Sonhando Acordado / The Good Night

Nota: ★★☆☆

Anotação em 2010: Um bom elenco, que inclui Gwyneth Paltrow e Penélope Cruz. Um começo que até fisga o espectador. Mas acaba se revelando uma bobagem este filme de 2006 escrito e dirigido por outro Paltrow, Jake, que vem a ser irmão de Gwyneth.

É uma brincadeira, uma fantasia a respeito da crise de meia-idade e de sonhos – mas o título brasileiro é falso, porque não se trata de sonhar acordado; é sonhar mesmo, durante o sono.

O filme começa como se fosse um documentário a respeito de Gary Shaller, o personagem interpretado pelo inglês Martin Freeman; algumas pessoas dão depoimentos a respeito de Gary, que, dez anos antes, tinha sido membro de uma banda inglesa de rock. Uma ex-namorada fala sobre ele, e também Paul (Simon Pegg), colega de Gary na banda hoje extinta.

Através desses depoimentos que abrem o filme, o espectador não fica sabendo exatamente por que Gary acabou ficando famoso, a ponto de se realizar um documentário a respeito dele. Sabe-se, pelo que os entrevistados dizem, que Gary acabou se mudando de Londres para Nova York, com a namorada Dora (o papel de Gwyneth Paltrow).

Aí há o clássico aviso de que teremos um flashback: “Quatro anos atrás”. Gary está, nessa época, num período ruim da vida. Vive de compor jingles, músicas para comerciais, e está insatisfeito. Sua mulher Dora, que havia estudado artes plásticas, trabalha numa galeria de arte – e não está nada bem, o casamento. Um se aborrece com o outro, o outro aborrece o um. Para piorar a sensação de frustração de Gary, seu ex-colega de banda Paul cada vez se dá melhor na vida; está cada vez galgando mais posições na empresa de publicidade na qual trabalha, para a qual Gary compõe seus jingles. E Paul está sempre a pedir que ele faça músicas mais simples, mais óbvias, mais rapidamente consumíveis.

Aí então Gary uma bela noite tem um sonho com uma mulher de beleza monumental, Anna, a personagem de Penélope Cruz – e Penelope está realmente deslumbrante no filme. Bem, Penélope é deslumbrante mesmo, mas neste filme ainda está mais do que o normal.

A partir daí, Gary só quer fugir da realidade desagradável que é sua vida real e sonhar, para ver de novo a deslumbrante Anna. Vão entrar na história dois sujeitos que – tem terapeuta e livro de auto-ajuda para tudo, certo? – ensinam como controlar os sonhos. Essas duas figuras são interpretadas pelo americano Danny DeVito e pelo inglês Michael Gambon.

Uma bobagem.

         O jovem Jake Paltrow deveria procurar roteiros melhores

Demorou para cair a ficha de onde eu já tinha visto o ator Martin Freeman, que faz o protagonista da história, Gary. Ele faz um dos diversos personagens de Simplesmente Amor/Love Actually; naquela comédia romântica maravilhosa, Martin Freeman faz o dublê de filmes pornô, que acaba se apaixonando por um colega no trabalho insano de preparar as cenas que depois serão feitas com atores. É um bom ator.

Os atores estão todos bem; a parte técnica do filme é toda correta. A historinha criada pelo irmão mais novo de Gwyneth (ela é de 1972, ele, de 1975) é que é bobinha, e não vai a lugar nenhum, na minha opinião.

Foi o primeiro longa-metragem dirigido por Jake Paltrow; antes, ele havia feito um curta e dirigido episódios para a TV. Não me parece desprovido de talento; dirige bem os atores; deveria era procurar roteiros mais interessantes.

Sonhando Acordado/The Good Night

De Jake Paltrow, EUA-Inglaterra-Alemanha, 2006

Com Martin Freeman (Gary Shaller), Gwyneth Paltrow (Dora Shaller), Simon Pegg (Paul), Penélope Cruz (Anna / Melodia), Danny DeVito (Mel), Michael Gambon (Alan Weigert), Sonia Doubell (Shawna)

Argumento e roteiro Jake Paltrow

Fotografia Giles Nuttgens

Música Alec Puro

Produção Inferno, Destination Films, Tempesta Films

Cor, 93 min

**

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