A Prova / Proof


Nota: ★★★☆

Anotação em 2007, com complemento em 2008: A interpretação da menina Gwyneth Paltrow me impressionou demais. Tudo bem, já se sabia que ela é talentosa, já até levou um Oscar, teve uma indicação para o Globo de Ouro por este filme aqui, e eu gosto bastante dela.

Mas ela está de fato brilhante como a filha do gênio matemático, ela também superdotada, que morre de medo de ser louca como o pai – esse pavor tão absolutamente natural que pode acometer, e acomete mesmo, todo mundo que tem pessoas com doenças mentais na família.

O assunto sanidade mental será retomado depois de alguns parágrafos.

O filme já valeria só pela interpretação de Gwyneth, mas ainda tem outros bons atores – Anthony Hopkins como o pai genial e louco de pedra, Jake Gyllenhaal como o aluno aplicado do velho matemático que quer consultar todas as anotações deixadas por ele, e Hope Davis como a irmã mais velha de Catherine, a personagem central feita por Gwyneth, que acha que a irmã não tem condições de cuidar de si mesma e teme pela sanidade mental dela.

Gwyneth Paltrow é aquele tipo de gente para quem o dia parece ter 48 horas. Além do absurdo de já ter feito 39 filmes em exíguos 17 anos de carreira, ela ainda arranjou tempo para fazer o papel de Catherine no palco, em West End, aquele pedaço encantado de Londres onde atuam os maiores atores de língua inglesa do mundo.

O inglês John Madden já havia dirigido Gwyneth no filme que deu o Oscar a ela, Shakespeare Apaixonado/Shakespeare in Love, de 1998.

Sim, a sanidade mental. Eis uma pérola de diálogo do filme transcrito no iMDB e que não resisto à tentação de botar aqui. É uma conversa entre Robert, o gênio matemático interpretado por Anthony Hopkins, e sua filha Catherine:

Ele: – Você vai ficar bem.

Ela: – Vou?

Ele: – Vai. Prometo. O simples fato de que podemos conversar sobre isso é um bom sinal.

Ela: – Um bom sinal?

Ele: – É.

Ela: – Como pode ser um bom sinal?

Ele: – Porque os loucos não ficam questionando se são loucos.

Ela: – Não?

Ele: – Não. Eles têm coisas melhores a fazer. Eu, por exemplo. Um ótimo sinal de que você é louco é a inabilidade de fazer a pergunta: “Sou louco?”

Ela: – Mesmo se a resposta for sim?

Ele: – Os loucos não perguntam, entende?

Ela: – Hum-hum.

A Prova/Proof

De John Madden, EUA, 2005

Com Gwyneth Paltrow, Jake Gyllenhaal, Anthony Hopkins, Hope Davis

Roteiro David Auburn e Rebecca Miller

Baseado na peça de David Auburn

Música Stephen Warbeck

Produção Hart Sharp, distribuição Miramax

Cor, 100 min.

5 Comentários para “A Prova / Proof”

  1. Olá, eu gostaria de receber mais informações sobre este filme! Eu sou estudante de matemática e me indentifiquei muito com ele! Não estou em estado de loucura, mais só um matemático entende perfeitamente o outro!

  2. Cara Dalvimara,
    Queira Deus que algum matemático leia esse seu apelo!
    Ah, sim: para mais informações sobre o filme, você pode, por exemplo, fazer uma pesquisa na própria internet. Já fez? Deve ter feito, não é? Seu senso lógico-matemático seguramente já a fez pesquisar cuidadosamente.
    Um abraço.
    Sérgio

  3. Lembro de ter gostado desse filme, só não lembro das atuações, mas acho que estavam todos bem. Eu tenho um pouco desse medo da personagem da Gwyneth Paltrow: sempre tive medo de perder minha razão, ficar louca, e hoje tenho receio de vir a ter alguma doença degenerativa. Não tenho casos diretos na família, mas existem casos distantes de parentes, e tenho primas com distúrbios de humor, que acredito podem caminhar para um problema mental, mas atribuo a fatores puramente físicos (má alimentação com excesso de carboidratos refinados, sedentarismo etc). Mas acho que meu medo nem é tanto pelo motivo genético; o que pesa mais é eu ser uma pessoa que pensa demais, analítica e racional, detestaria perder isso.

    Esse diálogo que você escolheu é muito bom, me deu até vontade de rever o filme, mas ele não é muito fácil.

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