3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2007, com complemento em 2008: É interessante que a diretora indiana Mira Nair tenha sido chamada para refilmar essa história clássica sobre preconceito social, classismo, na sociedade inglesa – ao mesmo tempo a mais democrática e a mais classista da civilização ocidental.
E é também interessante, e um tanto esquisito, que a protagonista seja uma americana, Reese Witherspoon, com tantas atrizes inglesas brilhantes – maluquices do cinemão comercial do início do milênio.
O filme é um luxo visual e sonoro, de babar. E Reese Witherspon se sai muito bem como Becky Sharp, a mulher pobre, inteligente e ambiciosa determinada a fazer de tudo para subir na escala social. Empregada como babá na casa de um aristocrata (Bob Hoskins), ela enfeitiça o filho dele (James Purefoy), com quem acabará se casando. Quando o marido se enrola com jogo e bebida, ela pede ajuda a um marquês (Gabriel Byrne).
Romola Garai, que faz Amelia, uma amiga de Becky Sharp, é uma atriz em ascensão. Inglesa de Hong Kong, nascida em 1982, ela trabalhou em Scoop – O Grande Furo, de Woody Allen, de 2006; foi dirigida por Kenneth Branagh na filmagem de um Shakespeare, As You Like It, também em 2006; foi a estrela de Angel, o primeiro filme em língua inglesa do francês François Ozon – um filme muito doidão; e fez a Briony aos 18 anos em Desejo e Reparação/Atonement, de 2007, a mesma personagem interpretada aos 13 anos pela extraordinária Saoirse Ronan e na idade madura pelo monstro Vanessa Redgrave.
O cinema não pára de fazer versões para o livro de William Makepeace Thackery (1811-1863), publicado em 1848. A história da alpinista social Becky Sharp virou filme em 1911, 1915, 1922, 1923 e 1932 (esta vez aqui, na Índia). E foi série de TV três vezes, em 1967, 1987 e 1998. Duvido, no entanto, que qualquer uma dessas versões anteriores tenha um visual tão deslumbrante quanto esta aqui da diretora Mira Nair.
Feira das Vaidades/Vanity Fair
De Mira Nair, EUA-Inglaterra, 2004.
Com Reese Witherspoon, James Purefoy, Bob Hoskins, Jim Broadbent
Roteiro Matthew Faulk, Mark Skeet e Julian Fellowes
Baseado na novela de William Makepeace Thackery
Música Mychael Dana
Produção Focus Features
Cor, 141 min.
Ótimo filme. Assisti na sexta, 29 de março.
Um tema atualíssimo, não é verdade? A pessôa tem que ter e nascer em bêrço de ouro.
Ela é aquela mulher que está à frente de seu tempo.Independente,forte,determinada.Decididano que quer. E, para isso, provoca intrigas casa por interesse, engole sapos, usa de muita falsidade, de sua sensualidade, até chegar ao seu objetivo. E, é quando está lá onde queria,que descobre aquela “verdade”.
Êta sociedade suja,falsa,mesquinha,hipócrita.
A Becky era a “alpinista social” de hoje.
Inclusive,há uma passagem no filme em que uma mulher (não lembro quem) conversa com a Amélia e chama a Becky disso. Eu assisti o filme dublado. Fiquei com a dúvida. Já se usava esse termo naquela época ou foi só pela dublagem?
Gostei muito do filme mas, não do final.
E, acho que eu tinha alguma razão. Li que foi feito um final alternativo. Talvez esse tivesse sido melhor.
“Reese provou mais uma vez que não é apenas legalmente loira”. Li isto e concordei.
Mas nem precisava ler, gosto muito dela, é uma grande atriz.
Um abraço !!