Cabana Macabra / The Cottage


Nota: ½☆☆☆

Anotação em 2009: Este aqui é um daqueles filmes que eu só vi porque sou doido varrido, ruim da cabeça, louco quase furioso. Estava zapeando de madrugada, ia começar, resolvi ver o lead, e como era um filme inglês e me pareceu mais comédia do que terror, fui em frente. Doido varrido, ruim da cabeça, louco quase furioso.

De fato, começa como uma comédia, com aquele humor peculiar dos ingleses. Depois vira terror trash total e absoluto.

Dois irmãos, David (Andy Serkis) e Peter (Reece Shearsmith), precisando de grana, se unem para executar o que na cabeça do primeiro seria um plano simples: seqüestrar uma garota, Tracey (Jennifer Ellison), filha de um dono de night club. Pois eles seqüestram a garota, fazem com que ela desmaie com clorofórmio, botam-na no bagageiro de um carro e a levam para a cabana do título, tanto o original quanto o brasileiro. Essa ação, na verdade, não aparece no filme: quando ele começa, os irmãos já estão entrando na cabana, no meio do campo, e discutindo muito entre eles; vemos que quem armou tudo é David; Peter é um perfeito bobalhão, mais trapalhão que Didi, Dedé e Zacarias juntos. Depois que se instalam na cabana é que saem, vão até o carro e carregam a moça para um quarto no segundo andar.

Nesse momento tem uma cena engraçada, e que ao mesmo tempo define o estilo do filme.

acottageA moça seqüestrada ainda está desmaiada, sob efeito do clorofórmio, e com as mãos amarradas atrás do corpo. David desce para o térreo para apanhar alguma coisa, enquanto Peter fica segurando a moça, os dois de pé no quarto que será o cativeiro dela. Peter está usando uma máscara preta de lã, ou coisa parecida, para se manter incógnito. Como ele é mais baixo do que ela, seus olhos batem exatamente no decote da blusa da moça – e a moça tem seios grandes, volumosos, e o decote é um tanto generoso. A câmara está como se fossem os olhos de Peter, vendo o mundo através de dois buracos na máscara preta, e está fixada nos peitos grandes, norte-americanos da moça inglesa. Aí a câmara se vira um pouco para cima, e mostra o rosto da moça, dois olhos azuis grandes como os peitos dela, e em seguida a tela fica preta: Tracey, a seqüestrada, acabou de acordar e dá uma, duas, três cabeçadas fortíssimas no nariz de Peter. O nariz dele quebra, ele cai no chão contorcendo-se de dor.

Estamos com menos de dez minutos de filme, e já é mais do que evidente que aquele seqüestro não vai dar certo; como a própria Tracey dirá no telefonema que os seqüestradores dão para o pai dela exigindo cem mil libras em dinheiro, os dois são uns imbecis, uns idiotas completos.

E o filme, repito, já revelou seu estilo: os personagens vão levar bordoadas, porradas, murros, pazadas, pauladas o tempo todo, vão se contorcer de dor o tempo todo.

Já daria perfeitamente para desligar a TV e retomar um livrinho, certo? Certo, se eu não fosse doido varrido, ruim da cabeça, louco quase furioso. Segui em frente.

Lá pela metade, o filme desanda mais ainda, e desanda completamente; a comédia vira o trash mais trash que os filmes de terror para adolescentes americanos conseguiriam ser. Das porradas, bordoadas, murros, chutes no saco, passamos agora para uma ode a Jack e todos os seus colegas estripadores.

 Aí não deu mais. Morrendo de vergonha de mim mesmo por não ter feito isso antes, desliguei a TV.

 O diretor Paul Andrew Williams diz, segundo o iMDB, que no roteiro original Tracey, a seqüestrada, era uma mulher de uns 40 anos; para facilitar a obtenção de financiamento é que ele fez uma Tracey de uns 20 e poucos anos. A verdade é que o personagem de Tracey, e o jeito como a garota Jennifer Ellison a interpreta, são as únicas coisas que ficam um pouquinho acima do nível de lixo total, neste filme.

Essa Jennifer, nascida em Liverpool em 1983, não chega a ser bonita, mas é vistosa, gostosona – em 2004, os leitores da revista Nuts a elegeram como a loura mais sexy do mundo, informa o iMDB, na área das informações sem qualquer importância -, e esse tipo físico ajuda na criação de Tracey, uma garota abertamente sensual, mimada, sem educação de tipo algum, boca-suja, violenta, forte, o tipo mais caricato possível da jovem burra, grosseira e determinada destes tempos atuais. Depois de olhar o iMDB, fui ao Google – e é impressionante como esta moça de pouco mais de 25 anos já posou para fotos na vida. Em 9 entre cada 10 dessas fotos a principal atração são os peitões tamanho EUA que o diretor desta bobagem aqui soube aproveitar. 

Cabana Macabra/The Cottage

De Paul Andrew Williams, Inglaterra, 2008

Com Andy Serkis, Reece Shearsmith, Jennifer Ellison, Steven O’Donnell, Dave Legeno

Argumento e roteiro Paul Andrew Williams

Na TV a cabo (HBO). Produção Steel Mill Pictures

Cor, 92 min

Bola preta.    

Título em Portugal: Rapto Macabro

4 Comentários para “Cabana Macabra / The Cottage”

  1. Em minha defesa (será que o Rubens admite o direito de defesa?), devo lembrar que em momento algum disse entender de cinema. Na Apresentação deste site está dito: “Não sou crítico de cinema, nem ‘entendido em cinema’, expressão de resto detestável”.
    Quanto ao plural, “vcs”, expressão generalizante, que espalha a responsabilidade por vários acusados, lembro que tudo que é escrito aqui é de minha autoria. O culpado sou apenas eu.
    E aproveito para dar a dica: se algum eventual leitor estiver atrás de quem entenda de cinema, fale com o Rubens, no jolomezar@yahoo.com.br. Ele é o cara.

  2. Hahaha, esse Rubens só pode estar de sacanagem. Pede pra sair!!

    Desde a primeira vez que li esse texto fiquei com essa dúvida, mas sempre esquecia de perguntar:
    Por que “mais trapalhão que Didi, Dedé e Zacarias juntos”? E o Mussum? Ele era um dos mais engraçados, junto com o saudoso Zacarias. Até hj meu pai fala algumas frases no mesmo estilo que ele falava.

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