3.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2006, com complemento em 2008: A refilmagem americana do bom filme japonês Dança Comigo é gostosa de se ver e rever. Uma dessas belas provas de que é possível fazer um filme comercial, leve, agradável, que ao mesmo tempo faz boas considerações sobre a vida, dá um pouco de esperança na humanidade e é levemente subversivo e avançado, comportamentalmente falando.
Richard Gere faz o advogado bem sucedido, bem casado (com a personagem de Susan Sarandon), que mora em uma boa casa num subúrbio de Chicago – e no entanto trabalha demais, não gosta especialmente do que faz e sente falta de alguma coisa. De uma pequena aventura, talvez, para fugir um pouco de sua vida tão certinha. A pequena aventura, a fuga da rotina, surge na forma de uma silhueta que ele vê da janela do trem de via elevada que ele usa todo dia para voltar para casa – uma bela silhueta de mulher vista na janela de uma academia de dança de salão. A mulher da silhueta, saberemos logo, é a personagem de Jennifer Lopez, uma professora de dança.
Um belo dia ele cria coragem, desce do trem na estação mais próxima da academia, entra e se inscreve.
Os personagens que ele encontra na academia são todos bem delineados, bem criados – e interpretados por excelentes atores. A dona da academia, uma senhora já deixando bem para trás a juventude, chegada a uma biritinha, é uma figura – assim como o negro gordinho, o conquistador, a moça gordinha. E ainda tem a professora, toda séria, quase carrancuda, para afastar as inevitáveis cantadas – quem não cantaria uma professora de dança na pele de J.Lo, com aquela bunda fantástica, extraordinária? E, ó, não me lembro de ter visto J.Lo mais bonita e gostosa do que neste filme.
Nosso herói, talvez por vergonha, timidez, não conta para a mulher o que anda fazendo algumas noites por semana. E quando a mulher começa a suspeitar – alertada pela filha, que repara que o pai está mais sorridente, mais soltinho -, vai atrás, é claro, de um detetive particular.
Richard Jenkins, assíduo coadjuvante em dezenas de filmes, está um brilho como o detetive simples, direto, objetivo, boa gente; o assistente dele, um garotinho novo cheio de frases feitas, é outro belo tipo. Mas o melhor de todos os tipos, neste filme cheio de bons tipos, é o colega de escritório do personagem central, interpretado por Stanley Tucci – um apaixonado por dança que coloca uma ridícula peruca para esconder a careca e solta a franga, literalmente, nos salões.
O cinemão americano faz muita refilmagem desnecessária, que não acrescenta nada e muitas vezes é pior que o original. Este filme, ao contrário de tantos outros, vale a pena.
Dança Comigo/Shall We Dance
De Peter Chelsom, EUA, 2004.
Com Richard Gere, Jennifer Lopez, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Richard Jenkins
Roteiro Audrey Wells
Baseado no roteiro de Masayuki Suo para o filme Dança Comigo?/Shall We Dansu?
Fotografia John de Borman
Música John Altman e Gabriel Yared
Cor, 106 min.
Ah, não gostei desse filme, não. Só assisti pq eu tinha visto um dramaço, e precisava ver algo leve e que não me fizesse pensar, rs. E tb pq faço aulas de dança de salão e me interesso por quase tudo que tem dança.
A melhor atriz do filme é a Susan Sarandon, que eu adoro, mas que quase não aparece (tá, a senhorinha que faz a professora tb é muito boa). No mais, achei tudo muito ruim; esperava ver um filme com mais danças, mas até as danças eram chatas, as músicas idem. E onde já se viu dançar valsa com o pescoço inclinado pra trás? sei lá, vai ver é assim mesmo, pq tb nunca dancei valsa, hehe.
Uma turma com apenas 3 alunos é surreal. E a Jennifer Lopez no eterno papel dela mesma com a sua indefectível chapinha. O que vai ser dela quando a bunda dela cair? pq até minhas cachorrinhas atuam melhor que ela e ainda sem sotaque, rsrs.
Ah, o personagem do detetive é mesmo muito bom, pena ter aparecido tão pouco. Gostei dele.
Ah, Jussara, você estava meio exigente demais na hora em que viu o filme… Claro, não é um grande filme, mas é gostosinho, é bem intencionado, anti-preconceitos, pró-aceitação das diferenças, dos diferentes. O tal personagem do detetive, e o do auxiliar dele, são ótimos. Tem a vantagem de não ter um tiro, uma arma sequer, são pessoas normais, não serial killers – isso pra mim já conta pontos. E a bunda da J.Lo, enquanto não cai, pô, desculpe, Jussara, mas aquilo é um monumento!
É, acho que eu não estava num bom dia e acabei esperando muito do filme. Verdade, os personagens eram todos meio excluídos… mas alguns estavam muito caricatos, não acha? Ah, mas não sei se vou conseguir assistir pela segunda vez pra poder ver se mudo de opinião. O Richard Gere, único motivo pelo qual eu poderia voltar a ver o filme, rs, está meio gordo, totalmente fora de forma.
Hahaha, quanto à bunda da J.Lo, ri muito aqui do seu comentário. Então vai apreciando bastante enquanto ela não cai, pq quando cair, vai ser com tudo, rsrs.
oie, eu tenho vontade de assistir esse filme, e a versão de 96, pois estou fazendo um seminario sobre dança, mas em especifico, salsa, e queria saber se esse filme envolve o ritmo da salsa, e a salsa em si, se puder me ajudar, pfvr e obg <33
Puxa, Letícia, não me lembro se tem salsa… São danças de salão… Há seguramente ritmos do Caribe e latino-americanos, mas não sei se tem salsa…
Você pode ver a longa relação de músicas tocadas no filme no IMDb:
https://www.imdb.com/title/tt0358135/soundtrack?ref_=tt_ql_sm
Talvez isso ajude.
Um abraço.
Sérgio