Divórcio à Italiana / Divorzio all’italiana

Nota: ★★★☆

Continua sendo uma delícia ver Divórcio à Italiana, meio século depois que Pietro Germi o realizou – o filme é de 1961. É uma comédia esperta, inteligente, com diálogos gostosíssimos, uma atuação saborosa de Marcello Mastroianni, e ainda tem a beleza estonteante da jovem Stefania Sandrelli, aquela deusa.

Na verdade, senti falta de mais Stefania Sandrelli. Achava que tinha mais; queria que tivesse mais; não me lembrava de que tinha tão pouco.

Não me lembrava de nada do filme, para falar bem a verdade. A rigor, nem me lembrava se tinha visto. Meu caderno diz que sim, diz que vi no Cine Guarani, no dia 14 de novembro de 1965; dei 4 estrelas em 5. Dei é o modo de dizer: o Sérgio Vaz daquela distante encadernação foi que deu. Está anotado que na véspera, dia 13, o rapazinho viu Vidas Secas, e no mesmo dia 14 viu Outubro, de Eisenstein. Via muitos filmes, e bons, o garoto.

Ao ficar mais velho, fui passando a não gostar muito dos filmes que se constroem a partir de arquétipos, estereótipos sobre nacionalidades, tipo os cariocas e os californianos são alegres e malandros, os paulistas e os nova-iorquinos são fechados, pouco expansivos, os franceses são grosseiros e sujos, os italianos são briguentos, barulhentos, e os sicilianos, ah, os sicilianos, então, esses são passionais, machistas a não mais poder, etc, etc.

Passei a achar que esse tipo de coisa resvala facilmente na caricatura. E é grosseiro, simplista, simplificante, pouco inteligente, bobo.

Assim, não consegui gostar, por exemplo, de Os Girassóis da Rússia e, em especial, de Matrimônio à Italiana, para citar dois filmes do mesmo grande diretor, Vittorio de Sica, e com o mesmo grande ator que é Mastroianni.

Interessante, isso: em 1961, Mastroianni fez Divórcio à Italiana, para pouco depois, em 1964, fazer Matrimônio à Italiana.

A simplificação, o arquétipo já estão presentes nos títulos: à italiana. Italian style. Estes foram os títulos no mercado americano: Marriage Italian Style, Divorce Italian Style.

O filme é gostoso, divertido – mas não chega a ser hilariante. Seu humor é bem amargo

Pois é. No entanto, adorei, por exemplo, A Riviera Não é Aqui/Bienvenu Chez les Ch’tis, gostosíssima gozação sobre os Ch’tis, os habitantes da região de Nord-Pas-de-Calais. E gostei bastante de ver Divórcio à Italiana. Incoerência? Pode ser. Mas também pode ser simplesmente o que anotei depois de ver o filme francês dirigido por Dany Boon: “Brincar com estereótipos pode ser uma canoa furada. Pode ser uma coisa preconceituosa, ofensiva – como dizer que os baianos são preguiçosos, os cariocas, malandros e os portugueses, burros, por exemplo. Pode ser ofensivo – mas também pode ser simplesmente uma brincadeira gostosa, divertida, hilariante.”

Divórcio à Italiana é gostoso, divertido – mas não chega a ser hilariante. Não. Na verdade, o filme de Pietro Germi é bastante amargo. Seu humor deixa um travo pesado no espectador. Nesse sentido, faz lembrar o tom de muitos dos filmes do gênio Billy Wilder. Germi, como Wilder, faz a gente rir da desgraça, da pequenez das pessoas.

Germi faz a gente rir amargamente daquela moral e daqueles costumes calhordas, babacas, imbecis, vigentes no Sul da Itália e especialmente na Sicília ainda na segunda metade do século XX, aquele machismo que só tem comparação com o de algumas sociedades muçulmanas. Mulher só pode dar para o marido, e depois de casar, é claro; se der antes de casar, ou para quem não é o legítimo esposo, é vagabunda, puta; ser cornudo é a pior coisa que pode acontecer a um homem – e, se acontecer a alguém a infelicidade de ter uma mulher que se revela vagabunda, puta, ele tem o direito, e até o dever, de vingar sua honra à bala.

A fortuna foi esbanjada, mas os Cefalù têm o título de barões

Marcello Mastroianni faz Ferdinando Cefalù, siciliano de Agramonte, cidadezinha de “18 mil habitantes, 4.300 analfabetos, 1.700 desempregados”, como se diz na abertura. Os Cefalù são distinta, honrada e honrosa família de trocentos anos; estamos no início dos anos 1960, há foguetes rodopiando em torno da Terra, faz décadas a Itália não tem mais rei, mas o Cefalù pai, Don Gaetano (Odoardo Spadaro) e o Cefalù filho – ele, Ferdinando-Mastroianni – são barões.

Verdade que, além do título, as posses da família agora são pequenas. Don Gaetano esbanjou boa parte do que restava da fortuna familiar, a tal ponto que foi obrigado a – em troca de generosos empréstimos de dinheiro vivo – ceder ao cunhado Calogero (Ugo Torrente), seu antigo capataz, casado com sua irmã, metade do centenário e decadante palazzo da família. O que décadas antes era um imponente palazzo agora é a residência um tanto cortiçada de duas famílias, a de Don Gaetano e a de Calogero.

De O Leopardo de Lampedusa a quase O Cortiço de Aluízio Azevedo em algumas gerações.

A ação começa em um trem: Ferdinand Cefalù está voltando para casa, para sua cidade, depois de algum tempo fora. Mastroianni consegue, com brilho, criar um tipo bastante asqueroso: o cabelo é cheio de brilhantina, a cara é de enfado diante do mundo. Fuma um cigarro com uma grande cigarrilha, ostenta um bigodão mafioso. Parece enxergar o mundo de cima, rei na barriga.

Mas o texto que ele fala é brilhante. A voz de Mastroianni em off nos dá as informações básicas a respeito de sua cidade, de sua família. “As serenatas do Sul… As quentes, doces, enervantes noites da Sicília. Durante todo o tempo em que fiquei longe, as recordações dessas noites, ou melhor, de uma noite, haviam povoado minhas horas de remorso, de saudade…”

E aí vem um flashback.

Dá-se que, alguns anos antes daquela volta do nosso anti-herói asqueroso à sua cidade, ele estava profundamente infeliz em seu casamento de 12 anos com Rosalia (Daniela Rocca, ótima, excelente). Rosalia é mostrada como uma mulher grudenta, querendo carinho e sexo sempre, e feia, desagradável, chata – uma gigantesca pentelha. Chama o marido de Fefê, e fala Fefê 20 vezes por minuto. Um horror.

E Fefê, o barão Ferdinando Cefalù, o tipo asqueroso, esse está apaixonado por Angela. Angela é filha de Calogero, o que mora na outra ala do palazzo, o casado com a irmã de Don Gaetano – prima, portanto, de Fefê.

Fefê, 12 anos de casamento infeliz, é apaixonado pela prima Angela, garotinha que nem 18 anos tem.

Mas como não ser apaixonado por Angela, se ela vem na pele de Stefania Sandrelli?

La Dolce Vita, de Fellini, passa no cinema de Agramonte – e a cidade pára

As coisas poderiam ser simples. Se as pessoas tivessem um pouquinho de juízo, de bom senso, Ferdinando se separaria de Rosalia, a pentelha, e casaria com Angela. Mas porém todavia contudo o fato é que na Itália de 1961 não havia divórcio, e, mesmo que houvesse, um casamento de primos primeiros seria inadmissível. E, além de tudo, se as coisas fossem simples, não haveria este filme. Talvez nem houvesse a Sicília.

Com uns 15, 20 minutos de narrativa, o barão Ferdinando Cefalù, o Fefê, começa a imaginar formas de matar sua mulher.

E de repente de me lembrei de outro filme que vi quando era um garoto, em uma anterior encadernação, Como Matar Sua Esposa, uma deliciosa comédia de Richard Quine com Jack Lemmon e outra belíssima atriz italiana, Virna Lisi. Gostaria de rever esse filme.

Pietro Germi encena quatro formas de Fefê matar sua esposa. Contar isso não chega propriamente a ser um spoiler, porque elas são mostradas aí quando o filme ainda não chegou a 30 minutos, 40, no máximo.

São deliciosas as quatro sequências da morte imaginada da esposa pentelha.

Mas a mais deliciosa de todas as sequências de Divórcio à Italiana acontece depois da metade da narrativa. Dizer que essa seqüência existe também não é spoiler, porque não revela nada da trama – e a trama é fascinante, e portanto não deve mesmo, de forma alguma, ser revelada.


A mais deliciosa de todas as situações do filme, na minha opinião, é quando La Dolce Vita de Fellini é exibido no cinema da cidadezinha de Agramonte (Agramonte, tudo indica, é um nome fictício; não existe essa cidade na Sicília).

Do púlpito, o padre discursa contra as obras pecaminosas, pornográficas, que corrompem a moral dos pecadores e ameaça as famílias cristãs.

A cidade inteira se aglomera para ver o filme que finalmente chega, depois que todo o país fala sobre ele. Cadeiras dos bares são levadas para preencher os espaços vazios do cinema. É um acontecimento, um show, é um momento histórico: vai passar La Dolce Vita.

E então vemos cenas de La Dolce Vita. Vemos Anita Ekberg dançando. Os homens do cinema babam de tesão. Fellini invade o filme de Germi. O filme de 1960 com Mastroianni invade o filme de 1961 com Mastroianni.

O cinema italiano adora fazer elegiais ao cinema italiano, e isso é uma maravilha

Naquela época, início dos anos 60, o cinema italiano era – e acho que dá para fazer essa afirmação pleonástica sem ter dúvida alguma – o melhor do mundo. A nouvelle vague de Godard, Truffaut, Chabrol fascinava o mundo, o cinema novo inglês começava a aparecer, no Brasil faziam-se belos filmes, e estava começando a surgir o cinema novo. Os grandes gênios supranacionais – Bergman, Kurosawa, Satyajit Ray – faziam seus filmes maravilhosos, mas não havia propriamente um grande cinema sueco, ou japonês, ou indiano. Não havia nenhum cinema que se comparasse ao italiano.

Uma das muitíssimas coisas que me fascinam no cinema italiano é como os realizadores gostam de se citar uns aos outros. Em Aquele que Sabe Viver/Il Sorpasso, de 1962, Dino Risi cita Michelangelo Antonioni – na verdade, faz uma imensa gozação com Antonioni, que na época era detestado por seus ex-colegas de neo-realismo por ter resolvido fazer filmes sobre os burgueses e suas dores existenciais, em vez de fazer a elegia da pureza de alma do glorioso proletariado.

Cineastas italianos de diferentes gerações fizeram elegias ao cinema como um todo, mas com carinho especial, é claro, pelo italiano. Os melhores exemplos são Splendor, de Ettore Scola (1989). a história de um cinema, uma sala de cinema que o protagonista (Mastroianni) herda do pai, e, claro, Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore (1988), outra história de uma sala de cinema, de um velho projecionista e de um garotinho apaixonados por imagens que se movem numa tela.

A mais bela, emocionante homenagem ao cinema italiano, na minha opinião, é a obra-prima do grande Scola, Nós que nos Amávamos Tanto/C’eravamo tanto amati (1974). Scola homenageia Fellini (os personagens passam pela Fontana di Trevi quando Fellini filma Anita Ekberg tomando banho nela, em La Dolce Vita), desanca com Antonioni (a mulher nova rica age como se estivesse em A Aventura, A Noite, O Eclipse), mas, sobretudo, homenageia o mestre De Sica. Scola idolatra tanto o De Sica neo-realista (não o De Sica gozativo, safado, de Matrimônio à Italiana) que coloca em seu filme, como parte importante da trama, uma participação do próprio mestre em um programa de TV.

Tudo está ligado, uma coisa se liga à outra, numa ciranda, numa ronda à la Max Ophüls, numa quadrilha à la Drummond. Em Nós que nos Amávamos Tanto – na minha opinião o mais belo filme comunista que já foi feito, Eisenstein que me perdoe –, a musa, a mulher que é o sentido da vida, a mulher que é a paixão eterna dos três personagens centrais, interpretados por Vittorio Gassman, Nino Manfredi e Stefano Satta Flores, é interpretada por Stefania Sandrelli.

Em 1974, o ano de Nós que nos Amávamos Tanto, Stefania era deusa. Em 1961, o ano de Divórcio à Italiana, era quase uma garotinha.

Stefania Sandrelli tinha ridículos 15 aninhos quando fez o filme!

Meu Deus do céu e também da terra! Escrevi a frase acima e fui checar as datas. Stefania não era quase uma garotinha, quando fez Divórcio à Italiana. Era uma garotinha, uma menor de idade, uma lolitinha! Tinha 15 anos!

Meu Deus do céu e também da terra! Aquilo tudo que o filme mostra na seqüência final – uma seqüência final brilhante, amarga que nem jiló, amarga que nem um filme de Billy Wilder – tinha só 15 anos?

Então, todo espectador de Divórcio à Italiana deveria ser condenado por atentado violento ao pudor contra uma menor de idade.

La Sandrelli, aprendo agora, não é sulista. Ao contrário, é da nortista Toscana, onde nasceu em 1946. Aos 15 ridículos aninhos, ganhou um concurso de beleza. Em 1961, com esses ridículos 15 aninhos, e aquele rosto, e aquele corpo, fez três filmes. Nos dois primeiros, fez papéis bem pequenos. O terceiro foi Divórcio à Italiana.

Foi Pietro Germi quem a transformou em estrela, em Seduzida e Abandonada, de 1964. Em 1970, estrelou O Conformista, de Bernardo Bertolucci, ao lado de Jean-Louis Trintignant. Em 1972, de novo com Pietro Germi, fez Alfredo, Alfredo, contracenando com Dustin Hoffman. Em 1974 fez a Luciana de Nós que nos Amávamos Tanto, e aí, num cinema que tinha Sophia Loren, Claudia Cardinale, Monica Vitti, Virna Lisi, Gina Lollobrigida, para não falar em Silvana Mangano e Anna Magnani, la Sandrelli virou, para mim, a maior das deusas.

Elogios da crítica, três indicações ao Oscar e a estatueta de melhor roteiro

De Pietro Germi (1914-1974), diz Jean Tulard, em seu Dicionário de Cinema: “Foi esquecido em detrimento de Scola e Monicelli. Foi, no entanto, um dos pais da nova comédia italiana lançada por Divórcio à Italiana”. No seu Guide des Films, Tulard diz: “Uma divertidíssima comédia italiana, muito próxima das comédias inglesas de humor negro. Mastroianni, depois de papéis muito austeros, pode enfim dar livre curso à sua fantasia.”

Outro francês, Georges Sadoul, diz, em seu Dicionário de Filmes: “Em torno de um tema sério, sátira divertida, embora um pouco pesada. Boa composição de um cinquentão por Mastroianni”.

O americano Leonard Maltin deu 3.5 estrelas em 4: “Hilariante, saborosa comédia que ganhou um Oscar por sua história e roteiro. A virada do final acrescenta um toque perfeito – e extremamente irônico.”

Me surpreendo ao ver que o filme teve três indicações ao Oscar, algo bastante raro para filmes de língua não inglesa, em especial comédias. Pietro Germi foi indicado ao Oscar de direção e Mastroianni, ao de ator. E o filme levou o Oscar de roteiro! Não sabia disso (ou, se algum dia soube, tinha esquecido).

Mastroianni ganhou também o Bafta, o Oscar inglês, como melhor ator estrangeiro. Daniela Rocca, que faz Rosalia, a esposa chata, teve indicação para o Bafta de melhor atriz estrangeira. E o filme participou da mostra competitiva de Cannes.

É mesmo um ótimo filme, que merece ser visto e revisto.

Anotação em julho de 2012

Divórcio à Italiana/Divorzio all’italiana

De Pietro Germi, Itália, 1961

Com Marcello Mastroianni (Ferdinando), Daniela Rocca (Rosalia), Stefania Sandrelli (Angela),

Leopoldo Trieste (Carmelo Patane), Odoardo Spadaro (Don Gaetano), Margherita Girelli (Sisina), Angela Cardile (Agnese), Bianca Castagnetta (Donna Matilde), Lando Buzzanca (Rosario Mule), Pietro Tordi         (advogado DeMarzi), Laura Tomiselli (tia Fifidda), Ugo Torrente (Don Calogero), Antonio Acqua (o padre)

Argumento e roteiro Ennio de Concini, Alfredo Giannetti e Pietro Germi

Fotografia Leonida Barboni

Música Carlo Rustichelli

Montagem Roberto Cinquini

Figurinos Dina Di Bari

Produção Franco Cristaldi, Lux Film, Vides Cinematografica, Galatea Film. DVD Versátil.

P&B, 101 min

R, ***

 

9 Comentários para “Divórcio à Italiana / Divorzio all’italiana”

  1. Ri muito neste filme, especialmente na última cena (ha ha ha). O final da história é fantástico.

  2. Sérgio, delícia de filme, ótima indicação a sua! Vc comentou que o Fefê armou quatro sequências imaginárias para a morte da esposa, mas não falou da melhor e que acabou sendo executada, não vai aí nenhum spoiler pq na pp capa do dvd já vem escrita a maneira como ele planeja eliminar Rosália para poder ficar com Angela.
    Aqui só um parênteses, antes de falar desse planejamento. Vc diz o tempo todo em sua crítica q Rosália é feia, eu não achei, achei ela até gostosa, claro q não é nenhuma Stefania Sandrelli, mas não foi ele quem a escolheu como mulher?
    Mas prosseguindo, por estar apaixonado pela prima Angela (Stefania Sandrelli) ele começa a armar a situação clássica e antigona do homem que lavava sua honra em sangue e de que até falei em um post meu: http://www.sospesquisaerorschach.com.br/post/156/o-caso-yoki-:-por-que-amor-ciumes-e-morte-andam-juntos-na-cronica-policial/
    , mas q parece persistir até hoje. Ele aproxima Rosália de um antigo paquera seu e começa a gravar os seus encontros, para justificar a situação de um homem que está a ponto de perder a cabeça ao ser desonrado.Mas quando menos espera, os dois fogem de trem. Ele simula estar seriamente doente e fica recebendo e guardando cartas que o chamam de cornudo; torna-se alvo do desprezo da população, o que serve de novo pretexto para “perder a cabeça”, pois o flagrante de adultério p matar Rosália já era.
    Mas quando chega ao refúgio dos amantes fugitivos, quem atirou em Carmelo? A sua pp esposa, que anteriormente tinha cuspido no rosro de Fefê. Para não ficar por baixo, ele mata Rosália e, porisso, é preso por três anos, mas com a honra lavada. hehehe.
    Casa com Angela, com tudo que tem direito, mas parece que o casamento também não vai ser tão feliz assim, enquanto ele a abraça na cena final, seus pezinhos tocam os do piloto do barco.
    Guenia Bunchaft
    http://www.sospesquisaerorschach.com.br

  3. Olá! Gosto muito do cinema do grande Pietro Germi. Para mim, Stefania Sandrelli é uma das mais belas atrizes do cinema mundial de todos os tempos! Além dela ter estrelado alguns dos melhores filmes de cineastas consagrados como Germi, Pietrangeli, Bertolucci, Monicelli e Scola, Stefania estrelou o polêmico filme “A Chave” (La Chiave, 1983), clássico erótico dirigido pelo mestre do erotismo italiano Tinto Brass (a partir da obra do escritor japonês Junichiro Tanizaki, com uma maravilhosa trilha sonora composta pelo imortal Ennio Morricone). Para todos aqueles que apreciam cinema de qualidade e admiram a beleza monumental de Stefania Sandrelli, “A Chave” é uma obra imprescindível. Os críticos de cinema, contudo, são “moralistas” e, diante de um filme como esse do Tinto Brass, se comportam igual ao doutor Antonio (Peppino de Felippo) diante do outdoor de Anita Ekberg no divertido episódio de Federico Fellini do clássico “Boccaccio 70” (1962). Acho que, no fundo, os críticos de cinema sentem saudade do “código Hays”, não é mesmo? Não é à toa que o grande cineasta polonês Walerian Borowczyk chamava os críticos de cinema de “censores vulgares”. Um abraço.

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