1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1999: Como bem definiu a Mary, um filme que não diz a que veio. De fato. O mundo poderia perfeitamente passar ele. É mais um thrillerzinho com muita violência e poucas idéias, como tantos que o cinemão americano insiste em fazer.
Como no fazedor de tendências do Tarantino, Pulp Fiction, alguns bandidos gostam de falar uma ou outra palavra de francês; também como em Pulp Fiction, há algumas brincadeirinhas com a narrativa, como letreiros com o nome das cidades para onde a ação se desloca.
A única coisa realmente interessante do filme é que o ladrão-arrombador interpretado por Alec Baldwin é um apaixonado por LPs. Não apenas apaixonado por música, mas especialmente apaixonado por LPs. Não aparece um CD no filme, mas, já na cena inicial, nos anos 80, quando ele dá uma rápida passagem na casa em que viveu com uma namorada para pegar um dinheiro que havia deixado escondido, faz questão de levar também o cachorro de estimação – e alguns LPs.
Há um corte no tempo e estamos em Chicago, 14 anos mais tarde; ele mora num amplo apartamento com o mesmo cachorro, já velhinho, e estantes cheias de LPs. Vai a um sebo e descobre, com uma lanterna especial e uma lupa, um arranhão no LP que quer comprar, e por isso pede desconto. Ao que o vendedor replica: “Se você quer sair por aí pra achar outra cópia de Astrud Gilberto cantando ao lado de Walter Wanderley (Uálter Uânderley, ele pronuncia), então vá à luta”.
Pouca gente no Brasil hoje sabe quem é Walter Wanderley. Pois ladrão safo de filminho americano sabe, acha muito cool.
Contragolpe/Thick as Thieves
De Scott Sanders, EUA, 1988.
Com Alec Baldwin, Rebecca De Mornay, Andre Braugher, Michael Jai White, Jeneane Garofalo, Julia Sweeney
Roteiro Scot Sanders e Arthur Krystal
Baseado em obra de Patrick Quinn
Cor, 93 min.