignorância de quem é pobre e nunca teve oportunidades na vida.
O Milho Está Verde/The Corn is Green
De George Cukor, EUA, 1979.
Com Katharine Hepburn, Ian Saynor, Bill Fraser
Roteiro Ivan Davis
Baseado na peça de Emilyn Williams
Produção Warner Bros. Television
Cor, 93 min
**
Um dos melhores filmes que assisti. Ideal para quem busca respostas. Ainda numa mina de carvão há esperança.
George Cukor demostra grande sensibilidade e consegue tocar no fundo dos corações mais reticentes.