Anotação em 2000: Provavelmente, ou certamente, este filme, do então novo cinema inglês dos anos 60, deve ter sido saudado pelos críticos como um fascinante estudo sobre a alienação das pessoas na sociedade moderna, por ter contado, em estilo inovador, vanguardista, a história de um promotor inglês amargurado pela falta de sentido da vida em plena swinging London.
Realmente eu devo estar ficando um velho reacionário. Para mim, o personagem é só um chato de galocha, um pentelho, e o filme não deixa por menos: é chato como o personagem que retrata.
Na verdade, não é bem de agora que acho chatos muitos dos filmes – como os de Chabrol, por exemplo – que pretendem denunciar o vazio e a chatice da vida burguesa. Eles sempre me cansaram.
Vejo que foi o primeiro filme desse Anthony Page, que de resto aparentemente não fez grande coisa na vida.
Eis a resenha do Maltin – e, na minha opinião, diferentemente do que ele diz, o filme não é ruim porque é teatro filmado, é ruim porque é ruim, é chato, é pretencioso:
“A peça de John Osborne sobre advogado que chegou ao ponto de saturação com todos e com tudo preserva a ótima atuação de Williamson no palco, mas o resultado é peça fotografada, e não um filme.”
Evidência Inaceitável/Inadmissible Evidence
De Anthony Page, 1968, Inglaterra.
Com Nicol Williamson, Eleonor Fazan, Jill Bennett,
Roteiro John Osborne
Basseado na sua peça
Música Duddley Moore
P&B, 96 min.