Apresentação

Este site reúne o que fui escrevendo ao longo da vida sobre os filmes que vi. Alguns são textos escritos para publicação em revistas e jornais em que trabalhei; um número muito maior é de anotações pessoais, escritas em geral logo após ter visto os filmes, sem nenhum propósito a não ser deixar gravadas, para mim mesmo, as impressões, sensações, emoções, pensamentos que tive ao ver os filmes.

Não é, e de forma alguma pretende ser, um site enciclopédico, vasto, abrangente; não estão aqui todos os filmes importantes, nem sequer todos os filmes importantes que eu vi – estão aqui os filmes sobre os quais, por um motivo ou outro, eu escrevi, em alguma época da vida. É uma escolha arbitrária, pessoal – e, portanto, necessariamente cheia de lacunas.

Depois que o site foi ao ar, em julho de 2008, surgiu um terceiro tipo de texto, além dos feitos apenas para mim mesmo e dos escritos para os jornais e revistas: as anotações feitas para o próprio 50 Anos de Filmes. Estas, as mais recentes, que vão acabar virando a maioria, ficam na metade do caminho entre as absolutamente à vontade, em linguagem solta, despreocupada, e os textos mais sisudos, sérios, engravatados, para publicação.

De qualquer forma, todos os textos deste site são pessoais e intransferíveis, como dor de dente. Mesmo a minoria feita como trabalho de jornalista não perseguia o que costumam chamar de objetividade jornalística. É tudo a minha visão. Quem procurar objetividade não deve perder tempo aqui.

Não sou crítico, nem “entendido em cinema”, expressão de resto detestável – apenas gosto de filmes, e vi muitos, e muitos bons. Comecei a ver filmes uns 50 anos atrás (daí o nome do site). Quando tinha 12 anos, passei a anotar num caderninho os nomes dos filmes que via, os atores, o diretor, o estúdio, a duração, e uma nota; naquele primeiro ano, 1962, anotei 127 filmes. Em 1963, foram 121. Em 1964, 146 – entre um A Guerra dos Dálmatas, um Sissi e um Papai Precisa Casar, havia filmes de Antonioni, Billy Wilder, André Cayatte, David Lean, John Huston, Orson Welles, Tony Richardson, Robert Mulligan, Julien Duvivier, Fellini, De Sica, Marcel Carné, Resnais, John Ford, Vincente Minnelli, Valerio Zurlini, Bergman, Visconti, Kazan, Hitchcock.

Não é querer contar vantagem. Foi um privilégio: o cinema era barato, havia cineclubes, passavam-se bons filmes, na Belo Horizonte dos anos 60.

Ver bons filmes faz de nós pessoas melhores, escreveu Roger Ebert, um crítico que tem a maravilhosa característica de amar apaixonadamente os filmes. É verdade. Eu acrescentaria que ver bons filmes também vicia.

As anotações aparecem na ordem cronológica em que foram feitas, e não de acordo com o ano de produção dos filmes.

Um esclarecimento necessário: ao contrário do que fizeram os jornais e revistas brasileiros, com uma rapidez ansiosa e sem qualquer contestação,  e a exemplo dos portugueses, mais cuidadosos, serenos, não aderi a essa recente reforma ortográfica. Considero-a desnecessária, sem sentido, sem lógica – uma imensa bobagem.

O que houver de ruim aqui, erros de informação, falta de informação, erros de avaliação – e seguramente haverá muitos –, e sobretudo omissões, é de minha inteira responsabilidade. O que tiver de bom, devo ao apoio de minha filha, Fernanda, minha mulher, Mary, várias vezes citadas nas anotações (Mary, bom texto, bom sentido de edição, me fez corrigir e melhorar muita coisa), e sobretudo a Carlos Bêla, designer, diretor de arte, músico, blogueiro, extraordinário em tudo que faz, que, com paciência de Jó e boa vontade dos anjos, construiu este site.

Sérgio Vaz

São Paulo, julho de 2008/fevereiro de 2010

O que você vai encontrar neste site – e como encontrar

Minhas anotações sobre filmes estão sendo colocadas aqui em ordem cronológica dos anos em que elas, as anotações, foram feitas – e não na ordem cronológica em que os filmes foram produzidos. O ano que aparece junto do nome das obras no Índice de Filmes é aquele em que vi o filme e anotei sobre ele.

As tags separam os filmes na ordem cronológica em que eles foram produzidos, por períodos de dez anos – os anos 30, os anos 40, e assim por diante.

Elas fazem também o filtro por gênero (o mesmo filme pode aparecer em mais de um gênero) e por classificação, notas que variam de meia estrela (as bombas, os abacaxis, os horrorosos, os sem valor) até 4 estrelas (os grandes, os melhores).

Além das que se referem aos gêneros tradicionais, tipo drama, comédia, aventura, há tags mais específicas sobre o tipo de tema abordado, ou a forma de abordagem, como, por exemplo, Homo, para os filmes que tratam de homossexualismo, ou Racismo e Imigração, ou Tribunal, ou Vício e Drogas, ou Vida em Família. É uma tentativa de tornar mais fácil a busca dos títulos de acordo com os assuntos tratados pelos filmes.

Também usando as ferramentas à direita da página inicial, pode-se fazer o filtro pelo local de origem das produções. Co-produções podem aparecer em mais de um local de origem. Aqui cabe um parênteses. Obviamente, o número de filmes feitos nos Estados Unidos é maior que o de qualquer outro grupo – não por culpa minha ou gosto especial meu, mas por todos os fatores de mercado, de geopolítica, de realidade dos fatos. Meca do cinema mundial, os EUA sempre atraíram diretores de todas as nacionalidades, checos, russos, italianos, franceses, japoneses, alemães, austríacos, holandeses, brasileiros. Só a Índia produz mais títulos que os EUA, mas somente, sei lá, menos de 1% dos filmes feitos na Índia chega ao Brasil.

Cada página de cada filme contém uma ficha técnica básica e um texto que sempre começa especificando o ano em que foi escrito e se foi uma anotação pessoal, feita inicialmente apenas para mim mesmo, ou se foi escrito para publicação. O tamanho dos textos varia demais, de dois parágrafos até mais de uma dúzia de laudas. Não há qualquer regra ou lógica para definir o tamanho da anotação – a não ser, talvez, o tamanho do impacto que o filme me causou. Mas nem isso chega a ser uma regra: há filmes importantíssimos sobre os quais escrevi muito pouco, ou não escrevi nada, e nem estão aqui, e há bobagens que me levaram a escrever diatribes longas, imensas.

Na ficha técnica, passei a acrescentar, sempre que possível, o título dos filmes em Portugal – os distribuidores de lá em geral optam por títulos bem diferentes dos brasileiros. Isso porque – para grande alegria minha – o site tem tido muitos acessos em Portugal; são bem numerosos os portugueses cinéfilos apaixonados, pelo que vejo.

Há um Glossário com os termos técnicos e jargões mais usados, que podem eventualmente ser de alguma serventia para alguém não muito familiarizado com essas expressões. E também uma relação de Fontes de informações que uso para consultas – livros, sites, uma pequena bibliografia que também pode ser de alguma ajuda.

A janela de busca – Encontrar, no alto da página, à direita – leva diretamente para a palavra desejada, qualquer que seja, nome de filme, de pessoa, o que for. Se você quiser fazer uma busca mais rapidamente pelo nome de um filme, ou de uma pessoa, coloque a expressão entre aspas.

Por último, o mais importante (assim como acontece nos noticiários da TV). Há espaço sempre aberto para os comentários do leitor que eventualmente se dispuser a passear por aqui. Espero receber puxadas de orelha por erros de informação – e me comprometo a corrigi-los e dar o devido crédito pela correção. E me preparo para receber xingamentos dos que discordarem das minhas opiniões: em um terreno apaixonante como o cinema, não há espaço para unanimidade. E toda discordância é bem-vinda.

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