Safe

Nota: ★★½☆

Safe, minissérie inglesa de oito episódios da Netflix que estreou simultaneamente em 190 países em maio de 2018, é uma bem balanceada mistura de thriller, mistério, policial, com drama familiar. É sua melhor qualidade.

Praticamente toda a ação se passa dentro de um condomínio fechado, num bairro residencial de ricos um tanto distante do grande centro urbano mais próximo – algo, a rigor, muito mais comum nos Estados Unidos, mostrado em tantos filmes, de Poltergeist a De Volta para o Futuro, tema da série Weeds, do que na Inglaterra.

O fato de os personagens principais da história morarem dentro do condomínio fechado, com portão vigiado por guardas e com câmaras de segurança, é realçado o tempo todo – desde o título, que não tentaram traduzir para exibição no Brasil. Safe – seguro, em segurança, a salvo. Os créditos iniciais mostram a planta de um daqueles condomínios fechados dos subúrbios americanos, e em seguida um portão; é quando surge na tela, gigantesca, a palavra SAFE, logo abaixo do nome do criador da série, Harlan Cobe. “Harlan Cobe’s SAFE”, com o ‘s do possessivo que dá imenso destaque ao autor da obra, como em Bram Stoker’s Dracula de Francis Ford Coppola.

Fala-se várias vezes no fato de que aquilo é um condomínio fechado. Antigamente não era – mas em algum lugar do passado, lá atrás, construíram muros, fecharam o conjunto de belas casas.

Fala-se que com aquilo tentaram deixar o Mal do lado de fora – mas na verdade ele ficou mesmo foi trancado do lado de dentro.

Boa parte da série é sopbre as relações entre os pais e os filhos

As famílias que moram naquelas belas casas do condomínio fechado, em algum lugar do interior da Inglaterra (não é dito explicitamente, mas a cidade grande mais próxima é Manchester) são em geral  constituídas de casais aí em torno dos 45 anos de idade, com filhos adolescentes, os mais velhos aí com uns 19, os mais novos com uns 12.

Há o Mal – no primeiro dos oito episódios, um adolescente morre, uma adolescente desaparece. E haverá, portanto, investigação policial, pistas, testemunhos, contradições. E surpresas, reviravoltas.

Mas boa parte de Safe é sobre as relações entre os pais e os filhos. A distância que se cria entre eles. A necessidade básica, imperiosa de que haja diálogo, e a dificuldade imensa de atender a essa necessidade. A adolescência, os problemas do rito de passagem. A atração aparentemente irresistível das drogas, do álcool, do proibido, do fora da lei.

Pais e filhos em um condomínio fechado de belas casas de gente bem de grana em uma das nações mais civilizadas do mundo – e uma infelicidade danada. Pais que não conseguem conversar com filhos, casais que se afastam apesar de se amarem.

Safe faz a gente pensar sobre aqueles ditos tão populares: dinheiro não traz felicidade. Se não tem problema, a gente inventa.

Tom se choca ao perceber que não sabia de muita coisa sobre a mulher e as filhas

A base mesmo da minissérie é o peso do passado. O peso do passado sobre a vida das pessoas, o passado que está sempre presente, que não larga o pé de ninguém, nunca – e o fato de que muitas vezes a gente descobre que não sabe de nada sobre os seres amados com quem a gente vive.

Lá pelo meio da série, o personagem central, Tom Delaney, um médico, cirurgião, homem bom, de bom coração, diz para o maior amigo, Pete, médico como ele, uma frase assim: – “Descubro que não conheço nada da minha mulher, da minha filha”.

A mulher de Tom havia morrido, a filha havia desaparecido. E ele não vai parar de se chocar com a quantidade de coisas que não sabia sobre sua própria família.

Não que fosse um marido desatento, um pai ausente. Não era.

Safe começa no enterro de Rachel Delaney (Katy Carmichael). Tom (o papel de Michael C. Hall) passa o braço esquerdo sobre o ombro da filha caçula, Carrie (Isabelle Allen). Com a mão direita, tenta pegar a da primogênita, Jenny (Amy James-Kelly, nas fotos acima e abaixo), mas ela recusa.

Na primeira sequência do primeiro dos oito episódios, Safe mostra que o protagonista da história não apenas perdeu a mulher, mas perdeu também o afeto da filha mais velha.

Um letreiro informa “Um ano depois”.

Um ano depois da morte de Rachel, Jenny, 16 anos de idade, continua não querendo se aproximar do pai. Mantém entre os dois um muro inescalável.

Há um churrasco num sabadão à tarde no condomínio – boa forma de os realizadores apresentarem para o espectador alguns dos vizinhos dos Delaney, os que serão importantes na história. O espectador fica sabendo que Tom está namorando uma vizinha, Sophie Mason (Amanda Abbington), mas o namoro ainda é secreto – embora, como se verá logo, ela já esteja separada do marido, Josh (Emmett J Scanlan), que está morando num trailer estacionado diante da casa da família.

Tom consegue convencer o grande amigo Pete (Marc Warren) a ir ao churrasco. Conta para Pete que um expert em informática conseguiu fazer com que o celular dele obtivesse cópia das mensagens de texto do celular de Jenny. Quer ficar sabendo o que a filha faz. Teme um pouco o que possa acontecer no namoro dela com Chris Chahal, um garoto mais velho, de 19 anos.

Pouco depois do churrasco diurno que reúne as famílias inteiras, há uma festa noturna, só com os adolescentes.

A festa acontece na casa de Sia Marshall (Amy-Leigh Hickman), uma adolescente bem danadinha, como o espectador logo verá. Sia se aproveita da ausência dos pais, que vão para um hotel na cidade comemorar com farra o aniversário de casamento, e convida um monte de amigos para a festa na casa com piscina, bebidas e drogas – parte das drogas vendida por ela mesma, a filha dos donos da casa.

Naquela noite da festa na casa de Sia, Jenny desaparece. Depois que sai da festa, não volta a ser vista.

Também não volta a ser visto pelos vizinhos nem pelos pais o garoto Chris, o namorado de Jenny.

Mas o espectador vê Chris – morto, na bela piscina dos Marshall.

Na última tomada do primeiro dos ouito episódios de Safe, o espectador vê o corpo de Chris dentro de um grande freezer na garagem dos Marshall.

O espectador fica sabendo de fatos que os personagens ainda desconhecem

A narrativa de Safe tem duas características bem interessantes, ligadas uma a outra, a rigor, a rigor, variações de uma mesma característica, uma mesma sacada.

É algo interessante, e que os realizadores souberam usar muito bem.

Um: o espectador fica sabendo de coisas que os principais personagens da história não sabem.

É uma bela sacada de narrativa. O normal, o absolutamente normal, o que acontece em 99,99% das vezes, é o espectador ir sabendo dos fatos à medida em que o protagonista ou os protagonistas vão tomando conhecimento deles. O que se mostra na tela é aquilo que o protagonista viveu, ou ficou sabendo que aconteceu.

Em Safe, não. Há uma coisa que foge da normalidade a que estamos acostumados. O filme nos revela coisas que os protagonistas da história desconhecem. O filme trata o espectador de forma diferente, de forma privilegiada.

Um exemplo perfeito é aquela última tomada do primeiro episódio: vemos Jojo Marshall dentro da garagem de sua grande e bela casa. Ele está sozinho, a porta da garagem está fechada. Senta-se no chão, atônito, junto do grande freezer. E a câmara se eleva, numa pequena grua, vai para cima dele e aí faz um zoom para mostrar para o espectador o rosto do garoto Chris Chahal, morto na piscina, carregado ali para dentro do freezer.

Os pais de Chris, Neil e Audrey Chahal (interpretados por Joplin Sibtain e Audrey Fleurot), não têm a menor idéia de onde o filho está. Os moradores todos da vizinhança sabem que Chris desapareceu, nunca mais foi visto depois da noite da festa na casa dos Marshall. A polícia foi informada do desaparecimento tanto de Chris quanto de sua namorada, Jenny, e não tem idéia do paradeiro de nenhum dos dois – mas o espectador, ao final do primeiro episódio, fica sabendo. Chris está morto, dentro do freezer na garagem dos Marshall.

A segunda característica formal, o segundo truque narrativo usado pelos realizadores de Safe, que tem bastante a ver com o primeiro, é que, a cada abertura de episódio, mostra-se uma tomada que já havia sido vista antes – e em seguida mostra-se um pouco mais daquilo que aconteceu com aquele determinado personagem, e que não havia sido aparecido antes.

Um detalhe do que aconteceu logo depois daquele momento que é visto novamente.

Acrescenta-se um pedaço de informação fundamental para que seja resolvido o quebra-cabeças – mais um pedaço de informação sobre fato que apenas começou a ser mostrado antes.

Uma cara nova chega ao posto policial, para trabalhar com Sophie

O espectador fica sabendo de informações que Tom, o pai de Jenny, que Neil e Audrey, os pais de Chris, ainda não têm. Fica sabendo de diversos fatos que a polícia ainda desconhece.

Não é dito de forma absolutamente explícita, mas quem chefia a estação de polícia mais próxima ali do condomínio é Sophie Mason, a mulher que está namorando Tom às escondidas (a atriz Amanda Abbington na foto acima). Saberemos, numa hora qualquer, por uma fala da própria Sophie, que seu sonho, quando era mais jovem, tinha sido chegar a detetive de polícia na faixa dos 30 anos. Mas aí se casou, teve os dois filhos, Henry e Ellen (Louis Greatorex e India Fowler), não pôde se dedicar à carreira o tanto que gostaria, e não chegou ainda detetive, que é um posto elevado na carreira policial, na Inglaterra. Ela é sargento, aparentemente o cargo mais alto naquele posto policial – que é algo como uma estação, uma subdelegacia.

A vida de todos ali no condomínio é cheia de ligações, e então veremos que Henry, o primogênito de Sophie e seu agora na prática ex-marido Josh, é amigo de Chris, o namorado de Jenny, e também de Sia Marshall. A filha mais nova de Sophie é amicíssima da filha mais nova de Tom, Carrie (Isabelle Allen). Todo mundo conhece todo mundo.

No dia em que começa a ação, um ano após o enterro de Rachel Delaney, chega ao posto policial uma cara veio. Chama-se Emma Castle (Hanna Arterton), e foi transferida para lá, vinda de cidade grande:

Sophie está conversando com seu subordinado Darren (Raj Paul) sobre a nova policial do lugar, dizendo que soube que ela é jovem e bela, e por isso ela, Sophie, já a odeia, quando Emma Castle entra na repartição policial. É de fato jovem e bonita, mais jovem e mais bonita que a própria Sophie – embora esta seja uma mulher muito interessante, atraente, de uma beleza fora do padrão.

As duas policiais, de qualquer forma, vão ter que trabalhar juntas; já de cara têm pela frente o desaparecimento de Chris e de Jenny, e mais um caso envolvendo Zoe Chahal, a mãe de Chris: o diretor do colégio chama a polícia para investigar denúncias de que Zoe, professora de Francês, estaria tendo um caso com um aluno. (Na foto abaixo, Audrey Fleurot, que interpreta Zoe.)

Novas informações sobre a garota Jenny vão surgindo a cada episódio

O estranhamento inicial entre as duas policiais dura pouco, e elas formam uma boa equipe. Eventualmente haverá um conflito entre elas, passageiro.

O fio condutor da trama é a busca por Chris e de Jenny – e as implicações do desaparecimento dos dois sobre as vidas de Tom e de  pessoas próximas.

O espectador sabe – antes da polícia, antes de Tom – que Chris está morto. Mas, assim como a polícia e como Tom, a princípio não sabe o que teria acontecido com Jenny.

A princípio, apenas a princípio. A cada novo episódio, novos pedaços de informação a respeito de Jenny vão sendo passados para o espectador, alguns antes mesmo de que sejam sabidos pela polícia e por Tom.

Eis aqui um exemplo, para que a coisa não fique assim muito teórica:

No dia seguinte ao da festa, na manhã seguinte à noite em que Jenny não dormiu em casa, Tom começa a buscar informações. Anda pelo condomínio, tenta achar os amigos de Jenny, os amigos de Chris. Um dos garotos com quem ele conversa chama-se Ioan Fuller (Hero Fiennes Tiffin). A princípio, Ioan não revela nada importante. No início do episódio 2, no entanto, encontra-se de novo com Tom, e mostra para ele um filmetinho que havia feito na festa de arromba de Sia Marshall: ali aparece Jenny saindo da festa e entrando em um carro – o carro de Pete, exatamente o maior amigo de Tom.

O que estaria havendo entre Jenny e o maior amigo do pai dela?, perguntam-se Tom e o espectador.

Nada. Coisa alguma. É só manobra dos roteiristas para criar dúvidas na cabeça do espectador, confundi-la.

Os criadores guardam mais segredos para a última hora que Agatha Christie

São fornecidas informações ao espectador que a polícia ainda não tem, que o protagonista Tom Delaney ainda não tem, e isso é muito interessante, é uma bela sacada da narrativa. Mas os criadores da trama de Safe guardam mais segredos para a última hora do que Agatha Christie.

Quando terminamos de ver o sexto episódio, e portanto ficaram faltando apenas dois, Mary e eu enumeramos nossas principais dúvidas a respeito da história – a primeira das quais, evidententemente, era “quem matou Chris?”

Não é o caso de expor as demais perguntas que elencamos – poderia ser spoiler, não teria sentido. Mas o fato é que anotamos nada menos que nove perguntas, dúvidas, questionamentos – coisas que precisariam necessariamente ser respondidas nos dois últimos episódios da minissérie.

Todas elas são respondidas, sim, perfeita, cabalmente. Mas a verdade é que, para responder às questões que a trama levanta até o final do sexto dos oito episódios, os autores tiveram que recorrer ao passado. Tiveram que contar para o espectador fatos que aconteceram muito, mas muito, mas muito antes do enterro de Rachel Delaney, que abre a narrativa.

A volta de questões do passado é constante nas obras do autor Harlan Coben

Há pouquíssimas informações sobre Harlan Coben, o criador da série, no IMDb, o maior site enciclopédico sobre filmes que existe. Mas a Wikipedia em inglês, ao contrário, traz muitos dados sobre ele. E, de maneira fascinante, faz uma bela análise do trabalho dele, num jeitão que faz lembrar a Britannica, a enciclopédia que custava o mesmo que um Fusca.

Diz a enciclopédia gratuita:

“Harlan Coben (nascido em 4 de janeiro de 1962) é um escritor americano de novelas de mistério e thrillers. As tramas de suas novelas em geral envolvem o retorno à superfície de eventos não resolvidos ou não mjito bem compreendidos no passado, assassinatos, ou acidentes fatais, e têm múltiplas reviravoltas. Entre suas novelas há duas séries, cada uma delas envolvendo os mesmos protagonistas, passadas em ou ao redor de Nova York e Nova Jersey, e alguns personagens aparecem em ambas as séries.”

Uau!

Como eu costumo dizer quando surgem nomes desconhecidos nos créditos dos filmes que vemos: muito prazer, sr. Harlan Coben. Aquela ali é Mary Zaidan, eu sou Sérgio Vaz.

. “As tramas de suas novelas em geral envolvem o retorno à superfície de eventos não resolvidos ou não mjito bem compreendidos no passado, assassinatos, ou acidentes fatais, e têm múltiplas reviravoltas.”

É exatamente isso que acontece neste Safe!

Jamais tinha ouvido falar de Harlan Coben – e o cara, que já escreveu quase 30 livros, entre 1995 e 2017, tem um estilo, um jeito, um tema – “o retorno à superfície de eventos não resolvidos ou não muito bem compreendidos no passado, assassinatos, ou acidentes fatais”.

A série tem muitos elementos americanos, que parecem fora de lugar

Não entendo, no entanto, por que um escritor de histórias que em geral se passam “em ou ao redor de Nova York e Nova Jersey”, como diz a Wikipedia, é o autor, criador, de uma série que se passa no interior da Inglater

A própria importância ao condomínio fechado, a coisa dos Suburbs, ‘Burbs, me parece muito mais americana que inglesa, como falei lá no início deste texto.

Algumas coisas me pareceram muito pouco inglesas, e isso me incomodou bastante. Posso, evidentemente, estar enganado, por fora, errado, equivocado – mas me pareceu estranho haver, naquele condomínio fechado, de casas grandes, muito boas, de classe média alta, uma família formada por uma policial, Sophie, e um sujeito que não trabalha em nada, só bebe cerveja o dia inteiro, Josh.

Me pareceu também estranho estar ali, em um condomínio de ricos, uma família como os Marshall. O marido, Jojo, é um empresário – ok, talvez um ascendente, um novo rico, casado com uma indiana. Ahnnn… Na Inglaterra, isso não é comum – é tudo muito rígido. Não se admitem novos ricos em bairros tradicionais, de ricos antigos.

O mesmo se pode pensar em relação a Helen (Karen Bryson), a vizinha mais próxima dos Delaney. Nos últimos episódios, veremos que Helen estudava, em 1990, no mesmo colégio de ricos em que estudavam Rachel e Sophie. Ahnnn… Em 1990, uma negra em colégio de ricos no interior da Inglaterra?

Seria uma maravilha se isso acontecesse. Mas não creio que seja algo plausível.

Insisto, repito: posso estar tremendamente errado, mas creio que essa coisa toda, essa indicação de mobilidade social, é uma realidade americana – muito mais que inglesa.

Infelizmente, é claro. Estou apontando uma realidade triste que existe na Inglaterra, não estou fazendo a defesa dela. Esse tema é difícil, controverso demais, perigoso.

Mas de fato creio que a série errou ao levar para a Inglaterra elementos que são muito americanos.

E, at last but not at least, Michael C. Hall.

Que raios está fazendo Michael C. Hall, americaníssimo de Raleigh, Carolina do Norte, o sujeito que interpretou maravilhosamente o serial killer Dexter, no papel de um dedicado médico inglês?

É um ótimo ator Michael C. Hall. Tem um desempenho maravilhoso como Dexter, aquele personagem mais americano que a Coca-Cola, o hambúrguer, o jeans e o rock’n’roll. Ganhou, mercedissimamente, um Globo de Ouro e teve várias outras indicações pelo papel.

Mas não consegui parar de pensar que boa parte da atenção de Michael C. Hall não estava sendo dirigida ao personagem Tom Delaney, à trama – e sim à necessidade de forçar um sotaque britânico.

Não é que Michael C. Hall esteja mal. Não está mal. É um bom ator. Esforça-se. Mas, diacho, Meryl Streep, a mágica dos sotaques, só tem uma.

Anotação em julho de 2018

Safe

De Harlan Coben, criador, produtor executivo, Inglaterra, 2018

Direção Julia Ford, Daniel O’Hara e Daniel Nettheim

Com Michael C. Hall (Tom Delaney), Katy Carmichael (Rachel Delaney, a mulher de Tom), Amy James-Kelly  (Jenny Delaney, a filha de 16 anos), Isabelle Allen (Carrie Delaney, a filha mais nova), Marc Warren (Pete Mayfield, o amigo de Tom),

Amanda Abbington (Sophie Mason, a policial), Emmett J Scanlan (Josh Mason, o ex-marido de Sophie), Louis Greatorex (Henry Mason, o filho mais velho),  India Fowler (Ellen Mason, a filha mais nova),

Joplin Sibtain (Neil Chahal, o pai), Audrey Fleurot (Zoe Chahal, a mãe, professora de francês), Freddie Thorp (Chris Chahal, o namorado de Jenny), Imogen Gurney (Tilly Chahal, a mais nova),

Nigel Lindsay (Jojo Marshall, o pai), Laila Rouass (Lauren Marshall, a mãe), Amy-Leigh Hickman (Sia Marshall, a filha),

Hannah Arterton (Emma Castle, a policial recém-chegada), Raj Paul (Darren, o policial),

Hero Fiennes Tiffin (Ioan Fuller, amigo de Chris), Karen Bryson (Helen Crowthorne, vizinha dos Delaney), Milo Twomey (Bobby, o dono do bar)

Argumento Harlan Coben

Roteiro Daniel Brocklehurst, Mick Ford, Karla Crome, Alex Ganley

Fotografia Ian Moss

Música Ben Onono

Montagem Annie Kocur. Chris Gill

Casting Priscilla John, Orla Maxwell

Na Netflix. Produção Netflix, Canal +.

Cor, cerca de 400 min (6h40).

**1/2

10 Comentários para “Safe”

  1. Olá Sérgio,

    Sou muito fã dos livros do Harlan Coben e dessa maneira recomendo todos, porque ele realmente faz com que tudo o que está acontecendo agora é parte de algo não resolvido no passado e faz isso de uma maneira única e singular. Dito isso, quando a netflix informou que iria incluir em seu catálogo essa série SAFE criei expectativa de mais um excelente mistério do autor e isso ele cumpre, mas concordo com você quando diz que ele levou para a Inglaterra algo que ficaria perfeito em Nova York ou mais ainda em Nova Jersey onde se passa a maioria de seus livros, não sei se foi algo proposital ou contratual, mas fez com que seus leitores estranhassem uma história dele em um país que ele naturalmente não conhece tão bem, que não é seu habitat. Espero que ele continue realizando novos trabalhos para a tv, pois tem talento para isso, mas que volte seu foco no lugar que ele conhece e se sente tão bem.

  2. Olá, Júnior!

    Agradeço imensamente pela sua mensagem. Adorei ver que você, que conhece bem o Harland Coben, teve a mesma impressão que eu, que não o conhecia ainda.

    Vou atrás de um livro dele. Gosto muito de bons romances policiais. Quer me indicar um que seja bom para uma iniciação?

    Um abraço, e, de novo, muito obrigado.

    Sérgio

  3. Achei essa minissérie fraca, com personagens mal construídos, atuações ruins e cenas mal dirigidas — ninguém aguenta mais câmera na mão em sequências de brigas. O monte de pistas falsas ao longo dos episódios vai deixando a história cansativa, e no fim, o motivo do desaparecimento da adolescente e o motivo do assassinato do namorado dela não convencem. Para mim o final foi uma decepção. Mas não dá pra negar que os episódios têm ótimos ganchos, e foi isso que me fez ver a série até o fim. A abordagem sobre as relações entre pais e filhos, que você bem cita, é o mais interessante, embora nenhuma seja aprofundada.

    Não vou comentar cada uma das atuações, mas a nova policial Emma passa todos os episódios com cara de quem está olhando para o nada, e com o mesmo cabelo impecavelmente arrumado.

    A família Marshall é a mais dissonante de todas; atuações pífias, uma coisa que parece que era pra ser engraçada mas que só aborrecia o espectador quando entrava em cena. Esse núcleo parece ter saído de uma novela mexicana.

    Concordo com o que você falou sobre os elementos americanos fora do lugar. Realmente não dá pra entender Michael C. Hall como inglês, mas como ele é um dos produtores executivos, isso deve explicar sua presença no papel principal. O sotaque flutuou bastante ao longo dos episódios, e às vezes ficava até engraçado, porque dava pra perceber que ele estava forçando. Podiam ter deixado o personagem americano mesmo. Nunca vou entender por que escalam atores de outras nacionalidades para personagens com sotaque diferente do de seus países de origem.

    Dizem que o ator vem tentando se livrar da imagem de Dexter, tanto que fez pouca coisa para a TV depois que a série terminou, mas vi muito do psicopata na pele do Tom.

    Outra coisa totalmente fora do lugar: inglês falando “metro” para metrô e “pants” para calça.

    P.S.: Quando vai sair texto sobre “Big Little Lies”? Se é que você já viu (se não viu, não foi por falta da minha indicação…). Te garanto que é melhor que essa “Safe”, e tem apenas 6 episódios.
    P.S.2: Amanda Abbington está na série “Sherlock”, da BBC, outro texto que eu gostaria de ver aqui. Já falei sobre “Sherlock” em algum comentário, mas não custa repetir, né? Água mole em pedra dura…

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