Terras Perdidas / A Thousand Acres


4.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1999: Um belo, belo filme. É feminista a não mais poder – e, afinal, diretora, autora e roteirista são mulheres. O único homem forte é o pai, Larry Cook (Jason Robards) – forte, mas brutal, que espancava as filhas e abusava delas sexualmente, conforme o espectador ficará sabendo lá pela metade. Todos os demais são personalidades fracas.

A novela, segundo informa a apresentação, ganhou o Pullitzer. A história contém um bando de ingredientes fortes – abuso sexual, câncer, infidelidade conjugal de duas irmãs com o mesmo homem, alcoolismo, morte em acidente de trânsito, divisão familiar indo até os tribunais por conta de herança. Contém um firme ódio pela empresa grande, os bancos e as corporações.

O filme se apóia mais – especialmente ao longo da primeira parte – em subentendidos, em pequenos detalhes que poderiam até passar despercebidos, em nuances, em sutilezas. Michelle Pfeiffer e Jessica Lange estão excepcionais – a segunda mais ainda, num show de interpretação, um brilho. Ter as duas num mesmo filme é um tremendo luxo.

Não sei como este filme não deu muito o que falar.

Terras Perdidas/A Thousand Acres

De Jocelyn Moorehouse, EUA, 1997.

Com Jessica Lange, Michelle Pfeiffer, Jason Robards, Jennifer Jason Leigh, Colin Firth, Keith Carradine, Kevin Anderson, Pat Hingle

Roteiro Laura Jones

Baseado em novela de Jane Smiley

Música Richard Hartley

Produção Polygram e Beacon Pictures, Warner

Cor, 105 min.

2 Comentários para “Terras Perdidas / A Thousand Acres”

  1. Este é mais um daqueles filmes que nos fazem admirar cada vez mais e sempre, a sétima arte e, também os homens e mulheres que lidam com ela.
    Belíssimo filme !!!!!!
    Real, triste, forte e muito bonito.
    Há momentos em que fiquei com muita raiva como aquele entre os 38:20 e 40:23 min, numa cena muito bem desenvolvida em que o pai diz aquelas coisas muito fortes para a Rose- Michelle Pfeiffer e pricipalmente para a Ginny-Jessica Lange.
    Esta frase também é marcante :
    “As famílias felizes são todas iguais; mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.
    Concordo com voce, acho que este filme ficou meio perdido por aqui. E de fato, a Michelle e a Jessica estão maravilhosas. A Jessica então, roubou a cena.
    “Isto é ridículo. Não,são milhões dedólares e milhões de dólares nunca é ridículo .”
    Nada era fácil naquela família. Até o Pete disse prá Rose ficar de camisola enquanto estivessem no quarto. Tudo por conta do seio que faltava.
    A cena do almoço na igreja muito tensa também; aliás, aquele amigo do Harry podia dar a mão para ele e irem “ passear no bosque”.
    Acho que aquele “ pai ” (?) deveria ser desmascarado mas aí atingiria as filhas, é chato , é duro , é revoltante. Mas, pelo menos para a Caroline a Ginny deveria ter contado, até mesmo como a Rose queria e pediu.
    Aquilo era um monstro travestido de pai.
    A frase que a Ginny diz ao final é muito linda e profunda também :
    “ Minha herança está comigo nas filhas de Rose. A cada ano que passa eu as vejo crescer e aí, vejo algo novo algo que eu e minha irmã nunca tivemos , eu vejo a esperança “.
    Um filmaço !!
    Grande abraço !!

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