O Segredo dos Seus Olhos / El Secreto de Sus Ojos

Nota: ★★★★

Anotação em 2010: Levamos um grande susto, Mary e eu, quando, buscando os dados para a ficha técnica de O Segredo dos Seus Olhos, vi que o filme tem 129 minutos. Parece que dura uns 90 minutos, só, não mais que isso.

Quando um filme é de fato excepcional, é assim: passa rápido demais.

É tudo brilhante, acachapantemente bem feito, desde a primeira seqüência, o homem entrando num trem, a mulher o levando até a plataforma, e, depois que o trem se põe em movimento, ela então corre atrás, põe a mão no vidro da janela, junto da dele.

A fotografia, de Félix Monti, é espetacular já a partir dessa primeira seqüência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os dois atores são belos, e vão dar um show de interpretação, em papéis que atravessam mais de 25 anos de história, de 1974 a 2001. Ricardo Darín, o ator mais conhecido do novo cinema argentino, é garantia de bons serviços prestados. Mas é Soledad Villamil que mais impressiona; sua atuação é extraordinária. Revela uma ampla gama de sentimentos, de sensações de sua personagem, Irene, com uma expressividade estonteante: ora é segura de si, firme, calma, em outras ocasiões é ousada, corajosa, em outras tenta disfarçar – sem conseguir totalmente – a atração que sente por seu colega e subalterno, Benjamin.

É uma trama rica, densa, complexa, bem elaborada e bem desenvolvida, que mistura um caso de amor encroado, uma investigação de um crime brutal, considerações sobre a perda de pessoas amadas e como tocar a vida a partir daí, uma fértil discussão sobre o desejo de vingança, um pequeno tratado sobre as paixões humanas, e ainda questões políticas.

É preciso muita maturidade artística para tratar tantas questões e amarrá-las todas, numa narrativa coerente e atraente. O diretor Juan José Campanella tem competência, talento, experiência; aos 50 anos, exibe um currículo invejável, que inclui belíssimos filmes sobre os dramas e as pequenas alegrias de pessoas simples, comuns – para mencionar só os que vi, O Mesmo Amor, A Mesma Chuva, de 1999, O Filho da Noiva, de 2001, Clube da Lua, de 2004, os três com Ricardo Darín como protagonista, o primeiro também com a maravilhosa Soledad Villamil – e a direção de diversos episódios de séries respeitadas, prestigiosas, da TV americana.

Vi alguns dos episódios dirigidos por ele da série Law & Order – Special Victims Unit, e me impressionei como aquele diretor de sensíveis dramas familiares argentinos domina perfeitamente o ritmo ágil do seriado policial barra pesada sobre crimes sexuais em Nova York. Além de S.V.U., ele dirigiu também vários episódios de House, e outros da comédia 30 Rock e de Dragnet.

Então Campanella não surpreende mais; dele é mesmo de se esperar belos filmes. Mas sem dúvida deve-se muito da qualidade deste O Segredo dos Seus Olhos também a Eduardo Sacheri, autor do livro em que se baseia o filme, chamado La pregunta de sus ojos, e do roteiro, que divide com o próprio Campanella. Naturalmente, nunca tinha ouvido falar de Eduardo Sacheri (agora, depois de ver o filme, dá vontade de ir atrás do livro). Vejo então que, assim como Campanella, é natural de Buenos Aires; nasceu em 1967, é surpreendentemente novo. Formou-se em História, dá aula no secundário e na universidade. Começou a escrever contos na década de 90, muitos sobre futebol – é um apaixonado maluco por futebol.

O futebol, a paixão pelo futebol aparecem no filme. Falo disso daqui a pouquinho.

         Uma história de amor ao longo de um quarto de século

Acho que, sobretudo, O Segredo dos Seus Olhos é um filme sobre uma história de amor ao longo de um período de mais de 25 anos. “Dor de amor quando não passa é porque o amor valeu”, diz a bela canção de Dori Caymmi e Nelson Motta; amor que percorre mais de 25 anos vale muito.

Logo depois que vi o filme, me lembrei de Vestígios do Dia/The Remains of the Day, do trio James Ivory-Ismail Merchant-Ruth Prawler Jhabvala, um belíssimo filme que fala de uma história de amor que não acontece. Em Vestígios do Dia, o protagonista, o mordomo Stevens (Anthony Hopkins), tão competente na profissão quanto imbecil para todo o resto, não consegue perceber que a mulher com quem convive todos os dias e todas as noites, a governanta Miss Kenton (Emma Thompson), sente atração por ele. Não consegue sequer perceber o que ele mesmo sente. A ficha só vai cair muitos e muitos anos depois que deixaram de trabalhar juntos – quando o melhor da vida passou, o esplendor que era tão vistoso e elegante acabou, e o restinho de sonho que sobrara para sonhar, não se tem mais força para lutar por ele.

         Ele, simples agente, classe média, ela, uma deusa rica, pedigree chique

Quando Benjamin e Irene se conhecem, estão jovens, com a vida inteira pela frente; têm aí uns 28, talvez 30 anos. Benjamin é um agente judiciário – acompanha, como representante da Justiça, as investigações policiais. Fica deslumbrado quando o juiz, chefe da sessão, apresenta sua nova auxiliar, a jovem advogada Irene Menéndez Hastings. (Atenção para o sobrenome, Hastings, escocês, conforme ela mesmo detalha. Os argentinos, como também os brasileiros, têm uma admiração inata pelo Primeiro Mundo). Irene é linda, estudou na Universidade de Cornell, do outro lado do Equador, vem de família rica, é superior a Benjamin, simples agente. Benjamin se deslumbra com ela, mas, caminhãozinho pequeno para tanta areia, é incapaz até mesmo de fazer-lhe um galanteio – coisa que seu colega e grande amigo Sandoval (Guillermo Francella) faz sem qualquer pejo.

A deusa, no entanto, ao contrário do que Benjamin imagina, não se coloca num pedestal; na verdade, ela arrasta uma asinha para o rapaz bonitão, um tanto atrapalhado, um tanto sôfrego demais na investigação de um crime que o deixou perturbado, incapaz de aguardar as ordens dos superiores que recomendam cautela, não interferência no trabalho policial.

Mas Benjamin é incapaz de perceber o que Irene não consegue esconder.

Em Vestígios do Dia, Stevens não percebe que a bela governanta Miss Kenton está ali diante dele, pronta para ser conquistada, porque não percebe absolutamente nada do que se passa no mundo, a não ser que tem que estar sempre atento a seus deveres para com o patrão, His Lordship. Aqui, Benjamin não percebe que a deusa está disponível – bastaria ele saber como tentar cativá-la – porque se sente inferior, a imensa barreira social a separá-los. E também porque está com a cabeça inteiramente voltada para aquela investigação que começou a acompanhar sem grande interesse, mas que acaba por deixá-lo obcecado.

O crime foi brutal. Liliana (Carla Quevedo), jovem belíssima, vinda do interior, casada com o bancário Morales (Pablo Rago), foi estuprada e assassinada após ter sido ferida, arranhada, agredida em diversas partes do corpo.

A investigação que se segue é tumultuada, confusa; há diversos episódios ao longo do processo, que não é necessário descrever aqui. O fundamental é que, com um trabalho bem feito, uma bela sacada, Benjamin chega à conclusão de que sabe quem foi o assassino. Não tem provas materiais, cabais – mas tem indícios fortes, que lhe dão a certeza.

Contra a prudência, contra o que manda o figurino, contra a má vontade do juiz a quem deveria obedecer, contra as admoestações da superior hierárquica Irene, Benjamin vai à caça do suspeito.

Assim como Benjamin teve um raciocínio inteligente, brilhante, seu amigo Sandoval, um bêbado de ótimo caráter, tem uma belíssima sacada a partir de cartas do suspeito para sua mãe – diversas referências a jogadores do Racing.

         As paixões do autor e co-roteirista, as paixões do diretor

Sim, o Racing, o time que há muito tempo não ganhava nada, eclipsado por outros em fase melhor. O autor do livro e co-autor do roteiro, o jovem Eduardo Sacheri, fanático por esporte, por futebol, botou na história um pouco da sua paixão.

Aparentemente, Sacheri é tão apaixonado por futebol quanto o diretor Campanella é apaixonado por Avellaneda, a cidade que fica na periferia de Buenos Aires, logo ao Sul da Boca, uma espécie assim, mal comparando, de Guarulhos, ou Santo André, que teve muitas indústrias e decaiu quando o país se desindustrializou com as crises dos anos 90.

O título original do belo Clube da Lua, que Campanella fez em 2004, é Luna de Avellaneda.

A sede do Racing fica em Avellaneda.

E, se me permitem a pequena divagação, lembro que o Sul de Buenos Aires, a periferia Sul, a parte mais pobre, de origem operária, trabalhadora, humilde, tem, para a cultura argentina, para a cultura esquerdista argentina, o mesmo significado que tiveram no Brasil nos anos 60 e 70 em especial, e têm até hoje, a favela, o sertão. Como no Brasil se fizeram dezenas e dezenas de canções e filmes enaltecendo os pobres, os favelados, os sertanejos, os trabalhadores humildes, na Argentina se fizeram igualmente canções e filmes em elogio ao Sur. “Vuelvo al Sur – su buena gente, su dignidad”. Fernando E. Solanas fez em 1988 o belíssimo Sur. Volver al Sur.

Mas estou chovendo no molhado. Todo brasileiro que já foi a Buenos Aires sabe muito bem: o Norte – a Recoleta, Palermo – é chique, elegante, é dos ricos. O Sul, de San Telmo para baixo, rumo à Boca, e mais além a Avellaneda, onde turista não vai, é mais pobre, é de origem operária, trabalhadora, gente boa, cheia de dignidade.

Nunca se fez, e seguramente jamais se fará, na Argentina, uma canção ou um filme saudando o Norte.

Perdõem a digressão, a chuva no molhado, mas é que acho que tem a ver.

         Uma seqüência extraordinária, antológica, um show de cinema

Juan José Campanella, 50 anos de idade, filmografia ilustre, imensa sensibilidade para tratar de afeto, relações familiares, amor, amor que encroa, amor que dói, amor que faz valer a pena, lá pela metade de O Segredo dos Seus Olhos resolve construir uma seqüência que é uma das mais extraordinárias que eu já vi na vida, que merece entrar para qualquer antologia.

A seqüência começa com uma panorâmica de um bairro à noite, e a câmara vai espantosamente se aproximando (onde estava aquela câmara, meu Deus do céu e também da terra? num helicóptero? num balão dirigível? seria CGE, imagem gerado em computador?) do estádio do Huracán, onde o Racing está jogando, e entra no meio da multidão nas arquibancadas, onde Benjamin e Sandoval procuram, como agulha no palheiro, o suspeito de ter assassinado monstruosamente a bela Liliana.

É um estupor, uma loucura, um brilho, coisa de gênio.

Brian De Palma seguramente aplaudiria de pé, como na ópera.  Steven Spielberg deve ter tirado o chapéu, o solidéu, o quipá – e talvez esteja pensando em chamar Campanella para dirigir um filme produzido pela DreamWorks. O garoto Joe Wright deve ter babado. Hitchcock morreria de inveja.

A seqüência no estádio (que eu achava que era o do Racing, em Avellaneda, mas é o do Huracán, segundo retificou um atento leitor, Neviton Campos), é de um brilho absurdo. É assim como o plano-seqüência de abertura de Olhos de Serpente, na loucura do ginásio lotado onde haverá a luta de boxe e um atentado à bala, como a abertura de O Resgate do Soldado Ryan, como o plano-seqüência de quase dez minutos da retirada de Dunquerque em Desejo e Reparação, como a seqüência de James Stewart seguindo Kim Novak por San Francisco até o museu em O Corpo que Cai.

Mary me autorizou a parar o filme e rever a seqüência – percebeu, é claro, o meu queixo caído. Mas resisti, não quis estragar o prazer de ver sem interrupções esse filme maravilhoso. Claro que ainda vou, sim, rever essa seqüência uma, duas, três vezes.

         O segundo Oscar para um filme argentino. E mais 34 prêmios

Foi o segundo Oscar de melhor filme estrangeiro para o cinema argentino; A História Oficial, de Luis Puenzo, de 1985, havia sido o primeiro – e é interessante lembrar que Norma Aleandro, aquela espécie assim de Fernanda Montenegro argentina, a protagonista de A História Oficial, trabalhou com Campanella em O Filho da Noiva.

O Oscar é uma estatueta douradinha e hollywoodiana, e então fascina o mundo inteiro. Mas o Oscar é pouco para O Segredo dos Seus Olhos. O filme ganhou mais 34 prêmios, e teve outras 19 indicações – da Academia argentina, dos críticos da Espanha, da Academia espanhola, os Goyas, do sindicato dos atores da Espanha, do festival de Havana, do festival de San Sebastian.

         Um close-up de uma intimidade, um show de fogos de artifício

Interessante: fui dar uma olhada na anotação que fiz depois que revi A História Oficial, ano passado, 2009, e me deparei com a frase: “É uma das seqüências mais impressionantes que já vi”. É um close-up do rosto de duas mulheres – apenas isso, ou melhor, tudo isso. Eu dizia: “O diretor Luis Puenzo e as atrizes Chunchuna Villafañe e Norma Aleandro proporcionam ao espectador uma seqüência esplendorosa, maravilhosa, estupenda. As duas estão lembrando histórias, rindo, bebendo licor – tinham bebido vinho durante o jantar. A câmara pega o rosto das duas, bem juntas, em close-up, fixa-se nelas – e teremos uma tomada bem longa, bem longa, e emocionante. De repente, no meio da conversa brincalhona, das risadas, Ana começa a contar como foi presa e torturada. É uma das seqüências mais impressionantes que eu já vi. Além do tour-de-force das duas atrizes, focalizadas bem de perto, ao longo de alguns minutos sem corte algum, há o texto, impressionante: o que Ana conta é estarrecedor.”

Interessante que duas seqüências, em especial, no meio de cada um dos dois filmes argentinos premiados com o Oscar de melhor filme estrangeiro, tenham me impressionado tanto – embora uma seja o oposto da outra. A de A História Oficial é a intimidade, um longo plano-seqüência, um close-up de duas grandes atrizes interpretando um texto belíssimo. A de O Segredo dos Seus Olhos é uma série de tomadas (inclusive alguns rápidos planos-seqüência) rápidas, nervosas, agitadas, um espetáculo cinematográfico, uma imensa explosão de fogos de artifício, multidão, correria, perseguição, uma coisa frenética – e o gol do Racing, essa coisa tão rara, tão esperada pela multidão que enche o estádio de futkebol, acaba sendo ignorado, não é o que interessa na história.

A existência de duas seqüências tão díspares, e tão brilhantes, é um atestado claro da qualidade do cinema que os argentinos sabem fazer.

         Alguns fatos e datas eque ajudam

Um registro. O diretor Campanella e o autor e co-roteirista Eduardo Sacheri não ficam nos avisando a respeito da época  em que a história se passa. Dão dicas, pistas, mas não ficam insistindo em precisar as datas. Fala-se de 1974 – é quando Benjamin fica conhecendo Irene, e quando Liliana é assassinada. A partir daí avançamos um ou dois anos, até 1975 ou 1976, portanto. E àquele período do passado mistura-se a ação ocorrida 25 anos depois, quando Benjamin e Irene se reencontram após o período longo em que ele se exilou em Jujuy – ou seja, em 2000, 2001.

Os personagens – e o espectador – vêem uma cena na televisão em que aparece a presidente Maria Estela Martínez de Perón, a Isabelita.

Então, cabe o registro.

Isabelita era vice-presidente de Juan Domingo Perón; ele morreu em 1º de julho de 1974, e Isabelita assumiu a presidência.

Na história recente, a Argentina teve três golpes militares: em 1955 (Perón foi deposto), em 1966 (Arturo Ilia foi deposto) e 1976 (Isabelita Perón foi deposta).

A terceira ditadura militar foi, como se sabe, a mais sanguinária.

É de se supor – ou até bem mais que isso – que a cena em que Isabelita aparece na TV aconteceu bem pouco antes do golpe que instalou a ditadura mais sanguinária.

Essas datas e esses fatos não são fundamentais para o entendimento da história, mas ajudam a se compreender melhor o que acontece no filme, o que explica a seqüência inicial, Benjamin tomando o trem – qual era o destino dele, só saberemos bem mais tarde. É para Jujuy. A província de Jujuy fica muito, muito distante de Buenos Aires, no extremo noroeste argentino, na fronteira com a Bolívia.

Mas, repito, essas não são informações fundamentais.

Outro pequeno registro: antes mesmo que O Segredo dos Seus Olhos estreasse no circuito comercial no Brasil, minha amiga Laïs de Castro o viu, em alguma sessão especial, ou de pré-estréia, e escreveu para o 50 Anos de Texto um comentário sobre o filme. Sou lerdo – só fui ver quase um ano depois de Laïs.

Antes tarde do que nunca. Grande, maravilhoso filme. Tiro meu chapéu e me inclino respeitosamente diante de José Juan Campanella, Eduardo Sacheri, Ricardo Darín, Soledad Villamil.

O Segredo dos Seus Olhos/El Secreto de Sus Ojos

De Juan José Campanella, Argentina-Espanha, 2009

Com Ricardo Darín (Benjamín Esposito), Soledad Villamil (Irene Menéndez Hastings), Guillermo Francella (Pablo Sandoval), Carla Quevedo (Liliana Coloto), Pablo Rago (Ricardo Morales), Javier Godino (Isidoro Gómez), Mario Alarcón (juiz Fortuna Lacalle), Mariano Argento (Romano), Rudy Romano (Ordóñez)

Roteiro Eduardo Sacheri e Juan José Campanella

Baseado na novela La pregunta de sus ojos, de Eduardo Sacheri

Música Federico Jusid

Fotografia Félix Monti

Montagem Juan José Campanella

Produção 100 Bares, Canal+ España, Haddock Films, Tornasol Films. DVD Europa Filmes. Estreou em São Paulo 26/2/2010; na França, 5/5/2010.

Cor, 129 min

****

Título na França: Dans ses yeux

16 Comentários para “O Segredo dos Seus Olhos / El Secreto de Sus Ojos”

  1. Somos dois de cabeça desnuda e chapéu na mão…um filme que me deu inúmeros prazeres: estéticos, emocionais, intelectuais. Um filme que me provocou, inquietou e comoveu. Um daqueles que se pode ser hiperbólico no uso de adjetivos pois eles lhe caem bem.

    PS. Estou atrasada na leitura de 07 posts, oh, lord, será uma madrugada insone. Beijos aos dois.

  2. Sergio,
    Se descobrires como foi gravado o fantastico plano sequência do estádio do Racing, favor compartilhar a informação! A diferença deste plano sequência pros demais que vc citou, sem querer comparar qual o melhor, pois são todos incríveis, é que neste caso, além da beleza da cena, ainda fica a dúvida técnica de como diabos ele conseguiu fazer uma “câmera voadora” parar no meio da arquibancada, seguir o suspeito correndo pelos corredores, pular com ele pro andar de baixo e continuar a perseguição no meio do campo – isso tudo de maneira ininterrupta. Que cena!
    Abraço

  3. Faz tempo quero comentar sobre esse filme, mas me faltam palavras para escrever sobre algo tão bom, então melhor deixar na mão de quem entende e já escreveu divinamente. Até comecei a escrever alguma coisa, mas olha, difícil não chover no molhado. Então só digo que resolvi assistir por causa da cena na estação, que vc descreveu tão bem e me fez ficar com o coração apertado (e que faz lembrar , em parte, a música “Hora de partir o coração”, do esquecido Guilherme Arantes).

    Eu cresci ouvindo minha mãe usar a palavra “encroado”, mas nunca tinha ouvido alguém associá-la ao amor. Achei inusitado.
    De todas as dores, acho que um amor encroado, não vivido, não realizado, é das que mais doem.

    Então, depois de ler esse texto sobre a história de um amor encroado, que ainda por cima tem um crime pelo meio, resistir a ver o filme, quem há de? Eu não resisti, e confesso que sofri e torci pelos dois (outra hora volto pra falar da atuação dos atores).

    Sobre a sequência estonteante, faz tempo queria colocar aqui, mas a preguiça falava mais alto. Tem alguns vídeos no tubo que clareiam um pouco como ela foi feita. Clicando em um link, chega-se aos demais.
    Enjoy it:

    http://youtu.be/OBeYm2aPKCw

    http://youtu.be/OyozA65_DM0

  4. Não podendo examiná-lo sob a lente de quem entende, só posso dizer que não gostei.Por acaso, uma pessoa da família deixou para eu ver uma cópia.Os dois protagonistas são enrolados.Ele, obcecado por conqistá-la e desvendar um crime, não consegue arrematar os esforços em ambos os sentidos.Ela, fica entre um alguém que está ali à sua espera e sua própria espera por algo meio indefinido como realização feminina. A fotografia,(não entendo, mas não gostei) inova fazendo cortes verticais sobre rostos para mostrar não sei o quê. A cena do estádio não me emociona. Não sou apreciadora de futebol. Sò fui 3 vezes ao nosso Maracanã, sendo que duas delas para ver dois monumentos (o último jogo de Pelé e ver Frnk Sinatra) Até a apreensão do assassino foi promovida por Irene que deitou o dedo na ferida de muitos homens. Mas, ainda assim, se expôs ao gesto obceno do bandido. Das palavras, devia estar acostumada pelo próprio dever de profissão. Reservo-me, finalmente, a dar um atestdo de herói a Morales.Sua intenção realizou-se, remetendo-me a sua “melancólica” espera diária no banco (da praça?). O seu projeto era: “Deixa comigo!!!” Desculpem-me os conhecedores. Sou apenas uma espectadora.

  5. O filme “O Segredos de seus Olhos” é realmente muito bom. A sequência no campo de futebol é maravilhosa. Mas o jogo não é em Avellaneda, campo do Racing, é no estádio do huracán, Estádio Tomas A. Ducó.
    “Linda noche para la práctica del fútbol. Huracán recibe en Tomas A. Ducó al Racing Club de Avellaneda en esta noche espléndida para la práctica del deporte…”

  6. Caro Neviton, agradeço imensamente pela correção que você faz com relação ao campo em que se trava a partida. Já consertei o meu texto, tirando dele a informação – agora vejo que errada – que o jogo foi no campo do Racing em Avellaneda.
    Muitíssimo obrigado!
    Sérgio

  7. olá, Sérgio! eu de volta no mesmo dia, mas não poderia deixar de comentar este (perceba que meus comentários são quase que uma catarse, de mim para mim mesma, pois vc e muitos de seus outros leitores q tb comentam aqui, entendem muito mais sobre cinema do que eu,mas, vamos lá). O segredo dos seus olhos é um filme sensacional: a trama principal, q eu considero ser o assassinato da jovem é bem arquitetada e tem um final que eu nem tenho palavras, a trama secundária (o amor dos dois personagens) complementa na contramão a história – entenda o na contramão de maneira positiva – uma vez que são temáticas opostas que constróem um filme de primeira!
    abraço

  8. Vi ontem e não gostei muito.
    Não vou dizer que é mau (ou bom, ou assim-assim), digo apenas que que não gostei muito, fui vendo, flashback/flashforward e assim por aí fora.
    O filme a mim parece que demorou não horas mas dias a chegar ao fim.
    O Sérgio há tempos falava daquela técnica de “Se se pode complicar para quê simplificar?”.
    Acho que é o caso.

  9. Um de meus tops. Ja estava babando quando a reviravolta final me pegou em cheio, era MN Shyalaman. A historia de amor permeia bem a narrativa, os papeis secundarios preenchem as lacunas e a cena do estadio me trouxe em mente os maiores mestres da setima arte, era Alfred, era Brian , era Steven. Um classico instantaneo e meu top vinte facil.

  10. Boa noite, Sérgio!
    Praticamente desde o seu lançamento quero ver este filme e vou protelando…
    Ontem o assisti!
    Maravilhada, embasbacada, emocionada… E quis ler teu comentário sobre essa obra prima.
    Aprecio o cinema argentino e considero os protagonistas, Darin e Villamil, entre os melhores atores daquele país.
    Neste filme eles conseguiram superar-se. É possível compreender a intensidade de seu amor apenas com a emoção que transborda de ambos, mesmo sem som e sem legendas. 25 anos se resumem em uma máquina de escrever. Não há como AmAr sem a letra A!
    É um filme policial travestido em drama que se transforma em justiça que se torna libertação!
    Simplesmente amei o filme!

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