Strip Search


Nota: ★★★½

Anotação em 2007, com complemento em 2008: Um filme em tudo extraordinário – pela belíssima direção, pelo excelente trabalho dos atores (Maggie Gyllenhaal e Glenn Close estão soberbas), pela coragem, pela ousadia, pela abordagem corretíssima das questões, muito, mas muito, mas muito à frente do pensamento da maioria dos americanos.

É um descarado, fortíssimo panfleto a favor dos direitos humanos e contra a estratégia do governo Bush de relegar esses direitos a segundo plano em nome da guerra contra o terror. Fortíssimo, feroz, e extremente didático – ao mostrar um árabe sendo interrogado por uma agente oficial do governo americano (Glenn Close) exatamente com as mesmas perguntas e situações humilhantes por que passa uma jovem americana (Maggie Gyllenhaal) na China.

Nunca se viu antes no cinema, eu diria, uma tão clara e forte lição do tipo ponha-se, ou ao seu filho, no lugar de um árabe.

Vários filmes já foram feitos sobre a situação do mundo, e especialmente dos Estados Unidos, pós 11 de setembro – mas este é um dos melhores, ao lado do feito por Wim Wenders, no mesmo ano de 2004, Medo e Obsessão/Land of Plenty, e Babel, que o mexicano Alejandro González Iñárritu faria em  2006.

Imaginar que ele foi feito por uma emissora de TV americana, para passar na TV americana, faz o espectador ter alguma esperança na humanidade.

Grande, imenso Sidney Lumet.

No Brasil, que eu saiba, o filme fez o caminho inverso ao normal: primeiro passou na TV a cabo, e depois foi lançado em vídeo, com o título de Inspeção Geral.  

Strip Search

De Sidney Lumet, EUA, 2004. Feito para a TV

Com Maggie Gyllenhaal, Glenn Close, Ken Leung

Roteiro Tom Fontana

Produção HBO. Lançado nos Estados Unidos 27/4/2004.

Cor, duração diferente em alguns países, segundo o IMDB: Alemanha, 86 min, EUA, 120 min / 56 min (re-eeditado)

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