[Rating:3]
Anotação em 1997: Um bom film noir, com todo o clima dos romances de Dashiell Hammett e Raymond Chandler, alguns filmes de Howard Hawks, ou que Welles procurou em A Marca da Maldade, e Polanski recriou com brilho em Chinatown. Aliás, como em Chinatown, a ação se passa em Los Angeles, basicamente nos guetos e bairros só negros da Los Angeles de 1948.
Como toda história noir, a trama é confusa, complicada, atordoante, e o herói-anti-herói se mete num grande novelo cuja extensão e profundidade ele jamais é capaz de imaginar – um novelo nevoeiro denso que inclui sexo condenado, corrupção das bravas, gente poderosa e muito rica e influente mexendo pauzinhos lá de cima. No caso específico, um sujeito procura o personagem de Denzel Washington, Easy Rawlins, ex-combatente na II Guerra, para que ele, a pedido de um candidato a prefeito, encontre o paradeiro de uma mulher branca que gosta de negros, Daphne Monnet, tão misteriosa e noir quanto o próprio nome. Lá pelas tantas, saberemos que o sujeito que deu o emprego a Easy Rawlins mentiu, e ele na verdade trabalha para o outro candidato a prefeito, o corrupto e corruptor.
Barra pesada é isso aí.
Excelentes música, cenografia, reconstituição de época, fotografia, elenco, tudo. Não sei quem é esse Carl Franklin, mas o bicho é competente.
Carl Franklin é um diretor e ator californiano negro, nascido em 1949; trabalhou como ator em várias produções para a TV; em sua filmografia como diretor, não muito extensa, não encontrei nenhum outro filme que eu tenha visto.
O Diabo Veste Azul/Devil in a Blue Dress
De Carl Franklin, EUA, 1995.
Com Denzel Washington, Jennifer Beals, Tom Sizemore
Bas livro de Walter Mosley
Roteiro Carl Franklin
Música Elmer Bernstein
Cor, 102 min.
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