2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2006, com complemento em 2008: Este é um daqueles filmes que não têm qualquer real importância na ordem das coisas – mas é muito interessante de se ver. A trama é boa – uma detetive durona da polícia investiga o desaparecimento de uma mulher e vai desvelando uma trama que envolve, além de vários crimes, lesbianismo e sadomasoquista na alta sociedade.
O filme já valeria só por Ellen Barkin, essa atriz bem interessante, que faz a tal detetive durona e competente. Ellen Barkin é uma figura. Não sendo propriamente bonita, ela conseguiu deixar sua marca no cinemão americano como uma das atrizes mais sensuais das últimas décadas do século XX – e não tem frescura alguma, topa qualquer cena, por mais ousada que seja. Na verdade, meio que se especializou em papéis de mulher sensual, ousada, que topa tudo e, se precisar, toma a iniciativa.
Começou a carreira aos 24 anos, em 1978 (nasceu em 1954, em Nova York). Fez um papel pequeno em Tender Mercies, de 1983, um filme interessante em que Robert Duvall faz um músico country, e outro em Down By Law, de Jim Jarmusch, em 1986. Em 1987, em Acerto de Contas/The Big Easy, um filme de Jim McBride, contracenando com um jovem Dennis Quaid, fez uma assistente da promotoria que começa muito tímida e recatada e se revela um vulcão de tarada.
Já tinha fama pelos papéis sensuais quando fez Vítimas de uma Paixão/Sea of Love, de Harold Becker, em 1989, um belo thriller com Al Pacino como um policial atordoado diante de um serial killer em Nova York.. Em Má Companhia/Bad Company, de 1995, dirigido pelo mesmo Damian Harris deste filme aqui, ela a) sem qualquer provocação, por livre e espontânea vontade, deita-se numa cama e abre as pernas diante de Laurence Fishburne e depois b) em outra cena, ao ar livre, arregaça a saia, senta-se sobre Laurence Fishburne e tira o pau dele para fora, para facilitar o trabalho. E por aí vai.
Neste filme aqui, há uma cena em que uma possível testemunha, que talvez seja também suspeita, mulher belíssima (Peta Wilson, deslumbrante, casada na vida real com o diretor Damian Harris) tenta seduzir a detetive interpretada por Ellen Barkin – e ela vai-se deixando seduzir. É uma cena fortíssima, e bela, uma prova de como se pode criar um clima muito sensual quase, quase na fronteira do pornô, mas sem cruzá-la.
Seduzidas para a Morte/Mercy
De Damian Harris, EUA, 2000.
Com Ellen Barkin, Peta Wilson, Wendy Crewson, Julian Sands, Stephen Baldwin
Roteiro Damian Harris
Baseado em livro de David L. Linsey
Cor, 117 min
Um comentário para “Seduzidas para a Morte / Mercy”