Anotação em 2002: É uma comédia tão aberta, gritante, apavorantemente imbecil, tão descompromissada com tudo, que aí fica até interessante e engraçada. O filme reúne quase todos, mas quase todos os clichês babacas das comedinhas feitas até então – e, claro, das que ainda seriam feitas nas décadas seguintes.
Há até uma gozação em cima de Farrapo Humano/The Lost Weekend, o extraordinário filme de Billy Wilder sobre alcoolismo feito seis anos antes, em 1945: há uma cena em que o personagem de Ray Milland aparece absolutamente bêbado. A apresentação traz um detalhe irônico, pouco comum – diz que o filme introduz um novo, sensacional (e dá um bando de adjetivos normalmente usados nos trailers) astro de Hollywood, Rhubarb, o gato – e depois diz que ele teve a aprovação da Federação de Proteção aos Gatos, e mais uma dezena de siglas.
Aí vai a resenha do Maltin, que é corretinha, que me libera de ter que fazer a sinopse: “O excêntrico Lockhart é dono do time de beisebol Brooklyns Loons; ele morre e deixa o clube para seu precioso gato de estimação, o que resulta em uma dor de cabeça para o assessor de imprensa do time Milland. Farsa espirituosa, baseada na famosa história de H. Allen Smith.”
Um Gato em Minha Vida/Rhubarb
De Arthur Lubin, EUA, 1951
Com Ray Milland, Jan Sterling, Gene Lockhart
Roteiro Dorothy Reid, Francis Cockrell, David Stern
Baseado na novela de H. Allen Smith
Produção Paramount, William Perlberg e George Seaton
P&B, 95 min
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