Além da Vida / Hereafter

Nota: ★★★★

Anotação em 2011: A cada novo filme – e há um novo filme praticamente a cada ano –, Clint Eastwood comprova mais uma vez: é um dos maiores cineastas da História. E Além da Vida/Hereafter, o de 2010, é um dos melhores dos 34 que ele já dirigiu.

O cara é fogo. Para não ir muito longe, para pegar só a partir de Os Imperdoáveis/Unforgiven, a obra-prima de 1992, foram 16 filmes em 18 anos. Os menos importantes – e eu botaria aí Crime Verdadeiro (1999), Cowboys do Espaço (2000) e Dívida de Sangue (2002) – são filmes muito bons, bem acima da média. Os demais são ou ótimos ou extraordinários, imprescindíveis.

Nestes últimos 16 filmes, Clint Eastwood já criticou a pena de morte (Crime Verdadeiro), defendeu a eutanásia (Menina de Ouro, 2004), abordou abuso sexual contra crianças e os traumas resultantes (Sobre Meninos e Lobos, 2003), criticou o racismo, o supremacismo, a xenofobia (Gran Torino, 2008), fez o elogio da luta pela superação do racismo (Invictus, 2009), expôs as mazelas das instituições e do abuso de poder (Um Mundo Perfeito, 1993, Poder Absoluto, 1997, A Troca, 2008), mostrou a mesma realidade – as batalhas entre americanos e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial – sob os pontos de vista de cada um dos lados (A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima, 2006), chegou perto do sobrenatural e da magia negra (Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal, 1997), e, como ninguém é de ferro para só tratar de assuntos duros, espinhosos, polêmicos, fez também um divertissement (Cowboys do Espaço, 2000) e uma história de amor, uma das mais belas que o cinema americano já mostrou (As Pontes de Madison, 1995).

E, em vários desses filmes, às vezes de maneira sutil, outras vezes bem mais explicitamente, insistiu sempre em um tema que deve ser muito fundamental para ele, assim como é para mim: os pais deveriam sempre estar muito presentes na vida de seus filhos, deveriam fazer todo o esforço possível e impossível para tentar chegar perto deles, não abandoná-los nunca.

Neste filme agora, de 2010, seu 34º, se minhas contas estiverem certas, trata da mediunidade, da vida depois da morte.

Clint Eastwood é um artista maior, um gênio.

Extraordinária, maravilhosa seqüência de abertura, de tirar o fôlego, antológica

A seqüência de abertura de Além da Vida é extraordinária, magnífica, estonteante, de tirar o fôlego, de emocionar. Um casal de franceses está em férias na Tailândia, num belo hotel de frente para o mar lindo como o mar baiano. Marie (o papel de Cécile de France) já está acordada, é o último dia das férias dela e de Didier (Thierry Neuvic) – vão voltar para Paris. Didier pede para dormir mais meia hora, Marie sai para comprar presentes para os filhos dele – um indício claro de que os dois não são casados, são amantes. Ela fala com uma amiga ao celular, caminha um pouco pela praia, chega a uma rua de comércio, um monte de lojinhas, de barracas vendendo bugigangas para turistas – parece a Bahia. Está comprando as lembranças para os filhos de Didier quando vem o tsunami.

São exatos nove minutos e meio, desde a primeira tomada, o casal no quarto de hotel, até o fim do tsunami. É uma das seqüências mais espetaculares, mais geniais, mais majestosas que já foram feitas em cento e tantos anos de cinema.

Ao final da seqüência do tsunami, Mary estava sem respiração, como se estivesse ela mesma se afogando.

É uma seqüência que faz lembrar, pela genialidade, pelo brilhantismo, a abertura, os primeiros 20 minutos de O Resgate do Soldado Ryan, que Steven Spielberg fez em 1998, a câmara caminhando dentro do fogo cruzado do desembarque aliado na Normandia, no Dia D da Segunda Guerra.

(Spielberg e seus velhos companheiros Kathleen Kennedy e Frank Marshall estão entre os produtores de Além da Vida. Spielberg já havia sido também um dos produtores do díptico A Conquista da Honra-Cartas de Iwo Jima – dois gênios de gerações diferentes trabalhando juntos.)

Essa abertura de Além da Vida tem desde já lugar garantido entre os momentos mais antológicos do cinema. Junto do gigantesco plano-seqüência da retirada de Dunquerque em Desejo e Reparação/Atonement, em que o diretor Joe Wright resumiu todas as 90 páginas que compõem a segunda parte do precioso romance de Ian McEwan. Da abertura enlouquecedora de Olhos de Serpente, de Brian De Palma, um assassinato em uma arena lotada para uma luta de boxe em Atlantic City, tudo em um único plano-seqüência. Ou a corrida de bigas no Coliseu, em Ben-Hur, de William Wyler. Ou qualquer outra seqüência antológica pela qual o eventual leitor tenha especial admiração.

Uma sequência de catástofre que tem sentido, que apresenta um drama humano

Enquanto revíamos esses primeiros nove minutos e meio de brilho absoluto, me ocorreu o seguinte: Hollywood gasta milhões e milhões e milhões de dólares para fazer filmes catástrofes, os disaster movies. A finalidade desses filmes é mostrar a catástrofe – só isso, pronto, acabou. E dá-lhe 2012, Armageddon, O Dia Depois de Amanhã, Presságio, A Soma de Todos os Medos.

E aí vem esse senhor octogenário e faz uma seqüência genial de um tsunami, que bota no chinelo qualquer outra de filme catástrofe – só que a seqüência dele tem um propósito, uma motivação, além de simplesmente mostrar a catástrofe. É uma seqüência de catástrofe melhor que a todos os filmes catástrofes, mas é o início de uma narrativa sobre pessoas, seres humanos, a vida o amor a morte e o que vem depois dela.

O espectador vê – no meio daquelas tomadas brilhantes, montadas de maneira brilhante, o mar avançando sobre a pequena cidade, derrubando casas, carregando veículos – o cerne da história: Marie fica entre a vida e a morte. Chega a passar para o outro lado, chega a ver, sentir, o que há do outro lado, além do fim da vida.

Uma jovem em Paris, um homem em San Francisco, garotos gêmeos em Londres

O autor da história e do roteiro, Peter Morgan (não me lembrava de ter ouvido esse nome), criou uma trama que parece um mosaico, uma estrutura multiplots, passada em vários lugares do planeta. Algo como as histórias de Guillermo Arriaga e Alejandro González Iñárritu. Além da Vida tem um quê de Babel, de vidas que se cruzam, sim – e isso não é problema algum.

O espectador vai acompanhar, em narrativas paralelas, a vida da jovem Marie, jornalista de grande sucesso na França, apresentadora de importante telejornal, que, com o grande tsunami que assolou a Tailândia, chegou a passar para o outro lado, o além da vida, por breves instantes, até recobrar os sentidos, e também as vidas de George, em San Francisco, e dos irmãos gêmeos Marcus e Jason, em Londres.

George (Matt Damon) tem poderes mediúnicos. Consegue estabelecer contato com os mortos. Muita gente consideraria isso um dom, uma dádiva – o irmão dele, Billy (Jay Mohr) tem certeza disso. Mas George tem seu dom como uma maldição. Até já ganhou dinheiro com aquilo, mas é coisa do passado. Não quer mais viver de falar com os mortos; quer uma vida normal; parou de atender a clientes, arranjou emprego em uma fábrica, ganha menos do que ganhava antes, mas está mais feliz assim. Está tentando viver uma vida normal.

Vida normal é algo que está muito longe da realidade dos irmãos gêmeos Jason e Marcus (interpretados por dois irmãos, Frankie e George McLaren). Eles têm aí uns dez, 11 anos de idade. Jason é o mais velho – 12 minutos mais velho –, e fala pelos dois. É desinibido, sociável. Marcus é introspectivo, calado, quase não se comunica com estranhos. São pobres. Se vivessem em algum país não desenvolvido, sem os serviços sociais que os europeus têm, souberam desenvolver, ao longo dos últimos mais de cem anos, seriam miseráveis. O pai não existe, e a mãe, Jackie (Lyndsey Marshal) é alcoólatra e dependente química.

Na segunda sequência em que Jason e Marcus aparecem, uma tragédia afastará um irmão do outro.

Grandes atores – mas quem brilha mais é Bryce Dallas Howard

Matt Damon (que já havia trabalhado com Clint em Invictus) nem precisaria de um papel tão maravilhoso quanto o deste George, pessoa solitária, infeliz, lutando para se livrar de uma capacidade com que foi dotado sem pedir, sem querer. É um ator de tremendo sucesso, com um monte de belos papéis em filmes importantes; andou fazendo muitos filmões comerciais de ação, mas tem trabalhos com diretores importantes, Martin Scorsese, os irmãos Coen, Steven Soderbergh, Paul Greengrass.

Para a garota belga radicada na França Cécile de France, foi seguramente uma sorte grande ter sido escolhida para um dos dois papéis centrais de uma superprodução hollywoodiana dirigida por cineasta amado pelos franceses – Clint teve seu talento como diretor reconhecido primeiro na França, e só depois em seu próprio país. Não que faltasse a Cécile de France bons papéis em bons filmes: é uma das mais ativas atrizes francesas de sua geração, que inclui Audrey Tautou, Marion Cotillard, Judith Godrèche e Isabelle Carré. Mas este filme seguramente garantirá uma abertura internacional à sua carreira. E ela merece. Está ótima no papel de Marie, a jovem que, de repente, vê sua vida de sucesso e conforto material virar de cabeça para baixo, literalmente varrida por um tsunami.

Na minha opinião, no entanto, a melhor interpretação de todas as boas interpretações do filme é da garota Bryce Dallas Howard (na foto acima). Bryce faz um papel não muito grande, o de Melanie, uma garota que fica conhecendo George, o médium que não quer ser médium, num curso de culinária. Os dois terão um encontro, quando o filme já está pela metade, que é um dos momentos mais belos e emocionantes de Além da Vida. Experientíssimo, velho, safo, Clint Eastwood se aproveita do talento fantástico dessa moça tão jovem, filha do ator-mirim e depois diretor de imenso sucesso Ron Howard: bota em cima do rosto dela a câmara Panavision, e não a tira, nem corta – deixa rolar a cena, sem corte, enquanto lágrimas suaves vão rolando pelo rosto bonito e triste de Melanie-Bryce.

Papel ainda menor que o de Bryce Dallas Howard é o da maravilhosa Marthe Keller. Essa esplendorosa atriz suíça, que teve menos oportunidades na vida do que merecia, e teve talvez um de seus melhores papéis na epopéia Toda Uma Vida, que Claude Lelouch fez em 1974 (na verdade, ela faz três papéis no filme), aparece em apenas uma sequência, como uma médica que passou a vida cuidando de doentes terminais e pessoas que estiveram bem perto da morte, e é procurada pela jovem jornalista Marie em busca de material sobre o além da vida.

Os atores franceses parecem um pouco abaixo do nível dos demais. Será?

Outra participação muito especial é a de Derek Jacobi, ator do teatro inglês clássico, homenageado por Kenneth Branagh com um papel chave no excelente Voltar a Morrer/Dead Again, um dos dois únicos atores a ter dois títulos de cavaleiro, um da Inglaterra e outro da Dinamarca (o outro foi Laurence Olivier). Derek Jacobi faz o papel dele mesmo, lendo trechos de clássicos da literatura inglesa numa feira de livros em Londres, no final da narrativa. Sua voz já havia aparecido algums vezes antes, lendo textos de Charles Dickens para o insone George.

Achei bem fraquinho o ator escolhido para fazer o amante de Marie, o tal Thierry Neuvic. Na verdade, tive a sensação de que os atores franceses que fazem os papéis menores estão um pouquinho abaixo do nível dos demais, todos de língua inglesa – fazendo papel de ingleses ou de americanos. Fica parecendo que Clint de fato ficou mais à vontade para dirigir os atores que falam sua língua. Mas isso é uma coisa muito suave, quase imperceptível. E posso estar errado – embora minha amiga Jussara Ormond também tenha tido a mesma impressão.

A mediunidade tratada com respeito. Três tipos de tragédia. E a música

O filme trata com o maior respeito a questão da mediunidade.

George, o personagem central, estabelece mesmo contato com os mortos. Isso é mostrado claramente desde a primeira seqüência em que ele aparece, atendendo, a contragosto, um grego, Christos (Richard Kind), levado até ele por seu irmão Billy, que não se conforma com o fato de George não querer mais usar seu dom para ganhar muito dinheiro.

Marcus, o garotinho inglês, vai conhecer diversos charlatães.

É isso: o filme mostra uma pessoa que tem de fato poderes mediúnicos. Não contesta que ele os tenha – ao contrário. Mas mostra também que essa área está infestada de vigaristas.

Mary reparou – com o brilho, a perspicácia que lhe são peculiares – que o filme mostra três tipos diferentes de tragédia. A natural, a provocada pela natureza, contra a qual o homem não pode fazer nada, sequer se prevenir completamente – o tsunami. A ideológica, a provocada pelas crenças dos homens, no caso o fanatismo da minoria terrorista muçulmana – os atentados ao metrô de Londres de 2005. E a de inteira responsabilidade das pessoas – a miséria trazida pelas drogas, pelo vício, que transforma a mãe dos gêmeos em um triste farrapo, e a vida deles, em um inferno.

A trilha sonora é assinada pelo próprio Clint, como já vinha acontecendo nos filmes mais recentes. Antes, Lennie Niehauss, grande compositor, assinava as trilhas dos filmes do cineasta. Com o tempo, Clint, um fã de jazz faz muito tempo, conhecedor do assunto, passou a botar uma ou outra composição sua nas trilhas de Niehauss. Agora, assumiu a tarefa para si, totalmente.

Suas melodias são sempre belas, muito suaves, em tom menor; ele adora solos – alguns solos de violão, outros de piano.

O cara é fogo. É gênio.

Detalhinhos, frases, o autor

* Um detalhinho da Trivia do IMDb: este é um dos pouquíssimos filmes em que Steven Spielberg trabalhou como produtor executivo e não tem o logotipo da sua empresa Amblin Entertainment – o garotinho voando na bicicleta carregando o E.T., com a lua gigantesca ao fundo – ou de seu estúdio DreamWorks Pictures nos anúncios, cartazes. Mas o logo da Amblin aparece no finalzinho do filme.

* Kathleen Kennedy, colaboradora de Spielberg desde sempre, outra das produtoras do filme, tem uma irmã gêmea univitelina, assim como os personagens londrinos Marcus e Jason. As duas aparecem nos especiais que acompanham o filme no Blu-ray e DVD, e são de fato idênticas, assim como são idênticos os garotos Frankie e George McLaren, que fazem os gêmeos univitelinos do filme. Foi a primeira experiência dos dois no cinema.

* Nas entrevistas para os especiais que acompanham o filme, o ator Jay Mohr, que interpreta o irmão do protagonista George, fala uma boa frase. “Matt (Damon) me deu um grande conselho no primeiro dia. Ele disse: ‘Aproveite cada dia que você terá aqui, porque vai passar muito depressa. E depois você vai trabalhar em outro filme e pensar: Uau, como era bom trabalhar num filme de Clint…’”

* A inglesa Niamh Cusack, que faz a mãe adotiva, dá outra ótima declaração sobre o estilo de Clint: “Adoro a maneira como ele conta história. Gosto do fato de ele ser acima de tudo um contador de histórias. Não se trata de tomadas inteligentes, apesar de haver tomadas inteligentes. Mas eu não me lembro, depois de ver um filme, das tomadas inteligentes, eu me lembro é da história.”

* A jovem inglesa Lyndsey Marshal, que faz a mãe drogada dos gêmeos, é um dos casos mais fantásticos de atrizes que foram maquiadas para ficar sem glamour, sem charme, sem beleza. Como ela é pobre, bêbada, drogada, parece feia no filme, suja, maltratada. Na vida real, entrevistada para os especiais do DVD, é linda. Nascida em Manchester, em 1978, já coleciona prêmios por suas interpretações no teatro inglês.

* E então quem é o autor da história e do roteiro, Peter Morgan? Inglês de Londres, nascido em 1963, o segundo ano em que anotei num caderninho os nomes dos filmes que vi (e vi 121). O IMDb nota que ele é provavelmente o único escritor que foi o autor dos roteiros de filmes que no mesmo ano ganharam os Oscars de melhor ator e melhor atriz – O Último Rei da Escócia (Forest Whitaker interpretando Idi Amin Gaga) e A Rainha (Helen Mirren interpretando Elizabeth II). São dele também os roteiros de Frost/Nixon, Maldito Futebol Clube/The Damned United e A Outra/The Other Boleyn Girl. Peter Morgan já estava em quatro filmes neste site e eu não sabia, não tinha gravado o nome dele.

* Nos especiais, pergunta-se a Peter Morgan se ele acredita em vida após a morte. Ele diz que não. Clint diz que acha que não, que não sabe.

A prova de que o cinema caro não precisa ser infantilóide; e de que filme sério pode dar lucro

Além da Vida é mais uma prova de que o grande cinemão comercial, os filmes de orçamento alto, não significam necessariamente porcaria, coisa rasa, burra, adolescente. É perfeitamente possível a coexistência da produção cara com a qualidade artística, com a finesse, com o grandeur. Esta é uma verdade óbvia, que a rigor não precisa de prova alguma – é um axioma, que se prova por si mesmo. Mas, como há muita gente que não consegue enxergar nem mesmo as verdades mais cristalinas, as verdades óbvias, os truísmos, resolvi anotar isso aqui.

Além de tudo, Além da Vida é mais uma prova, gloriosa, límpida, de como são pequenas, canhestras, aborrecidas e antigas as mentalidades que costumam torcer o narizinho empinado diante do que chamam de “filme americano”.

Além disso tudo, ainda prova mais: prova que a própria grande indústria tem sido imbecil na persistente insistência em fazer filmes voltados basicamente para o público ginasiano, de idade mental aborrescente. Aliás, Clint vem provando isso, ano após ano: filmes bons, sérios, voltados para o público adulto, também são rentáveis.

Além da Vida/Hereafter

De Clint Eastwood, EUA, 2010

Com Matt Damon (George Lonegan), Cécile De France (Marie Lelay), Frankie McLaren e George McLaren (Marcus e Jason). Em San Francisco: Bryce Dallas Howard (Melanie), Jay Mohr (Billy), Richard Kind (Christos). Em Paris, nos Alpes: Thierry Neuvic (Didier), Marthe Keller (Dr. Rousseau). Em Londres: Lyndsey Marshal (Jackie), Rebekah Staton (assistente social), Declan Conlon (assistente social), Niamh Cusack (mãe adotiva), George Costigan (pai adotivo), Derek Jacobi (ele mesmo)

Argumento e roteiro Peter Morgan

Fotografia Tom Stern

Montagem Joel Cox e Gary D. Roach

Música Clint Eastwood

Produção Malpaso, Kennedy/Marshall Company, Warner Bros. Blu-ray e DVD Warner Home Video. Estreou em São Paulo 7/1/2011.

Cor, 129 min

****

Título em Portugal: Hereafter – Outra Vida. Título na França: Au-Delà

 

22 Comentários para “Além da Vida / Hereafter”

  1. não é apenas por ser kardecista que gostei bastante desse filme. O elenco é excelente: Matt Damon é bom ator, merece ser reconhecido como tal, e a belga Cecile é uma graça, desde Albergue Espanhol, Bonecas Russas e Um Lugar na Plateia tem encantado o público. E só a cena do tsunami vale a conferida. Merecia maior repercussão…

  2. Você gostou mesmo, hem, Sérgio? Eu me decepcionei, o filme começa bem mas não de desenvolve. O potencial dos personagens não é aproveitado, as histórias paralelas não convergem para um desfecho elaborado. O encontro na feira do livro parece uma solução apressada:”Tenho que terminar isso de algum jeito”. Tudo termina muito previsível, muito frustrante. Pena.

  3. Bem, Luís Fernando, é a tal história: cada cabeça, uma sentença. Agradeço pela sua mensagem!
    Um abraço.
    Sérgio

  4. Vou pouco ao cinema, atualmente vejo uns 3 filmes por ano na tela grande. Esse foi um de meus escolhidos, graças a Deus! Seria impossível apreciar toda beleza e impacto da cena do tsunami na minha TV. Também acho o Clint um gênio. Peço a Deus que lhe dê muitos anos de vida e que esteja dirigindo quando chegar aos 100, como o simpático português Manoel de Oliveira, que em 11 de dezembro completará 103, ainda trabalhando!

  5. Cara Stella, tenho um pouco de inveja de você, que viu esta maravilha no cinema. Eu também tenho ido pouquíssimo às salas de cinema. Mas há uma vantagem em ver o filme em casa: dá para parar e voltar para rever as seqüências…
    Um abraço.
    Sérgio

  6. É difícil encontrar muitas pessoas que tenham gostado deste filme. Também concordo que se trata de um belíssimo filme. Também adoro o trabalho de Clint Eastwood, e gosto de muitos dos seus filmes, apesar de reconhecer que alguns deles não são lá grande coisa.
    Ume a coisa que falaste no texto foi a a segurança social da Europa. Pois, não é bem assim. O Reino Unido é um caso à parte, com serviços sociais excepcionais; na maioria dos países europeus esse não é o caso.
    E também li que não havia dúvida de que a personagem de Matt Damon falava com mortos. Isso não é verdade. Apesar de tudo apontar para isso não há nenhuma confirmação. Ele pode ser simplesmente alguém extremamente sensível a captar as emoções dos outros. Não me parece que seja isso, mas Eastwood deixa isso em aberto. Acho que é essa uma das mais importantes características do filme. Clint Eastwood partilha dúvidas, não certezas…

  7. Ah, Sérgio, eu revi o filme em casa! E ainda vou comprar o filme. Foi paixão à primeira vista e virou um amor duradouro. 😉

  8. Sergio, é um filmaço! Ótimo. Estupendo. Se o diretor é bom, oespraiei também e os atores vão bem, não tem erro. Além da Vida é assim. Mais uma obra que Clint coloca na história do cinema.

  9. Sérgio,

    Muito obrigado pela dica! Foi a primeira dica do seu blog que segui. Eu já tinha o filme aqui, mas nenhuma motivação para ver. Sabe com é: preconceito com o tema. Achei que fosse mais um filme espiritualista raso. Felizmente, me enganei redondamente. Que primor!

    Históricas cativantes, atuações incríveis. Aliás, sobre atuações, tivemos a mesma impressão: Marthe Keller é quem mais brilha. Matt não fica muito atrás.

    Você também foi feliz em lembrar da cena do tsunami. Um espetáculo — e com propósito. E, pra mim, o fiel da balança, o detalhe que fez toda a diferença, e fez desse filme uma obra extraordinária, e não apenas boa: a trilha sonora extremamente bem colocada, sensível, precisa. Toque de mestre! Ainda mais sabendo agora, por você, que é escolha do próprio Clint. Que gênio!

  10. Acabei não comentando sobre esse filme – acho que pq tinha comentado com vc, por e-mail.
    E agora, lendo os comentários, vi que o que me incomodou nele foi bem isso que o Luis Fernando disse: a solução apressada, não só para o encontro na feira, mas para toda a parte final. Foi mesmo previsível.
    Ainda assim eu gostei, apenas não amei.
    Concordo com você: o filme não contesta o fato do personagem do Matt Damon ter faculdades mediúnicas. Isso fica claro como água.
    A sequência do tsunami é mesmo maravilhosa. Sorte minha que pude vê-la duas vezes no cinema. hoho
    E Mary arrasou na observação, como sempre.

  11. Olá, Sérgio! Uma vez que já tinha me decidido a não mais ver filmes sem indicações garantidas, sigo no propósito de assistir aos seus ‘nota 4’ e passei o fim de semana vendo alguns deles, aos quais tb atribui tal nota, com exceção deste, pois concordei com a Jussara e com o Luís Fernando sobre o final. Senti um gostinho de pressa e, por outro lado, pareceu-me que ficou faltando algo. Mas, é, sem dúvida, um filme que vale ver!
    abraço

  12. Olá, Patrícia!
    É claro que fico todo feliz por você estar confiando nas minhas indicações.
    A verdade é que não dá mesmo para confiar muito nas indicações. Necessariamente haverá filmes que para mil são nota 4 e para você não, e vice-versa. Não tem jeito de ser diferente. É aquela velha coisa: o que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho?
    Um abraço, e obrigado.
    Sérgio

  13. Comprei o filme e estou encantado com aminha aquisição.
    E pouco mais tenho a dizer depois de tanta gente já se ter pronunciado.
    (Eu sou o 15º.)
    Gostei muito de rever a Bryce Dallas Howard que vai muitíssimo bem, já pensava que tinha desistido da sua carreira que tinha começado tão bem.
    Quanto a Clint Eastwood: o último filme dele a chegar cá é “J. Edgar” parece que não causou grande entusiasmo

  14. Sabe, Sergio, disseste que para não ir muito longe, começarías a partir de “os imperdoá
    veis”, sôbre os filmes que Clint dirigiu.
    Eu vou um pouquinho mais longe, pelo fato de ter sido sempre, um admirador confesso e contumaz dos “faroestes” em que Clint, traba
    lhou(não dirigiu).
    “Por um punhado de dólares”, “Por uns dólares
    a mais” e “Tres homens em conflito”( o bom o mau e o feio).Essa trilogia foi “tudo”.
    E, depois este homem veio a ser o Diretor de sucesso que é.
    Este filme, não foi diferente, mais uma obra prima dele. E, como já foi dito aqui, por ti e pelos outros companheiros,a cena do Tsunami
    é fantástica e, de fato só por ela já vale o filme. Matt Damon,em filmes sérios como este,
    está sempre impecável.Gostei muito da Cécile
    de France. Já a tinha visto em “Inimigo Públi
    co 1”.

  15. Olá Sérgio!
    Pelo visto, o filme é quase uma unanimidade entre os leitores do site. Devo admitir que gostei da experiência, mas diagnostiquei alguns pequenos pecados, coisinhas tolas, que poderiam ter sido evitadas.
    Ao contrário da maioria, considerei desnecessários os efeitos especiais, independentemente de serem bons ou ruins. Tanto o tsunami quanto o atentado do metrô são pequenos detalhes na história que poderiam ser facilmente apenas mencionados, mas não retratados. Ainda, se for para salvar uma das cenas, que seja a do metrô.
    Ademais, concordo que o “Blondie” não sabia como finalizar a obra, o final é por demais “apressado”, inclusive, piegas.
    Bom filme, mas longe de uma obra prima. Deixem o Spielberg e os seus efeitos para a sessão da tarde! Hahaha
    Parabéns pela crítica, abraço!

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