2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 1997, com complemento em 2008: Um filme tão extremamente bem feito (atores, música, fotografia, quase tudo perfeito) quanto profundamente esquisito, desagradável, doentio, improvável.
É daquele tipo de filme feito para virar cult, para agradar quem gosta de maneirismos. Bebe feio em Buñuel (O Anjo Exterminador, da festa que não consegue terminar, mais O Discreto Charme da Burguesia), em Marco Ferreri (A Comilança); se assemelha ao que os veados ingleses (Derek Jarman, Peter como é mesmo? Greenaway, essa turma) fazem muito, e alguns italianos de segundo time também, assim como alguns Malle menores e Chabrol, na insistência em que os burgueses são degenerados, loucos, obssessivos, neuróticos.
Só que aqui os burgueses são de um país comunista no fim do império comunista, bem no meio da guerra civil que leva ao fim do império. O filme não cita qual é o país; eventualmente, nos letreiros finais, sabemos que as locações foram em Bucareste, na Romênia.
Leonard Maltin diz que é um “drama bizarro” sobre um médico (Michael Gambon) que recebe diversos convidados em sua casa para um jantar elegante, enquanto, lá fora, uma revolução tinge as ruas de sangue. “Braga é a criada misteriosa, silenciosa, do do anfitrião.” E define que o filme tem um ritmo pesado feito chumbo. Boa, Maltin.
Morte Dupla/Two Deaths
De Nicolas Roeg, Inglaterra,1994.
Com Michael Gambon, Sonia Braga, Patrick Malahide, Nickolas Grace, John Caramitru
Baseado na novela The Two Deaths of Senhora Ana, de Stephen Dobyns
Produção BBC
Cor, 102 min